RELATÓRIO DE PESQUISA DE CAMPO
LOCAL:
FORTE DAS CINCO PONTAS
EQUIPE REALIZADORA:
Recife, 12 de dezembro de 2016
APRESENTAÇÃO
Este relatório contém as informações, dados, registros, entrevistas e equipamentos utilizados durante investigação de campo realizada no Forte das 5 Pontas, em Recife, realizada com a devida autorização concedida pela Diretoria do Forte.
O presente documento é o resultado final da coleta de dados, análise e interpretação do que foi obtido. Todas as informações foram registradas por pessoas competentes, devidamente treinadas por profissionais reconhecidos, pertencentes ao corpo de pesquisadores e docentes do INSTITUTO PERNAMBUCANO DE PESQUISAS PSICOBIOFÍSICAS (IPPP). O rigor da coleta de dados segue os padrões atuais de metodologia e pesquisa científicos adotados por pares (leia-se: parapsicólogos independentes ou associados a universidades ou outros centros de pesquisa), em sua maioria reconhecidos pela sua competência.
Todas as informações presentes referem-se única e exclusivamente às atividades realizadas pelo NIP (NÚCLEO DE INVESTIGAÇÕES PSICOBIOFÍSICAS) ligado ao IPPP realizados durante a noite de 08 a 09 de outubro de 2016. O IPPP responde pelo presente relatório e sua Diretoria está disponível para eventuais esclarecimentos.
Olinda, 12 de dezembro de 2016
Att,
Wendel Teles Pontes
Presidente do IPPP
Membro Associado da Parapsychological Association (EUA)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO | 4 |
O que é uma construção mal-assombrada? | 5 |
Do Forte das Cinco Pontas | 5 |
METODOLOGIA | 7 |
Distribuição da Equipe do NIP | 7 |
Pré-investigação | 8 |
Durante a Investigação | 12 |
Equipamentos | 12 |
Pós-investigação | 15 |
RESULTADOS | 15 |
Entrevistas | 15 |
Experiências Subjetivas | 16 |
Experiências subjetivas observadas por apenas 1 pessoa | 16 |
Józimo Eloi | 16 |
Carolina Belém | 16 |
Ana Flávia | 17 |
Experiências subjetivas observadas por mais de uma pessoa simultaneamente | 17 |
Oscilação do detector de campo eletromagnético | 17 |
Interferência no comunicador no túnel de fuga | 18 |
Vulto no túnel de fuga | 18 |
Experiências Objetivas | 18 |
Registro de áudio | 18 |
EVP 1 – “Ai, minhas costas…” | 20 |
EVP 2 – “Me larguem…” | 21 |
Registro fotográfico: túnel de fuga | 21 |
CONSIDERAÇÕES FINAIS | 23 |
ANEXOS |
SIGLAS DESTE RELATÓRIO
Haunting: Assombração. Termo inglês utilizado para as experiências de aparição, escuta de passos, vozes, batidas de portas e outros sons de origem paranormal, arrepios etc.
Forma residual – Experiência de Haunting que não demonstra a existência de uma inteligência como fator causal mas a repetição de imagens e/ou sons, de forma mecânica, reflexo de alguma forma de resíduo “energético” ou equivalente, devido a eventos traumáticos ocorridos no local, no passado.
Seção de EVP – Gravação de vozes eletrônicas paranormais (vozes humanas de origem desconhecida), abreviação do termo inglês Eletronic Voice Phenomenon
INTRODUÇÃO
O Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas (Doravante chamado IPPP), Instituição de Utilidade Pública Municipal e Estadual, que há quarenta e três anos vem realizando estudos e pesquisas no campo dos fenômenos ditos psíquicos (ou anômalos) possui uma equipe especializada e capacitada para trabalhos de campo, conhecida como Núcleo de Investigações Psicobiofísicas (Doravante chamado de NIP).
O NIP tem por objetivo sondar locais ditos “assombrados” em Pernambuco, notadamente no Recife. Suas investigações possuem caráter científico – a detecção e registro de atividades insólitas, não visando comprometer-se em extinguir qualquer ocorrência dita anômala que por ventura venha a ser detectada nos locais de investigação. Limita-se única e exclusivamente registrá-las de modo a fornecer evidências de sua realidade.
