Projetos

 

Um dos importantes objetivos do I.P.P.P. foi dar uma aplicação prática à paranormalidade, localizando pessoas dotadas deste talento e prestando-lhes toda assistência necessária para a utilização da aptidão psi. Para isso, Valter da Rosa Borges desenvolveu projetos (e chegou mesmo a firmar um convênio), procurando, principalmente, sensibilizar a área governamental, tendo em vista o Art. 174, da Constituição do Estado de Pernambuco, que obriga o Estado e os Município, diretamente ou através do auxílio de entidades privadas de caráter assistencial, regularmente constituídas, em funcionamento e sem fins lucrativos, a prestar assistência social ao paranormal.

 

No dia 29 de dezembro de 1986, Valter da Rosa Borges enviou ao Secretário de Educação de Pernambuco, Dr. Alexandre Kruse Granda Arruda, o seguinte ofício:

"De conformidade com o nosso entendimento verbal, estamos remetendo, em anexo, a V. Excia, a minuta do Projeto de Atendimento Integrado ao Aluno Paranormal e/ou Superdotado para elaboração do respectivo convênio entre a Secretaria de Educação de Pernambuco e o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - IPPP.

Trata-se de urna iniciativa arrojada e pioneira em nosso País, o que colocará Pernambuco na dianteira da investigação e direcionamento pragmático das atividades superiores do psiquismo humano.

Na oportunidade e como contrapartida desta Secretaria no convênio, solicitamos a V. Excia, a cessão da Psicóloga Maria José Sales Padilha, para participar da execução do Projeto, tendo em vista a sua competência profissional no trato de problema desta natureza.

Aproveitamos o ensejo, para apresentar a V. Excia. os protestos de estima e elevada consideração"

Objetivos específicos

  • Identificar alunos portadores de faculdades paranormais e/ou superdotados;
  • Avaliar os alunos paranormais e/ou aqueles que apresentem talentos e habilidades excepcionais;
  • Acompanhar psicologicamente os alunos portadores de paranormalidade e/ou excepcionalidades superiores;
  • Analisar, com os professores, o processo de aprendizagem dos alunos diagnosticados, visando à manutenção ou reformulação dos procedimentos educacionais;
  • Discutir com a Escola e a Família a necessidade de encaminhar os alunos, cujas características paranormais e/ou excepcionais não possam ser atendidas na Instituição Escolar, a profissionais ou Instituições Especializadas da comunidade;
  • Orientar os pais quanto às características paranormais ou excepcionais dos filhos, levando-os a melhor desempenho de seus papéis familiares;
  • Realizar pesquisas no campo da Parapsicologia e da Psicologia da Educação no superdotado.

População alvo

O Projeto pretende atingir professores e alunos do 1º e 2º graus, pertencentes às Escolas da rede particular e oficial de ensino do Recife.

Justificativa

O desenvolvimento e a utilização das capacidades humanas é questão de permanente atenção para todos aqueles que se preocupam com o futuro da sociedade.

Entretanto, os paranormais e os superdotados constituem um grupo pouco compreendido, ensejando, por isso, muitas ideias errôneas a seu respeito e, assim, raras alternativas existem para atender as suas reais necessidades.

Por esses motivos e considerando a necessidade desse atendimento em nosso Estado, o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas pretende estender o seu raio de ação com a implantação do Projeto de Atendimento Integrado ao Aluno Paranormal e/ou Superdotado, através de convênio com a Secretaria de Educação de Pernambuco.

Vale salientar que o IPPP é uma sociedade civil, de natureza científica, sem fins lucrativos e que tem por objetivo o estudo e a pesquisa dos fenômenos paranormais, assim como o desenvolvimento da Parapsicologia em Pernambuco e também no Nordeste.

Serão engajadas ao Projeto crianças e adolescentes, que sejam portadoras de faculdades paranormais e/ou apresentem excepcionalidades superiores. O atendimento será harmonioso e global, não se limitando apenas à preocupação com o desenvolvimento das características que o aluno possui, favorecendo, dessa forma, uma melhor aceitação e adequação deste à família e à sociedade.

Objetivo geral

O Projeto visa facilitar o processo educativo e emocional de alunos paranormais e/ou superdotados, de modo que possam alcançar o melhor desempenho de suas faculdade parapsicológicas e potencialidades superiores, segundo o caso.

Metodologia

Ações a serem desenvolvidas:

  • Seleção e quantificação das Escolas, que necessariamente também abrangerão as situadas em áreas socialmente carentes;
  • Interpretação do Projeto nas Escolas selecionadas, visando identificar a possibilidade ou não da participação dessas no mesmo;
  • Sensibilização e orientação aos professores, através de palestras e/ou reuniões sobre aspectos da Educação e Psicologia do aluno superdotado e/ou paranormal;
  • Distribuição de formulário, escalas ou fichas de observação para serem respondidos pelos pais e professores, visando a triagem dos alunos com características paranormais e/ou excepcionais superdotados.
  • Avaliação psicológicas e/ou parapsicológica dos alunos triados, bem como entrevistas com os respectivos pais e professores;
  • Acompanhamento psicológico, quando necessário, aos alunos identificados como paranormais e/ou superdotados;
  • Orientação aos pais e professores quanto aos procedimentos educacionais a serem adotados e/ou encaminhamento a outras alternativas pedagógicas e de atendimento existentes nas comunidades:
  • Supervisão durante todo o processo de execução do Projeto.

Recursos Humanos:

Pessoal técnico disponível do IPPP, composto de

  • 3 parapsicólogos,
  • 2 psicólogos
  • 3 estagiários e uma psicóloga com Mestrado em Educação Especial, sendo esta requisitada da Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco.

Materiais:

  • Testes psicológicos e parapsicológicos
  • Fichas e Escolas de observação
  • Questionário
  • Transporte
  • Sala para acompanhamento psicológico e testagem
  • Material de expediente
  • Audiovisuais

Observação

Para a consecução do Projeto, serão utilizados os recursos e materiais pertencentes ao IPPP. No entanto, para o acompanhamento psicoterápico, entrevistas e avaliações, na medida do possível, serão realizadas nos ambientes físicos das Escolas selecionadas.

