Experimentos e Testes

As primeiras experiências de transcomunicação instrumental (TCI) se iniciam em uma das salas do Centro Espírita Caminhando para Jesus. Faziam parte do grupo experimental Valter da Rosa Borges, Aécio Campello de Souza, João Alves de Andrade e José Aurélio Farias. Os resultados obtidos foram insatisfatórios e as experiências duraram apenas alguns meses.

Ivo Cyro Caruso realiza práticas de meditação induzida por aparelhos.

Aderbal Pacheco e Geraldo Fonsêca Lima iniciam experiências de vivências paranormais.

Valter da Rosa Borges utiliza sessões de relaxação como facilitador de experiências paranormais.

São realizadas, no IPPP, experiências com pirâmides, radiestesia e percepção de aura.

Sob a direção de Aécio Campello de Souza é montada uma máquina Kirlian, pelo então estudante de Física, Ivanilson Luiz da Silva, de conformidade com o esquema elétrico que foi gentilmente enviado ao I.P.P.P. por Hernani Guimarães Andrade em 1974.

Ivo Cyro Caruso inicia, de 1978 a 1981, a montagem de diversos aparelhos para o laboratório do IPPP.

Ivo Cyro Caruso montou, no IPPP, um modesto laboratório, constituído de uma aparelhagem simples e alguns dispositivos eletrônicos, entre os quais pêndulos de diversos modelos, “dual-rod.”, bússolas, baralhos Zener, dados, psicômetro (25 tubos contendo cada um metal e uma esfera de madeira como testemunho do metal contido no tubo, sendo 5 metais diferentes distribuídos aleatoriamente), pirâmides de mármore e de vidro, ímãs fortes etc. E elaborou esquemas de aparelhos de pesquisa e, sob sua orientação, foram montados dispositivos eletrônicos, tais como metrônomos, eletroscópio à válvula, eletroscópio transistorizado, detector de ondas alfa (faixa de 10 a 11 Hz de operação), detector acupontos (pontos de acupuntura), dado eletrônico, sequencial aleatório de 1 a 6 (tipo painel), detector de campo eletromagnético, medidor de resistência de pele (que é utilizado em experimentos com plantas), gerador de ruído branco, gerador de barras (a acoplar a TV para acompanhar variações da resistência da pele etc.).

É elaborado um Manual do IPPP para servir de orientação às   pesquisas parapsicológicas.

De 1978 a 1985, a equipe do IPPP realiza pesquisas públicas do fenômeno paranormal no Recife, em hospitais, com entrevistas de médicos e enfermeiras, assim como de estudantes da Faculdade de Direito e Faculdade de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco; da Escola Politécnica, pertencente à Fundação do Ensino Superior de Pernambuco, hoje, Universidade de Pernambuco; da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda; e da Faculdade de Direito da Universidade Católica de Pernambuco.

Valter da Rosa Borges cria os seguintes testes:

 

Psi-gestalt

Nesse teste, o experimentador distribuía as 25 cartas do baralho Zener num quadro de 5 colunas, contendo cada qual 5 cartas, ou mesmo numa só coluna, vertical ou horizontal. Em seguida, o pesquisado procurava adivinhar, de uma só vez, todas as cartas assim distribuídas. Os testes realizados com essa nova técnica, usando-se a telepatia ou a clarividência, revelaram que os seus resultados, quanto ao índice estatístico, em nada diferiam daqueles esperados pelo método Zener tradicional.

A diferença básica entre a Psi-Gestalt e o método Zener tradicional é que, neste, as cartas são lançadas sucessivamente e, naquele, as cartas são enviadas simultaneamente ao pesquisado, seja numa experiência de telepatia seja de clarividência.

Outra diferença é que nos testes de Psi-Gestalt não há que se falar em carta-alvo, eliminando-se, por conseguinte, a possibilidade do efeito de deslocamento.

A vantagem da Psi-Gestalt é a sua rapidez, pois muitos testes podem ser feitos num menor espaço de tempo, sem fatigar demais o pesquisado, diminuindo a incidência do efeito de declínio.

As primeiras experiências com esse novo teste demonstraram que a Psi-Gestalt é mais atrativa e lúdica do que o teste Zener tradicional, mantendo, assim, por tempo maior, a motivação dos pesquisados pela pesquisa.

 

Psi-gestalt em carta preferida

 Trata-se de uma variação do experimento Psi-Gestalt, sendo que, nesse teste, o pesquisado, após declarar sua figura preferida, procura indicar onde se encontram as cinco cartas que a contêm no meio das demais.

 

Teste de seleção de padrões psíquicos semelhantes

Esse teste visava selecionar pessoas que apresentavam tendência de escolhas coincidentes ou padrões psíquicos semelhantes.

Os participantes, isoladamente, desenhavam os signos Zener, formando 5 colunas com 5 cartas cada uma, ou apenas uma coluna vertical ou horizontal. Em seguida, os testes eram recolhidos a fim de se averiguar as coincidências na distribuição dos signos nas colunas entre os participantes.