As pesquisas de campo do NIP envolvem entrevistas com possíveis testemunhas de supostos fenômenos paranormais nas dependências a serem investigadas, em datas e horários previamente acordados, realizar investigação de campo utilizando todos os recursos disponíveis, como câmeras fotográficas, filmadoras comuns e infravermelho, detector de campos eletromagnéticos, detector de movimentos e de vibração, gravadores e computadores portáteis (notebooks), com o objetivo de identificar a existência de atividade paranormal residual nas instituições que tenham um histórico ou relatos de atividades anômalas.
A partir das atividades de campo do NIP, os dados são remetidos entre os colaboradores e membros do IPPP, que por sua vez fazem uma análise criteriosa e profissional das evidências obtidas. O IPPP procura interpretar os dados a partir do ponto de vista da Parapsicologia/Psicobiofísica. Com base nisso, pode sugerir, se for o caso, medidas aos responsáveis pela construção investigada pelo NIP, que possam garantir a execução, de forma tranquila e harmoniosa, da atividade do referido espaço a ser investigado.
Ressalta-se que todos estes procedimentos são executados no limite da autorização concedida pelo órgão responsável / gestor da propriedade a ser investigada pelo NIP, em datas e horários que não venham a interferir no funcionamento normal da propriedade, não havendo custos para a mesma, bem como toda a atividade visa assegurar a privacidade das pessoas citadas nos documentos institucionais e/ou contatadas diretamente, de modo a proteger suas imagens, bem como garantem que não utilizar-se-á as informações coletadas em prejuízo de qualquer natureza para as pessoas e instituição, respeitando as Diretrizes Éticas da Pesquisa Envolvendo Seres Humanos, nos termos estabelecidos nas Resoluções nº 466/2012 e nº 196/96, do Conselho Nacional de Saúde – CNS, e obedecendo as disposições legais estabelecidas na Constituição Federal Brasileira, artigo 5º, incisos X e XIV e o Novo Código Civil, artigo 20.
O que é uma construção mal-assombrada?
Considera-se como uma região assombrada (em inglês, Hauting) como aquela onde ocorrem, mais ou menos regularmente, fenômenos ditos paranormais, que são popularmente atribuídos à atividade de “entidades ou espíritos”. Dentre estes, incluem-se aparições, poltergeist, lufadas de ar, sons de passos, vozes ou até mesmo odores (Glossário da Parapsychological Association).
Construções antigas, especialmente quando palco de atividades com enorme repercussão emocional, como prisões, fortes, igrejas, castelos, casarões, são comumente consideradas como “assombradas”. Supõe-se que a origem destas atividades deve-se a algum tipo de “forma residual”, fixada após a ocorrência de eventos traumáticos ou que envolvam forte comoção no seu interior ou arredores. Essas informações podem ser acessadas ou estimuladas por meios desconhecidos e sem previsibilidade, e testemunhadas por pessoas próximas. Tais informações comumente são estáticas (não interagem com as testemunhas) e na maioria das vezes são representações de ações ocorridas no passado. Em alguns casos perduram por séculos, e dependendo das alterações estruturais do edifício, podem enfraquecer ou desaparecer por completo.
Do Forte das Cinco Pontas
O Forte de São Tiago das Cinco Pontas situa-se no atual bairro de São José, próximo à antiga Estação Rodoviária de Santa Rita. É a última construção holandesa no Recife e um dos monumentos mais representativos da arquitetura colonial. Foi edificado pelos flamengos, no ano de 1630, por determinação do Príncipe de Orange – Frederik Hedrik -, tendo como seu idealizador o comandante Teodoro Weerdemburgh. Chamou-se, primeiramente, de Forte Frederico Henrique.
O histórico do Forte sugere que as características necessárias para a ocorrência de atividades paranormais estiveram presentes. Destaca-se algumas delas:
- Antigamente, o forte possuía uns subterrâneos que serviam de prisão, mas eles foram demolidos no ano de 1822, por ordem de Gervásio Pires Ferreira, que dirigia a Junta do Governo Provisório de Pernambuco. Tais subterrâneos, vale salientar, eram verdadeiros túmulos dos vivos. Um dos presos mais ilustres, em 1935, tratou-se do romancista Graciliano Ramos. Em Memórias do cárcere, seu famoso livro, Graciliano se refere à Estação de Cinco Pontas como sendo um quartel (texto retirado do site <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&id=448>, acessado em 05 de dezembro de 2016)
- É importante destacar que até o ano de 1975 o agora Museu era um quartel, tendo nele ocorrido fuzilamentos, inclusive do renomado frei Caneca. Relata-se que o carrasco encarregado do enforcamento do frei recusou a fazê-lo tendo sido convocado dois soldados para executar o fuzilamento.