A relação das instituições escolares, distribuídas por áreas, será solicitada à Secretaria de Educação. 

Atividades

Janeiro

Reuniões com a Presidência do IPPP, para discutir aspectos necessários ao desenvolvimento do projeto

Fevereiro

Contatos com a Equipe Técnica da Secretaria de Educação para escolha dos critérios de seleção e quantificação das Escalas

Março e abril

Visitas a Direção das Unidades escolhidas, identificando a possibilidade de participação dessas no Projeto

Maio e junho

Palestras e reuniões, com a Diretoria e Corpo Docente, das Escolas selecionadas, visando sensibilizá-los sobre características diversas do aluno paranormal e/ou superdotado

Julho

Elaboração do Relatório e Avaliação Semestral do Projeto

Agosto a novembro

Avaliação psicológica e/ou parapsicológica, dos alunos identificados

Maio a novembro

Acompanhamento psicológico ao alunado e orientações aos Pais e Professores

Dezembro

Reavaliação e elaboração do Relatório Final das ações e resultados alcançados.

Por tratar-se de urna experiência pioneira e considerando a necessidade  de facilitar a percepção de falhas e correção de desvios ao alcance dos objetivos, ressaltam-se os seguintes procedimentos durante a execução do Projeto:

  • Desdobramento do Cronograma Geral, adequando-o as peculiaridades de cada Unidade participante;
  • Processo de supervisão contínuo, podendo sofrer alterações na periodicidade, conforme necessidades sentidas pela Equipe Técnica do IPPP e da Escala;
  • Investigação parapsicológica e/ou avaliação psicológica, de caráter sistemático, mesmo considerando o professar como elemento participativo no processo de triagem inicial;
  • Periodicidade do acompanhamento psicológico ao alunado e das orientações aos pais e professores será estabelecida de acordo com as exigências que surjam;
  • Trabalho conjunto Supervisor/Professor/Aluno e distribuição aos professores, de material relacionada às características e necessidades especiais desses alunos;
  • Levantamento dos recursos comunitários, articulando-os ao próprio IPPP, em função das necessidades de orientação e encaminhamento de cada caso.

O projeto aceito, em todos os termos, transformou-se em convênio, conforme se vê abaixo:

CONVÊNIO QUE ENTRE SI CELEBRAM A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E O INSTITUTO PERNAMBUCANO DE PESQUISAS PSICOBIOFÍSICAS, AMBOS NA CIDADE DO RECIFE.

A Secretaria de Educação de Pernambuco, sediada na Rua Siqueira Campos, n9 304, bairro de Santo Antônio, Recife, inscrita no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda sob o nº 1057207/10001-12, adiante denominada simplesmente SECRETARIA, representada neste ato pelo seu Secretário Alexandre Kruse Grande Arruda, brasileiro, residente e domiciliado na Cidade do Recife, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o nº 013.731.704-25 e o Instituto Pernambucano de Pesquisas, sediada na Rua da Concórdia n9 372, 4º andar, sala 46 e 47, bairro de Santo Antônio, Recife, inscrito no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda sob o nº 1123663/0001-97, adiante  denominado INSTITUTO, representado neste ato pelo seu Presidente Valter Rodrigues da Rosa Borges, brasileiro, residente e domiciliado na cidade do Recife, inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o nº 002467274-20 firmam o presente Convênio que se regerá pelas Cláusulas e condições seguintes:

Do objetivo

Cláusula primeira: Constitui objetivo do presente Convênio a ação conjunta entre a SECRETARIA e o INSTITUTO com vistas a execução do Projeto de Atendimento Integrado ao Aluno Paranormal e/ou Superdotado.

Parágrafo único: O Projeto mencionado no caput desta Cláusula, proposto pelo INSTITUTO, será parte integrante deste Convênio.

Das competências das partes

Cláusula segunda: É competência da SECRETARIA:

  1. a) colocar à disposição do INSTITUTO, a Professora Maria José Sales Padilha HAB-3, FS-Vl1 - NU-6, matrícula n9 71.769 com uma carga horária mensa1 de 150 horas-aula, para exercer a função de Psicóloga;
  2. b) definir a população alvo, da Rede oficial, a ser pelo referido Projeto;

Cláusula terceira: É competência do INSTITUTO:

  1. a) garantir ao professor cedido, o pleno exercício de funções;
  2. b) informar à SECRETARIA, através do seu Departamento de Pessoal, frequência mensal, bem como, quaisquer alterações na situação funcional do professor cedido;
  3. c) apresentar à SECRETARIA, o produto da pesquisa realizada com a população definida;
  4. d) responsabilizar-se pelas despesas financeiras, decorrentes da execução do referido Projeto;

Cláusula quarta: O presente Convênio terá vigência a partir da data da assinatura, com término indeterminado, podendo ser alterado e/ou renovado através de acordo expresso, mediante consenso das partes envolvidas.

Cláusula quinta: os casos omissos serão resolvidos, de comum acordo, entre as partes convenentes.

Cláusula sexta: O não cumprimento de quaisquer das cláusulas e condições pactuadas neste Convênio implicará em sua rescisão de pleno jure.

Cláusula sétima: Elege-se o Foro da Cidade do Recife para dirimir dúvidas oriundas deste Convênio.

E, por estarem, acordes, firmam o presente Convênio em (cinco) vias de igual forma e teor para produzirem os mesmos efeitos legais, na presença de 02 (duas) testemunhas a tudo presentes.

Recife, 07 de janeiro de 1987

            Alexandre Kruse Granda Arruda

             Secretário de Educação

Valter Rodrigues da Rosa Borges

            Presidente do Instituto

A assinatura do Convênio, de logo, repercutiu no mundo político.