A repetição dos testes determinava quais as pessoas que entre si apresentavam maior número de coincidências.

Os resultados do experimento foram bastante animadores.

 

Telepatia cruzada

Esse teste se baseou na pressuposição de que as pessoas podem influenciar-se reciprocamente numa experiência telepática. Concebeu, por isso, um experimento no qual duas pessoas, em salas separadas e sem qualquer possibilidade de comunicação física entre elas, tentam, não só perceber o que a outra está sentindo, mas também transmitir-lhe as suas sensações e pensamentos. Tudo isso era devidamente anotado por ambas. A experiência tinha a duração máxima de quinze minutos e, ao seu término, as anotações eram cotejadas entre si a fim de se detectar as suas convergências. Infelizmente, a experiência não foi satisfatoriamente utilizada.

 

Telessomatização experimental

Nesse teste, a pessoa escolhida pelo pesquisador procurava sentir o que se passava, física e/ou psiquicamente, com uma outra, a qual, durante toda a experiência, permanecia em silêncio, sem negar ou afirmar nada do que estava sendo dito a seu respeito. Ela era orientada no sentido de procurar se sentir como se fosse aquela outra pessoa, a fim de aprofundar o seu grau de envolvimento no processo de telessomatização. Os resultados não foram animadores.

 

Teste de transmissão telérgica

Esse teste tinha por objetivo averiguar se uma pessoa que se dizia dotada de poderes psíquicos curativos era capaz de transmitir sua telergia para uma moeda, utilizando-se para isso os recursos da kirliangrafia. Os voluntários que se julgavam com essa aptidão não tiveram qualquer êxito na experiência. Os registros kirliangráficos não apresentaram qualquer modificação na aura da moeda após cada tentativa.

Valter da Rosa Borges concebeu um experimento de sondagem do inconsciente, a que deu o nome de prospecção psi, com o intuito de liberar o poder criativo da mente humana. Para isso, utilizando de um processo sugestivo, procurava situar o psiquismo da pessoa pesquisada em situações tempo-espaciais preestabelecidas, seja no passado ou no futuro, estimulando-a a improvisar soluções à guisa de exercício de sua capacidade criativa. Nos processos de retrocognição e precognição experimental, ela era induzida a regredir ou a progredir no tempo em busca de civilizações passadas ou futuras.

Em outra modalidade desse experimento, o pesquisado era induzido a se deslocar psiquicamente para dimensões imaginárias, realizando “viagens” de inspeção em outros mundos físicos ou extrafísicos.

As pessoas submetidas à experimentação não demonstraram, no entanto, uma capacidade criativa acima do seu desempenho intelectual consciente.

Em 6 de maio de 1981, entrevistado pelo Diário de Pernambuco sobre as pesquisas do IPPP, Valter da Rosa Borges fez um relato desse experimento e observou:

"Nas nossas experiências de sondagem do inconsciente, frequentemente nos deparamos com manifestações bem elaboradas de personalidades secundárias, as quais, em certos ambientes religiosos e desavisados, seriam catalogadas como “espíritos”. A mente humana é tão fértil que, em circunstâncias especiais, é capaz de criar réplicas psíquicas de si mesma e elaborar “romances subliminares”, principalmente quando a personalidade vigílica é inidônea para utilizar, adequadamente, o material disponível de suas forças criadoras”.

 

Reforço do sinal telepático

Esse experimento tinha por finalidade melhorar o sinal telepático pela colaboração de duas ou mais pessoas, junto ao telepata emissor, na transmissão de cada uma das cartas Zener.

No final de uma série de experiências, era confrontada a média obtida pelo receptor no teste Zener comum com a média obtida por ele no experimento com reforço grupal.

As experiências realizadas foram, porém, de pouca significação.

Valter da Rosa Borges fez a adaptação de um experimento originariamente qualitativo, inventado pelo Dr. Eugene Osty, para um modelo quantitativo-estatístico-matemático.

O experimento consistia em substituir as cinco cartas do baralho Zener por cinco pessoas, as quais, aleatoriamente, sentar-se-ão numa determinada cadeira.

Cada pessoa corresponde a uma carta e se senta na cadeira à medida que sua carta é retirada do baralho. Cada experiência, portanto, consta de 25 tentativas.

Sempre que possível, os participantes do experimento deverão ser conhecidos do pesquisado e este, previamente, indicará com qual daqueles parece afinar-se melhor.

O pesquisado fica em outro aposento, à porta fechada, convencionando-se um sinal, preferentemente luminoso, para que ele tome conhecimento de que a cadeira já se encontra ocupada por uma das cinco pessoas. Também através de sinal luminoso, ele comunica ao experimentador que já escreveu, no papel do teste, o nome da pessoa que imagina estar sentada na cadeira.