- O forte contém, em seu interior, centenas de relíquias históricas. O local possui um vasto e importante acervo iconográfico, recolhido em Pernambuco e em Portugal, onde se encontram expostos projetos originais de construções civis, militares e eclesiásticas, cartografias, pinturas, desenhos, esculturas e gravuras.
Diante do exposto, o Forte das Cinco Pontas apresenta-se como um local favorável à ocorrência de fenômenos ditos paranormais e, portanto, é passível de investigação por parte do NIP/IPPP.
METODOLOGIA
Distribuição da equipe do NIP:
- Representante: responsável pelos acordos de investigações. Representa o NIP e organiza encontros com pessoas que estão a frente de locais a serem investigados, com o objetivo de conseguir autorização para executar uma investigação no local;
- Organizadores: responsáveis por organizar as investigações, tanto antes da investigação propriamente dita quanto durante ela. Divide os investigadores em equipes, distribui os equipamentos e organizar as rondas periódicas;
- Instrumentistas: responsável por instalar os equipamentos e dar o suporte necessário o que concerne a utilização dos mesmos pelos investigadores;
- Entrevistadores: responsáveis por entrevistar os envolvidos com o local de investigação e coletar relatos que possam ser útil na identificação de hotspots;
- Analistas: responsáveis por analisar o material audiovisual coletado durante todo o processo de investigação, com o objetivo de encontrar alguma evidência de ordem parapsicológica.
É importante salientar que os integrantes do NIP podem acumular mais de uma função ao mesmo tempo.
Após realizado o contato com a Diretoria do Forte, o NIP recebeu autorização de realizar a pesquisa, de acordo com as seguintes especificações: A data e horário acordado foi das 20h do dia 08 de outubro de 2016 às 05h do dia 09 de outubro de 2016. Os membros do NIP que formaram a equipe para a investigação de campo foi composta por:
- Jozymo Cavalcanti Eloi (gestor de recursos humanos),
- Ronaldo Dantas Lins Filgueira (médico, advogado, matemático, astrônomo, parapsicólogo e hipnólogo),
- Wendel Teles Pontes (biólogo, professor universitário, parapsicólogo),
- Nílson Wanderley e Silva (radialista, jornalista, psicanalista e parapsicólogo),
- Carolina Belém Pereira (filósofa),
- Tomás Arruda de Almeida (ciência da computação),
- Rayam Vasconcelos Gonçalves da Silva (gestor de produção industrial)
- Ana Flavia de Araújo Wanderley e Silva (estudante).
A metodologia utilizada pelo NIP é divida em 3 partes: uma etapa pré-investigação, outra durante a investigação e, por fim, uma pós-investigação.
Pré-investigação
Antes mesmo de ter um elemento para investigar são realizadas pesquisas pelos diversos meios de comunicação com o objetivo de encontrar locais onde as atividades anômalas estejam em destaque.
Quando encontrado um local assombrado o representante no NIP entra em contato com alguém responsável pelo local requisitando autorização para investigar. Uma vez autorizada a investigação dá-se início uma análise do local e de sua história. Para tal, realiza-se uma série de entrevistas com os envolvidos do local buscando relatos. Próximo do dia da investigação também são realizados encontros para organizar de a visita ao local.
Um dos membros do NIP fez uma visita durante o expediente normal do Forte e fez identificação fotográfica dos espaços, a fim de levar ao grupo para planejar adequadamente que pontos seriam investigados.
Túnel de fuga | Túnel de fuga (outro ângulo) |
Pátio interno. Observa-se a sacada do corredor superior. | Pátio interno, onde nota-se, à direita, a entrada do túnel de fuga. |
Galeria interna. Sem acesso autorizado. | Galeria interna. Sem acesso autorizado. |
Munido das fotos, foi decidido pelo grupo que nas galerias internas seriam instaladas câmeras de vigilância de visão noturna, para acompanhar eventuais acontecimentos. Os grupos de ronda fariam caminhadas nas muralhas do forte, realizando sessões EVP, filmando, fotografando, medindo a temperatura e o campo eletromagnético por onde passassem. No túnel de fuga, seria instalada uma câmera de vigilância que ficaria registrando o local ininterruptamente. A câmera seria acompanhada periodicamente por quem estivesse na base de operações durante a investigação.