O Deputado Estadual Geraldo Barbosa, mediante Indicação no 2813, de 7 de agosto de 1986, solicitou que a Assembleia Legislativa enviasse apelo ao Secretário de Educação do Estado, Dr. Alexandre Kruse, para que se divulgasse, em todas as Secretarias de Educação dos Municípios, o convênio entre aquela Secretaria e o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas para Assistência ao Superdotado e ao Paranormal.

No ano seguinte, tendo em vista a rescisão do Convênio pela nova Secretária de Educação, a Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou a indicação no 901, de 25 de junho de 1987, do Deputado Antônio Mariano, para que seja encaminhado apelo ao Exmo. Sr. Governador do Estado, Dr. Miguel Arraes, bem como aos Secretários de Educação e de Trabalho e Ação Social, Dra. Silke Weber e Sr. Romeu da Fonte, respectivamente, no sentido de que seja mantido o convênio entre os mencionados Secretários e o I.P.P.P. - Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - e que seja dada atenção especial, não só aos trabalhos desenvolvidos, como também sejam liberados recursos para os projetos.

O Governador do Estado, porém, não atendeu ao apelo do Poder Legislativo.

O Diário de Pernambuco, em sua edição de 25 de janeiro de1986, publicou matéria sobre o aludido convênio.

            A jornalista Flávia de Gusmão, na edição de 9 de julho de 1987, no Caderno C, do Jornal do Commercio, escreveu o seguinte artigo, intitulado “Em Defesa do Superdotado”.

            “Muitos se lembram do "Caso do edifício Paris", na avenida Cruz Cabugá, onde, no ano passado, sem qualquer explicação aparente, garrafas, frascos de remédios, e outros objetos de vidro pipocavam no ar ou erguiam‑se movidos por uma força invisível e espatifavam‑se de encontro às paredes do apartamento.

            Poucos, entretanto souberam do desfecho do acontecimento. A imprensa e os curiosos foram mantidos a uma distância cautelosa pelos zeladores do prédio a pedido dos proprietários do apartamento afetado pelo fenômeno. Na verdade, o episódio que inicialmente tomou conotações sobrenaturais e trouxe no seu rastro exorcizadores, pais do santo, médiuns, padre e pastor evangélico foi resolvido por pesquisadores que descartam o além de tais acontecimentos e a eles se referem como fenômenos originados exclusivamente pela mente humana: os parapsicólogos

      Casos como este são encarados com seriedade científica pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas‑ I.P.P.P ‑ fundado em janeiro de 1973 e declarado de utilidade pública através da Lei Estadual n° 9.714. 0 I.P.P.P. é uma sociedade civil de natureza científica e sem fins lucrativos, que tem por finalidade o estudo e a pesquisa dos fenômenos paranormais, como também a divulgação da Parapsicologia.

      Centros de interesse do Instituto, o paranormal e o seu dom são investigados cuidadosamente pelos pesquisadores. A paranormalidade, explica o presidente do I.P.P.P. Valter da Rosa Borges, pressupõe um talento inato para determinada(s) atividade(s) que quando bem orientado e aproveitado pode trazer inúmeros benefícios para o indivíduo e a sociedade de um modo geral.

     Pensando dessa forma, foi que o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas firmou um convênio com a Secretaria de Educação de Pernambuco, ainda no governo anterior, no sentido de proporcionar condições, ao corpo docente da rede estadual de ensino, de identificar os alunos superdotados ou paranormais e, posteriormente, encaminhá‑los a uma orientação mais condizente com a sua característica.

     O projeto que chegou a nascer e vingar até a etapa referente a orientação dos professores, no entanto, se encontra estacionado no limbo típico de mudança de governo: a atual Secretaria de Educação, ainda não se posicionou quanto a continuação do curso durante o governo Arraes. Uma proposta também sem resposta, de ampliação deste serviço prestado pelo IPPP foi encaminhada à Secretaria de Trabalho e Ação Social, visando a conscientização da população de baixa renda, via CSUs, quanto a existência de eventual paranormalidade no seio da comunidade. O programa tentaria evitar práticas supersticiosas que poderiam trazer prejuízos, inclusive, à saúde do paranormal.

 

Paranormal ou Superdotado?

            Uma criança que aprende tudo com uma rapidez impressionante certamente é uma criança muito inteligente. Se ela é superdotada ou não, só testes específicos que medem seu coeficiente de inteligência poderão afirmar com total segurança. Na palavra "aprender" é que reside a diferença básica entre um superdotado e um paranormal. O paranormal não necessita de aprender nada. No seu inconsciente já reside toda a criatividade para, por exemplo, tocar "perfeitamente" um instrumento sem sequer ter aprendido as notas musicais, ou, pintar como um expert na primeira vez em que manuseia pincel e tintas. "É preciso ressaltar que a paranormalidade não é ter jeito para alguma coisa mas executar com perfeição uma atividade nunca antes desempenhada", destaca Rosa Borges. Por ser uma modalidade de superdotalidade, o paranormal é muito mais raro do que o superdotado propriamente dito. Crianças que parecem adivinhar fatos que realmente acontecem devem ser examinadas mais atentamente por seus mestres, completa o pesquisador.

     No caso específico da paranormalidade, a criança deve ser conduzida para encarar seu dom com naturalidade. A histeria e o pavor, principalmente por parte dos pais e familiares só servirá para aumentar o receio que geralmente acompanha estas experiências. Este potencial se não for trabalhado, adverte Rosa Borges, vai-se enferrujando com o tempo e, caso venha a se desenvolver, será feito de forma empírica e não científica.