Nesse teste, não há preocupação de se estabelecer distinção entre telepatia e clarividência, admitindo-se a possibilidade de convergência dos dois fenômenos.

A sua grande vantagem consiste na substituição de símbolos, emocionalmente inertes, por pessoas, o que, possivelmente, aumentará o índice de acertos do pesquisado. Assim, em vez de uma só pessoa - o pesquisado - envolvida no experimento, haverá também a participação emocional das outras que, aleatoriamente, sentar-se-ão na cadeira. Cada uma, por certo, "torce" para que o pesquisado acerte, quando ela estiver sentada na cadeira.

As experiências realizadas demonstraram que o teste da cadeira vazia apresenta melhores resultados do que aqueles obtidos com o baralho Zener.

Ivo Cyro Caruso elabora esquemas de aparelhos de pesquisas para o IPPP.

Ivo Caruso elabora várias minutas de testes estatísticos e procedimentos experimentais.
Essa atividade se estenderá até 1990.

Começa a ser analisada no IPPP a terapia de vidas passadas, trazida ao Brasil por Ney Prieto Peres e sua esposa, Maria Júlia Prieto Peres. O objetivo de pesquisa era investigar até que ponto este experimento facilitaria a criatividade psi, mesmo como procedimento compensatório de problemas existenciais. Os resultados iniciais, porém, não foram suficientes para motivar a continuidade da investigação.

Em 30 de setembro de 1989, Ronaldo Dantas Lins Filgueira reformula o baralho Zener, utilizado em experimento de psi-gama com os paranormais, baseado no desvio topológico efetuado pelo psiquismo e propôs o uso do baralho I.P.P.P. em que as figuras quadrado e estrela do referido baralho Zener foram substituídas pela interrogação e pelo símbolo do infinito.

Por ocasião do VII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, Ronaldo assim fundamentou a sua crítica ao baralho Zener:

            “Supondo que os fenômenos de psi-gama ocorrem como homeomorfismo entre espaços topológicos, figuras topologicamente idênticas poderiam ser percebidas como a mesma figura, resultando em erro na avaliação estatística.

            As cinco figuras Zener são apenas topologicamente três: o círculo é idêntico ao quadrado e a cruz é idêntica à estrela. Assim, experimentos considerados como de baixo índice de acertos poderão ter, na realidade, um alto índice de êxitos.

            Para evitar este erro, propomos um baralho constituído por figuras topologicamente distintas, como, por exemplo, onda, cruz, coroa circular (círculo), interrogação e o símbolo do infinito ou o número oito.”

Nova pesquisa em transcomunicação instrumental na sede do I.P.P.P., na rua da União, mas os resultados não foram animadores.

Experimento em transcomunicação instrumental, no dia 28 de agosto, na residência de Perseu Lemos, com a participação de Valter da Rosa Borges e Edson Duarte e relatado por Ronaldo Dantas Lins no seu livro “Vozes Eletrônicas Paranormais. Uma abordagem científica”, publicado em 2011.

Experimentos de visão remota Buenos Aires-Recife sob a coordenação de Jalmir Brelaz e Naun Kreiman com Simone Wanderley de Freitas, na condição de receptora, cujos resultados foram satisfatórios.

 Experimento em Transcomunicação Instrumental, na sede do IPPP, em 8 de novembro e relatado por Ronaldo Dantas Lins no seu livro “Vozes Eletrônicas Paranormais. Uma abordagem científica”, publicado em 2011.

Nova série de experimentos de visão remota Buenos Aires-Recife sob a coordenação de Jalmir Brelaz e Naun Kreiman.

O IPPP monta a sua cabina psicomântica.

Experiências de visão remota Recife-Curitiba, coordenadas por Jalmir Brelaz de Castro e Fábio Silva.

Experimento em Transcomunicação Instrumental, na sede do IPPP, em 4 de setembro e relatado por Ronaldo Dantas Lins no seu livro “Vozes Eletrônicas Paranormais. Uma abordagem científica”, publicado em 2011.

Experimento em Transcomunicação Instrumental, em 24 de setembro, na sede do IPPP e relatado por Ronaldo Dantas Lins no seu livro “Vozes Eletrônicas Paranormais. Uma abordagem científica”, publicado em 2011.

Experimento em Transcomunicação Instrumental, na sede do IPPP, em 4 de fevereiro e relatado por Ronaldo Dantas Lins no seu livro “Vozes Eletrônicas Paranormais. Uma abordagem científica”, publicado em 2011.

Experiência de visão remota, na sede do IPPP. Participação de Terezinha Acioli Lins e Sederson Dantas Silva. Pesquisador: Jalmir Brelaz de Castro.

Experimentos em Transcomunicação Instrumental, na sede do IPPP, em 7 de junho e em 19 de julho e relatados por Ronaldo Dantas Lins no seu livro “Vozes Eletrônicas Paranormais. Uma abordagem científica”, publicado em 2011.