As rondas seriam realizadas de acordo com a figura a seguir:
Vista aérea do Forte das Cinco Pontas. A seta em vermelho indica o trajeto realizado pelo grupo 1. A seta em azul indica o trajeto realizado pelo grupo 2. Os trajetos foram realizados pelos dois grupos, simultaneamente, em cada ronda. |
Os grupos 1 e 2 realizariam, durante suas rondas, o trajeto indicado na figura. Foram planejadas cerca de quatro rondas durante a investigação. Os componentes dos grupos 1 e 2 iriam revezar-se a cada ronda, trocando os equipamentos.
Durante a pré-investigação, foram realizadas entrevistas com vigilantes do Forte.
Durante Investigação
A investigação propriamente dita é iniciada à noite e finalizada na madrugada do dia seguinte. As investigações do NIP são realizadas de acordo com um sistema de rondas periódicas organizadas no local da investigação. A equipe é dividida em grupos e os equipamentos são divididos entre os grupos que farão ronda pelo local. É importante salientar que sempre deve permanecer uma pessoa na base que ficará responsável por observar as câmeras de vigilância e avisar aos grupos sobre possíveis imprevistos, como alguma atividade anômala registrada pelas câmeras. Ao final de cada ronda a equipe se reúne na base e discute sobre o que foi observado nas rondas.
Equipamentos
- Lanterna;
- Câmeras de vigilância com visão noturna: Duas câmeras de gravação e duas de vigilância (não grava, câmera para monitoramento, capaz de registrar fotografias);
- Gravadores de áudio;
- Rádios comunicadores tipo “walkie-talkie”: para manter os grupos e a base e comunicação, durante as rondas.
- Medidor Gauss: Medir a variação de campo eletromagnético no local.
- Termômetro de superfície: mede a temperatura em uma superfície próxima através de laser;
- Sensor de Movimento;
- Máquinas fotográficas (ou celulares) para filmagem e fotos;
- Computadores: para gravar áudios, fazer o monitoramento das câmeras e analisar os dados coletados.
Gravador de áudio | Sensor de movimento |
Comunicadores tipo “Walkie-Talkie” | Medidor Gauss de campo eletromagnético |
Câmera de vigilância com visão noturna | Câmera de vigilância com visão noturna |
Termômetro de superfície | Lanterna |
No mesmo dia, durante o expediente diurno, parte da equipe levou alguns equipamentos para o Forte, para facilitar a investigação, montando algumas câmeras na parte interior do edifício, a fim de registrar quaisquer atividades consideradas anômalas. Tal medida foi tomada uma vez que não foi concedido ao NIP autorização ter acesso ao interior do estabelecimento. As câmeras seriam acessadas via smartphone, utilizando-se a rede local de internet sem fio.
A equipe chegou por volta das 20h, munida do restante dos equipamentos. Uma reunião foi realizada para dividir as rondas, combinar o ritmo de investigação, ligar, calibrar, checar material e equipamento, e formação dos grupos. Como haviam dois vigilantes de plantão no Forte – quem foram devidamente apresentados à toda equipe – os membros foram orientados a sempre prestarem atenção e comunicarem suas posições ao longo da ronda, a fim de evitar qualquer tipo de evidência dúbia sobre barulhos ou avistamentos.
Para evitar algum tipo de influência sobre o detector de campos eletromagnéticos, foi solicitado aos vigilantes desligarem a iluminação do pátio, conservando apenas energia elétrica na base.
Após tudo acordado, foram iniciadas as rondas, que duraram toda a madrugada.
Pós-investigação
Nesse momento é feita toda a análise dos materiais coletados na investigação. Periodicamente são realizadas reuniões para discutir sobre os fenômenos que foram registrados tanto em formato de vídeo quando em áudio e fotografia. Também existe espaço para discutir sobre experiências de ordem subjetiva dos integrantes da equipe.
RESULTADOS
Entrevistas
Utilizando-se do formulário padrão confeccionado pelo IPPP, Ronaldo Dantas realizou algumas entrevistas com funcionários do Forte. Segue abaixo o relato:
O funcionário Carlos Torres, que trabalha no museu (Forte Frederik Hendrik, o forte de são Tiago das cinco Pontas) há quase trinta anos, embora nunca tenha tido nenhuma experiência paranormal refere que várias pessoas, funcionários e estagiários, relataram a ele ter passado alguma vivência desta natureza no museu. Relatou que pelos idos do ano de 2004 seis estagiárias encontravam-se no primeiro andar, na parte expositiva, quando elas desceram e ficou apenas uma. Aproximadamente após uns quarenta minutos ela foi chamada para se juntar ao grupo e referiu que não havia descido porque estava aguardando descer a última pessoa que era uma senhora de idade avançada, vestida de branco. Isto ocorreu na terceira sala do primeiro andar da área expositiva. É importante destacar que só existe uma porta de acesso ao local. Os guardas foram chamados e constataram que não havia mais ninguém lá e que as portas estavam trancadas.