            De uma certa forma, o projeto elaborado pelos pesquisadores do I.P P.P parece desaguar no nada. O reconhecimento e orientação dos paranormais e superdotados é, sem dúvida, um avanço na área educacional. No entanto, a identificação deve ser seguida de instalação da criança superdotada em uma escola especializada, onde ela possa desenvolver em sua plenitude o seu potencial. Escolas deste tipo, explica Borges, requerem um material humano muito especial. Os professores para superdotados devem ter QIs altíssimos para que possam exigir e obter respostas de seus alunos que, por contingência de suas características específicas são crianças com um nível surpreendente de curiosidade, perspicazes ao extremo e que, sem dúvida, encurralariam um docente menos preparado. Na opinião do presidente do I.P.P.P. esta escola deveria funcionar extracurricularmente como complemento dos estabelecimentos normais de ensino, como uma forma de "gastar" o que não foi aproveitado pelas classes convencionais.

      Num país onde se luta para dar condições básicas como saúde, educação e moradia à grande parte da população, uma escola que abrigasse gênios ou quase isso, poderia parecer utopia. No entanto, defende Borges, O Estado não pode desprezar um material humano de altíssima qualidade que é constantemente embotado pela falta de escolas adequadas. Estas mentes privilegiadas muitas vezes não estão nem num “corpore sano”, uma vez que este dom ocorre de forma aleatória sem distinção de raça, credo ou condições sociais dificultando, mais uma vez, aos menos favorecidos economicamente, a exploração de um potencial que a natureza lhe deu de graça.

Em 1987, Valter da Rosa Borges e Maury Ribeiro da Silva tiveram uma audiência com o então Secretário de Segurança Pública de Pernambuco, General Evilásio Gondim, e firmaram um acordo verbal de cooperação mútua, mediante o qual os casos sugestivos de fenômenos paranormais que fossem comunicados às Delegacias de Polícia do Grande Recife seriam, de logo, encaminhados ao I.P.P.P. para as necessárias investigações.

Para formalizar esse acordo de cooperação mútua, Valter da Rosa Borges, dias depois, apresentou ao Secretário de Segurança Pública do Estado de Pernambuco o Projeto de Investigação e Treinamento em Parapsicologia nas Atividades de Polícia cujos objetivos eram:

  1. a) a investigação de casos de “assombrações”, “fantasmas” e outros acontecimentos insólitos do mesmo gênero, que sejam comunicados às Delegacias de Polícia do Estado de Pernambuco;
  2. b) a preparação da Polícia Civil de Pernambuco para a utilização adequada dos recursos parapsicológicos na investigação alternativa de crimes misteriosos e na localização do paradeiro de pessoas desaparecidas.

O General Evilásio, entusiasmado com o Projeto, enviou circular às Delegacias de Polícia, determinando que “todos os casos de assombrações, fantasmas ou outros semelhantes, fossem investigados por especialistas”. Maury Ribeiro da Silva, representando o I.P.P.P., compareceu a diversas Delegacias de Polícia da Capital a fim de explicar detalhadamente a estratégia de trabalho a ser adotada a partir da assinatura do convênio.

Objetivo geral

            O Projeto de Investigação e Treinamento em Parapsicologia nas Atividades de Polícia objetiva:

  1. a) a investigação de casos de “assombrações”, “fantasmas” e outros acontecimentos insólitos do mesmo gênero, que sejam comunicados às Delegacias de Polícia do Estado de Pernambuco;
  2. b) a preparação da Polícia Civil de Pernambuco para a utilização adequada dos recursos parapsicológicos na investigação alternativa de crimes misteriosos e na localização do paradeiro de pessoas desaparecidas.
 

Objetivos específicos

a) Investigação de fenômenos paranormais pela equipe do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, em todo o Estado, mediante comunicação da Secretaria de Segurança Públicas;

b) Treinamento teórico e prático de policiais através de cursos especiais ministrados pela equipe de parapsicólogos do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas;

c) Desenvolvimento programado das aptidões paranormais de policiais civis, previamente selecionados, através de testes psicológicos.

 

População alvo

 

O projeto pretende atingir o universo constituído pela Polícia Civil de Pernambuco.

 

Justificativa

 

            A Parapsicologia, apesar de ser uma ciência ainda nova, já apresenta um vasto campo de aplicações práticas, notadamente nos países desenvolvidos, não só na Europa, mas nos Estados Unidos e União Soviética.

            Entre essas aplicações práticas da Parapsicologia destaca-se a utilização de paranormais nas atividades da Polícia, colaborando na investigação de crime de difícil solução, fornecendo pistas alternativas, não só nesses casos, mas também na localização de pessoas cujo paradeiro se ignora.

            No Brasil, não existe qualquer trabalho nesse setor e, por isso, o presente projeto constitui uma iniciativa pioneira, colocando a Polícia Civil de Pernambuco em posição destacada, ampliando sua estratégia operacional pela utilização de novos recursos científicos.

 

Metodologia

 

  1. Investigação, in loco, pela equipe de parapsicólogos do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, dos casos de “assombrações”, “fantasmas” e outros do mesmo gênero, por prévia comunicação da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco.
  2. Cursos especiais de Parapsicologia, constando de teoria e prática.
  3. Identificação, mediante testes parapsicológicos, de policiais dotados de aptidões paranormais.
  4. Treinamento programado dos policiais selecionados por suas aptidões parapsicológicas.

 

Recursos

 

  1. Humanos

O Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas fornecerá a sua equipe de pesquisadores e instrutores.

 

  1. Materiais

 

O Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas utilizará seus próprios recursos técnicos.

A Secretaria de Segurança Pública arcará com as despesas operacionais do projeto. Como complemento indispensável ao projeto, foi oferecido um Curso de Introdução à Parapsicologia, como descrito abaixo:

 

Curso de Introdução à Parapsicologia

Convênio:

Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco e Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas

 

População alvo:

Agentes e Delegados de Polícia selecionados pela Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco.

 

Objetivo geral: 

Atender ao interesse da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco de familiarizar os Agentes e Delegados de Polícia com os fenômenos paranormais e sua aplicação prática nas atividades policiais.

 

Objetivo específico:

Identificar os Agentes e Delegados de Polícia que demonstrem aptidões paranormais e, segundo as conveniências da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, treiná-los para o exercício de seus talentos parapsicológicos em investigação policial alternativa.

 

Estrutura:

O Curso constará de aulas teóricas e práticas, com duração de oito (8) horas. Será ministrado pelo Prof. Valter da Rosa Borges e pelo Dr. Ivo Cyro Caruso, do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, o qual também fornecerá o material didático de apoio. A Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, por sua vez, cederá uma das salas da Academia de Polícia para a realização do Curso.

 

Início: 

De 1 a 4 de março de 1988, no horário das 16:00 às 18:00 horas.

 

Programa:

  1. História da Parapsicologia e Conceitos Gerais.
  2. Classificação dos Fenômenos Paranormais. O Agente Psi.
  3. O Inconsciente em Parapsicologia.
  4. Telepatia e Clarividência.
  5. Psicometria e Radiestesia.
  6. Casas Mal-assombradas, Fantasmas e “Poltergeist”.
  7. Utilização Prática da Paranormalidade.
  8. Aspectos Éticos e Jurídicos da Fenomenologia Paranormal.

 

A iniciativa do I.P.P.P. foi bem recebida no mundo político.

A Câmara Municipal do Recife aprovou o requerimento no 2.753, de 9 de novembro de 1987, do Vereador Arquimedes Lacerda, consignando um voto de congratulações pelo acordo firmado entre a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Pernambuco, na pessoa de seu titular, General Alberto Evilásio de Barros Gondim e o I.P.P.P. - Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - através de seu Presidente, Prof. Valter da Rosa Borges, no sentido de que essa instituição preste assessoria àquela Secretaria nos casos de investigações técnicas de fenômenos perturbadores, de natureza paranormal.


O projeto do I.P.P.P. repercutiu na imprensa.

                                 

O jornalista Waldomiro Arruda, na sua coluna Retrato Falado, do Jornal do Commercio, publicou, nas edições de 8 de novembro e 2 de dezembro de 1987, dois artigos sobre o acordo entre o I.P.P.P. e a Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco.

Porém, com o pedido de exoneração do General Evilásio Gondim, o novo Secretário de Segurança Pública, Dr. Almeida Filho assegurou que o projeto da Secretaria do I.P.P.P. seria reativado e informou que uma equipe técnica estava estudando a possibilidade do convênio.

 

Na sua edição de 29 de maio de 1989, o Jornal do Commercio publicou matéria sensacionalista sobre o projeto de convênio entre o I.P.P.P. e a Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco.

Talvez a maneira, desastradamente jocosa, como foi tratado o assunto, tenha sido um dos fatores que influíram decisivamente no desinteresse demonstrado pelo novo Secretário de Segurança Pública pela aprovação do Projeto.

 

No mês de maio de 1991, Valter da Rosa Borges apresentou, pessoalmente, ao Governador do Estado de Pernambuco, Dr. Joaquim Francisco, o Projeto de Prospecção de Recursos Minerais e Hídricos por Meios Alternativos de Radiestesia.

  1. Histórico

 

O Dr. Lyall Watson, biólogo, arqueólogo e antropólogo britânico, em seu livro "SUPERNATUREZA"(Edições Melhoramentos, 1976) se pronuncia sobre as aplicações práticas da radiestesia, ou rabdomancia:

 

"Todas as principais companhias de água e de oleodutos nos Estados Unidos têm um rabdomante na sua folha de pagamento. O Ministério da Agricultura do Canadá tem um rabdomante permanentemente à sua disposição. A UNESCO contratou um rabdomante e geólogo holandês para efetuar investigações oficiais. Os engenheiros de duas divisões de fuzileiros navais dos Estados Unidos foram treinados durante a guerra do Vietnã para localizar com uma vara de rabdomante bombas e morteiros enterrados no chão. O exército da Tchecoslováquia tem um corpo permanente de rabdomantes reunidos numa unidade especial. Os departamentos de geologia das universidades de Moscou e Leningrado lançaram uma investigação em grande escala para apurar não se a rabdomancia funciona, mas como funciona."

 

E esclarece ainda:

 

"Na Rússia a pesquisa sobre a rabdomancia tem agora apoio oficial e já se estão fazendo grandes progressos ali."

 

  1. Justificativa

 

O Estado de Pernambuco é carente de recursos minerais, nos quais se incluem os mananciais subterrâneos de água.

As prospecções, tecnologicamente, exigem demorados estudos e um programa relativamente caro, tendo, como efeito, a necessidade de achados economicamente viáveis para fundamentar urna exploração de longo termo, entre 8 e 15 anos.

As pequenas propriedades necessitam de abastecimento de água retirada de pequenas profundidades, relativamente, de modo a não poder ser contempladas por um projeto caro, tornando-as distantes de um atendimento, obrigando-as à falta de um desenvolvimento e a uma queda de sua produtividade. De outra parte, os recursos minerais exigem sistemas complexos desde a prospecção até à instalação fabril. Geralmente, pequenos mananciais de recursos hídricos e minerais são colocados fora de cogitação tecnoeconômica, exploratória, porque não atendem aos elevados custos das diversas etapas do projeto. Um meio de reduzir despesas proviria de meios de prospecção alternativos.

No que se refere às fontes de água provenientes de pequenos mananciais no subsolo, de uma parte, têm a sua exploração afastadas dos macroprojetos econômicos, conquanto sejam uma das principais prioridades dos latifúndios, ou de proprietários de parcos recursos; doutra parte inexistem quaisquer tipos de ajudas governamentais, a nível municipal, aos meios alternativos de prospecção.

Ao projeto se engajariam rabdomantes ou radiestesistas selecionados e que seriam encontrados distribuídos pelas áreas mais necessitadas, o que não exigiria a utilização de grandes despesas de seus deslocamentos, uma vez que atuariam dentro de una região delimitada, nas vizinhanças de sua residência, em princípio.

 

  1. Contrato de risco

 

Trata-se de um projeto pioneiro no Brasil com o aproveitamento dos recursos humanos para a prospecção dos recursos hídricos e minerais desse Estado, a baixo custo.

Considera-se um contrato de risco, desde que:

a) existe a possibilidade de serem encontrados poucos radiestesistas ou rabdomantes em Pernambuco, ou mesmo nos Estados vizinhos;

b) é possível que os radiestesistas ou rabdomantes selecionados não tenham êxito, por circunstâncias as mais diversas, nas suas prospecções parapsicológicas (testes de laboratórío e/ou de campo);

c) é possível que existam raros recursos hídricos e minerais numa escala insuficiente para a sua detectação e aproveitamento.

Diferentemente dos contratos de risco que envolvem alta tecnologia e custos operacionais altíssimos, a prospecção radiestésica é de natureza artesanal e de custo muito baixo, relativamente. Em contrapartida, o êxito dessa investigação parapsicológica poderá trazer resultados de importância inestimável para a economia de Pernambuco.

 

  1. Objetivo geral

 

4.1 Âmbito das Expectativas

O Projeto visa obter uma indicação de fontes minerais e de mananciais de água do subsolo, em se utilizando de meios alternativos e de reduzido custo de prospecção.

Seriam alcançados os melhores desempenhos esperados, contando com os rabdomantes ou radiestesistas selecionados, mediante o maior grau de seus acertos, cuja confiabilidade resultaria testes através de observações em laboratório e no campo (testes parapsicológicos).

 

4.2 Objetivos Específicos

Abrange as identificações, cadastramento, informações e mapeamento, como se segue:

  1. a) Identificação de paranormais portadores da habilidade radiestésica (rabdomântica);
  2. b) Identificação de áreas carentes de fontes hídricas;
  3. c) Identificação de áreas que dispõem de reservas minerais de pequeno porte;
  4. d) Cadastramento dos radiestesistas do território de Pernambuco, por região e especialidade;
  5. e) Comunicação às autoridades municipais e estaduais, referente às localizações das reservas identificadas pelos radiestesistas, para as respectivas orientações às populações locais e empresários interessados;
  6. f) Mapeamento das regiões prospectadas e identificação dos recursos.

 

  1. População alvo

 

O Projeto pretende identificar um grupo de radiestesistas espalhados no Estado que, através de um levantamento e cadastramento de suas habilidades paranormais, no âmbito da radiestesia, possa prestar seus serviços à sua comunidade de maneira orientada e assistida pelas autoridades.

O Projeto visará atingir e assistir uma população alvo distribuída nas diversas regiões carentes de recursos minerais e hídricos do Estado, provenientes de pequenos mananciais, a qual deverá tornar-se conhecedora dos recursos de suas respectivas regiões, tendo por finalidade, sempre que possível, a sua imediata exploração.

O Projeto também tratará de identificar os recursos minerais de modo a facilitar a tarefa de orientação dos empresários interessados em desenvolver prospecções exploratórias de maior vulto, naqueles locais, que ainda não foram envolvidos em qualquer outro tipo de determinação, quer tecnológica (de alto custo), quer alternativa (de reduzido custo).

 

  1. Metodologia

 

As atividades a serem desenvolvidas visam diversas etapas metodológicas a serem atingidas através de três grandes fases:

6.1 Primeira fase:

  1. a) Comunicação, através da imprensa, que o I.P.P.P. busca identificar paranormais com habilidade radiestésica em atividade, em todo o território do Estado de Pernambuco.
  2. b) Avaliação da capacidade dos paranormais identificados com possibilidade de integrar o projeto de prospecção radiestésica no Estado de Pernambuco.
  3. c) Cadastramento e seleção dos radiestesistas a serem integrados no projeto, quanto ao grau de confiabilidade obtidos nos testes, em sua habilidade.
  4. d) Estratégia da pesquisa a ser definida.

6.2 Segunda fase:

e) Distribuição dos radiestesistas de acordo com as diversas áreas do Estado, conforme a proximidade com as suas residências, visando reduzir custos de transportes, diárias etc...

f) Orientação das diversas atividades a desempenhar em cada área, identificando e mapeando os locais de prospecção e os locais sugeridos pelo radiestesista.

g) Distribuição de mapas regionais e fichas ou formulários de observação das diversas indicações obtidas pelo radiestesista.

h) Recursos necessários às diversas atividades.

i) Avaliação e triagem das atividades registradas.

6.3 Terceira fase:

j) Definição do fluxo de atividades a ser definido, de acordo com o Convênio.

k) Metodologia e técnicas a serem usadas na orientação dos radiestesistas, na busca e identificação do recurso mineral e na avaliação e triagem das atividades.

l) Mapeamento dos resultados, definição e identificação dos recursos das áreas prospectadas.

m) Recursos necessários classificados de acordo com um critério de prioridade estabelecido entre as partes do Convênio.

 

  1. Recursos

Detalhamento e definição serão determinados na etapa do desenvolvimento do Convênio e como conhecimento do levantamento tratado em 6 (Metodologia, lª fase):


7.1 Humanos

Paranormais radiestésicos selecionados, a definir de acordo com a metodologia anteriormente especificada. A quantidade de paranormais radiestésicos deverá ser definida depois do levantamento tratado em 4.2 e 6, linhas acima mencionados.

Três parapsicólogos do I.P.P.P., sendo que um deles trabalhará no acompanhamento de todas as fases, em tempo integral, desde que possível e quando houver necessidade.

7.2 Materiais:

  • Testes parapsicológicos com os rabdomantes identificados e selecionados.
  • Sala para os testes.
  • Fichas de observação e de controle.
  • Questionários e avaliações.
  • Mapas das microrregiões atingidas, do Estado de Pernambuco
  • Transporte e estadas, alimentação etc...
  • Material de expediente e xerox, postagem etc...

7.3 Financeiros:

  • Inserção, em Jornal de ampla tiragem e distribuição no Estado, de um apelo de apresentação ou chamamento ao I.P.P.P, de rabdomantes e radiestesistas da região de Pernambuco e Estados vizinhos.
  • Honorários de um parapsicólogo em tempo integral.
  • Honorários dos radiestesistas, por suas atividades.
  • Custos dos testes parapsicológicos.
  • Custos diversos a serem definidos: preparação, redação, publicação da pesquisa, custos de cópias dos mapas regionais etc.
  • Custos de material de expediente, de xérox, de cópias de mapas regionais utilizados na fase de pesquisa e na fase de indicações das diversas microrregiões.
  • Custos de transportes, diárias, hospedagem, alimentação e outras relacionadas dos deslocamentos, quando necessários.

 

Embora o Governador Joaquim Francisco de Freitas Cavalcanti tivesse demonstrado interesse pelo projeto e determinado a sua remessa à Secretaria competente, o I.P.P.P. não recebeu qualquer resposta sobre o destino do mesmo.

 

Em abril de 1993, o IPPP apresentou àquela Secretaria o Projeto de Assistência aos Paranormais de Pernambuco, para ser implantado naquela Secretaria através da Diretoria de Coordenação dos Centros Sociais Urbanos.

  1. Tema

Assistência aos paranormais do Estado de Pernambuco, nos Municípios de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, em cumprimento ao Artigo 174 da Constituição de Pernambuco, por ser o IPPP a única instituição científica e cultural não só de nosso Estado, como também de toda a Região Nordeste, que realiza o estudo e a pesquisa dos fenômenos parapsicológicos, além de dar orientação necessária aos indivíduos neles envolvidos.

 

  1. Objetivo

Busca concretizar objetivos imediatos que subsidiam a consecução de outros, mediatos, cuja relevância se faz na medida em que contribuem, efetivamente, para o bem estar das pessoas em epígrafe.

 

2.1 Objetivos imediatos

Visam a identificação e consecutivo cadastramento dos paranormais pernambucanos, nos Municípios supracitados, a partir do que se poderá orientá-los e a seus familiares e/ou pessoas outras envolvidas, prestar-lhes a assistência necessária, inclusive treinamento para o desempenho adequado de suas aptidões parapsicológicas, dentro do conhecimento vigente, no âmbito da Parapsicologia. A assistência será sistemática, nos termos da norma constitucional, esclarecendo que a consecução desses objetivos ocorrerá a partir de um trabalho conjunto com os CSUS (Centros Sociais Urbanos).

 

2.2 Objetivos mediatos

Visam o esclarecimento da comunidade sobre a natureza dos fenômenos paranormais, preservando-a contra as práticas supersticiosas que tantos malefícios vem causando a saúde física, mental e social das pessoas de todas as camadas sociais, principalmente a classe pobre, algumas vezes implicando inclusive em prejuízo financeiro. Ao mesmo tempo, fornece subsídios para novos estudos e consecutivas pesquisas, que levam a um maior conhecimento dos fenômenos e, consequentemente, a informações relevantes para incrementar a  assistência que se faz mister a essas pessoas.

 

  1. Justificativa

 

Diz a Constituição do Estado de Pernambuco, em seu Artigo 174:

 

"O Estado e os Municípios, diretamente ou através do auxílio de entidades privadas de caráter assistencial, regularmente constituídas, em funcionamento e sem fins lucrativos, prestarão assistência aos necessitados, ao menor abandonado ou desvalido, ao superdotado, ao paranormal e à velhice desamparada".

 

O IPPP é a única instituição científica e cultural, sem fins lucrativos, declarada de utilidade pública estadual (Lei Nº 9.714/85) e de utilidade pública municipal (Lei Nº 14.840/86), devidamente credenciada, portanto, para dar cumprimento à referida norma constitucional, prestando assistência ao paranormal.

Através do presente projeto, uma vez identificada e cadastrada a população paranormal pernambucana, nos referidos municípios, saber-se-á quem necessita da citada assistência, a qual só poderá ser efetivada pelo IPPP, visto tratar-se de uma instituição que há 20 (vinte) anos estuda, pesquisa e orienta o indivíduo paranormal, sem ter tido, no entanto, a oportunidade de estender todo esse trabalho a um maior número de pessoas, o que será possível com a viabilização deste projeto.

Também é preciso ressaltar que, na medida em que se tiver o público alvo identificado e cadastrado, poder-se-á proceder novas pesquisas, inclusive treinamento, testes, o que acarretará um maior conhecimento do fenômeno paranormal e, evidentemente, do indivíduo paranormal, haja vista que toda separação será didática (não se pode dissociar o fenômeno do indivíduo no qual se manifesta). Como consequência lógica, poder-se-á visualizar que esse mesmo conhecimento levará a uma melhor compreensão do objeto de estudo e, consequentemente, trará subsídios para a orientação, o treinamento e, principalmente, para a assistência necessária ao paranormal.

Em última instância, o projeto contribuirá para o desenvolvimento da Parapsicologia em Pernambuco, como resultado de uma ação conjunta do IPPP com a Secretaria de Trabalho e Ação Social.

 

  1. População-alvo

 

Os paranormais e seus familiares e/ou pessoas outras envolvidas, nas áreas de atuação dos CSUS - CENTROS SOCIAIS URBANOS do Estado de Pernambuco, existentes nos Municípios de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

 

  1. Metodologia

 

O projeto abrangerá os Municípios de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, sendo iniciado no Município do Recife, especificamente no CSU do bairro da Mustardinha e se desdobrará em 02 (duas) fases:

 

1ª Fase

 

            1.1 Discussão com o Coordenador de cada CSU, sobre os detalhes da implantação do projeto, para adequação necessária à realidade local, solicitando que seja providenciada divulgação à referida comunidade, pelos meios de comunicação existentes, tais como jornal, rádio, afixação de cartazes etc.

 

1.2 Treinamento, quando necessário, do pessoal dos CSUS, na hipótese de sua participação na execução do projeto.

 

1.3 Período de duração dessa fase: 30 ( trinta ) dias para cada CSU.

 

2ª Fase

 

2.1 Atendimento ao público, em sala devidamente equipada, em cada CSU, em dias e horários compatíveis com a estrutura dos mesmos. Este atendimento será feito pela equipe do IPPP ou pelo pessoal do CSU, devidamente habilitado para esse fim. Atendimento máximo em cada CSU: 10 (dez) pessoas por dia.

 

2.2 Remessa das fichas de atendimento para o Departamento Científico do IPPP, para análise dos casos.

 

2.3 Convite, através do CSU, às pessoas selecionadas como possíveis paranormais para comparecerem ao IPPP, onde serão submetidas à investigação parapsicológica.

 

2.4 Cadastramento das pessoas consideradas paranormais para prestação, por parte do IPPP, de assistência permanente às mesmas, no que concerne ao seu talento parapsicológico.

 

2.5 Orientação aos familiares dos paranormais a respeito da natureza desses fenômenos.

 

2.6 Esta fase se estenderá até o término do convênio firmado entre o IPPP e o Governo do Estado, através de sua Secretaria de Ação Social, ou mediante resilição unilateral de qualquer das partes, com 30 (trinta) dias de antecedência.

 

  1. Recursos humanos

 

Os recursos humanos do projeto serão constituídos pela equipe do IPPP e, quando necessário, pelo pessoal dos CSUS, treinado pelo IPPP e ainda por pessoal administrativo, contratado pelo IPPP ou cedido pelo Estado,

 

  1. Recursos materiais

 

O projeto utilizará os seguintes recursos materiais:

 

  •             Salas para serviços administrativos em condições de operacionalidade.
  •             Salas adaptadas para entrevistas e aplicação de testes.
  •             Sala para atendimento parapsicológico à comunidade nos CSUS, com escrivaninha, cadeiras e máquina de datilografia.

 

  1. Recursos financeiros

 

Em se considerando que este é um projeto pioneiro, surgem algumas dificuldades para quantificar o número de pessoas beneficiadas, bem como determinar o correspondente custeio.

O custo total do projeto, considerando seu período de realização de maio/93 a março/95, calculado em cruzeiros em abril/93, é da ordem de Cr$ 500.000.000,00 ((Quinhentos milhões de cruzeiros).

 

Recife, 19 Abril de 1993.

 

Valter da Rosa Borges

Presidente do IPPP

 

Em abril de 1993, o IPPP criou o Projeto de Assistência Parapsicológica nos Hospitais Estaduais de Pernambuco, visando criar a Parapsicologia Hospitalar.

  1. Justificativa

Desde as pesquisas realizadas, principalmente pelos Drs. Raymond A. Mood Jr e Karlis Osis, em pacientes que, no curso de tratamento médico e/ou cirúrgico nos hospitais, passaram por singulares experiências psíquicas, evidenciou-se, de logo, a importância de uma investigação sistemática e profunda destes fenômenos por seu significado, para uma compreensão cada vez mais ampla da natureza humana.

Por isso, pioneiramente, o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas - I.P.P.P. -, mediante este projeto, propõe-se a inaugurar uma especialidade em Parapsicologia, a qual denominará de Parapsicologia Hospitalar, com o propósito de não apenas aprofundar a investigação desses fenômenos, como também e, principalmente, prestar assistência às pessoas que, no período de sua hospitalização, passaram por experiências paranormais.

Este projeto, se aprovado pelo Governo do Estado, constituirá mais um avanço espetacular da Parapsicologia em Pernambuco, quando se sabe que o nosso Estado, graças ao trabalho que vem realizando o I.P.P.P., é considerado um dos polos mais importantes dessa ciência no Brasil.

 

  1. Objetivo imediato

Visa o atendimento parapsicológico nos hospitais estaduais, inicialmente na área metropolitana, ampliando os serviços oferecidos aos pacientes internados.

 

  1. Objetivo mediato

Visa implementar a pesquisa dos fenômenos paranormais nos hospitais e a conscientização da classe médica e paramédica, quanto à importância e significado dessas experiências na vida dos pacientes.

 

  1. População alvo

Os pacientes internados e também os respectivos acompanhantes nos casos em que estes últimos tenham sido afetados por essas experiências.

 

  1. Metodologia

O I.P.P.P. designará, para cada hospital, um parapsicólogo de sua equipe, o qual fornecerá à direção daquela unidade nosocomial o seu endereço para as necessárias comunicações.

Toda vez que o paciente, seu acompanhante e/ou responsável, solicitar a presença de um parapsicólogo, a direção do hospital entrará, de imediato, em contato com o representante do I.P.P.P. para a prestação do atendimento parapsicológico.

 

A direção do hospital auxiliará o I.P.P.P. na divulgação deste atendimento entre os pacientes internados e assegurará ao parapsicólogo plena liberdade de ação no seu exercício profissional, observadas as conveniências especificas de cada caso.

 

  1. Recursos humanos

Serão constituídos pela equipe do I.P.P.P., integrada por parapsicólogos com formação médica ou psicológica.

 

  1. Recursos materiais

Serão constituídos de material técnico-administrativo especifico para a finalidade do projeto.

 

  1. Recursos financeiros

Por se tratar de um projeto pioneiro, os recursos destinados para a sua realização terão, inicialmente, um valor convencionado na elaboração do convênio entre o I.P.P.P, e o Governo do Estado de Pernambuco, através de sua Secretaria da Saúde.

 

Recife, 17 de Maio de 1993

 

Valter da Rosa Borges

 

O Diário de Pernambuco, de 25 de abril de 1993, entrevistou Valter da Rosa Borges e Luiz Carlos Diniz sobre o projeto do IPPP de assistir pacientes de hospitais que vivenciaram, no período de seu internamento, experiências paranormais. Os médicos parapsicólogos do IPPP, sob a coordenação de Luiz Carlos Diniz, pretendiam, com isso, inaugurar uma especialidade na Parapsicologia - a Parapsicologia Hospitalar -, conforme projeto já aprovado pela Diretoria do IPPP.