O funcionário Carlos disse que o funcionário conhecido como Bacalhau, já falecido, teve várias experiências de natureza paranormal no museu e sempre relatava isto para os colegas. Era comum ele ver vultos de pessoas passando. Carlos também relata que os guardas da noite, comumente em número de dois, ouvem vozes, barulhos, som de portas se abrindo e fechando, ouvem passos, e ao checarem o local constatam que não há ninguém.
Por sua vez, o funcionário Edson Barbosa ouve o som de portas abrindo e fechando, passos e vê vultos passando, tudo isto no primeiro andar, na parte expositiva.
Observa-se que há relatos positivos sobre a ocorrência de eventos supostamente paranormais no Forte das Cinco Pontas, registrados pelos vigilantes.
Experiências Subjetivas
Neste ponto, são descritos os relatos pessoais dos próprios pesquisadores. São denominadas subjetivas porque são percebidas apenas por poucos ou um dos participantes. Neste momento é importante salientar que nenhum dos membros do NIP que constam no presente relatório se auto-intitulam médiuns, paranormais, sensitivos ou videntes. As sensações e experiências subjetivas destacadas também incluem eventos que não foram registrados por câmeras, gravadores ou afins, e portanto não podem ser consideradas evidências sólidas.
Experiências observadas por apenas uma pessoa
Józimo Eloi
Declarou que, enquanto estava na base de operações, monitorando a câmera para o túnel de fuga, relata ter ouvido cochichos e conversas pelo microfone da câmera. Ainda sobre o túnel, declara ter visto a iluminação do túnel variar diversas vezes, através da câmera de vigilância.
Enquanto estava fazendo a primeira ronda, sua equipe foi realizar uma sessão EVP no banheiro do Forte. Ouviu pancadas. Adicionalmente, declara que o ambiente do banheiro é estranhamente desconfortável, por razões inexplicáveis.
Carolina Belém
Declarou ter avistado vultos sentido túnel de fuga (uma, durante o inicio da primeira ronda; outra, posteriormente, enquanto estava sentada no banco);
Ainda durante a primeira ronda, um som metálico (de algo arrastando, não saberia precisar) próximo a ela, entre as torres 3 e 4. Neste grupo, estavam presentes Tomás Almeida e Wendel Pontes. Ambos não ouviram. O depoimento foi filmado por Wendel, que no momento portava uma câmera. Uma das prováveis causas da produção de um som metálico vinha do mastro da bandeira, que ficava numa das torres. A fim de averiguar se o vento empurrando a bandeira poderia ter provocado tal som, Tomás foi até ela e a balançou. O nó inferior da bandeira, batendo no mastro metálico produzia um som característico, mas não foi o mesmo que Carolina havia escutado.
Ana Flávia
Às 2h34 Ana Flávia estava na base, enquanto os demais grupos iniciavam su ronda, quando acusa ter ouvido passos no pátio, do lado de fora. Comunicou pelo rádio e os grupos identificaram suas posições, já nas torres. Imediatamente, Ronaldo Dantas voltou para o pátio e iluminou o local com sua lanterna. Não havia ninguém.
Curiosamente, três minutos após Ana Flávia ter feito este registro, foi captada uma impressionante evidência, a ser descrita posteriormente.
Experiências observadas por mais de uma pessoa simultaneamente
Oscilação no detector de campo eletromagnético
Durante uma das rondas realizada pelo grupo composto por Wendel Pontes, Tomás Almeida e Carolina Belém, num determinado trecho do forte, exatamente entre as duas torres da parte posterior à entrada, a equipe estava avaliando as flutuações de temperatura da muralha e averiguando variações no campo eletromagnético, através do medidor de Gauss. Em um momento, o medidor comportou-se estranhamente, não medindo algum campo magnético, mas oscilando inexplicavelmente.
Existe interferência parecida quando o detector passa muito próximo a um celular ou comunicador de rádio tipo Walkie-Talkie. Contudo, ambos estavam em posse de Wendel, e o detector estava com Tomás, a uma distância de pelo menos um metro e meio.
Curiosamente, a distorção do detector perdurou por alguns segundos, em um ponto específico da muralha, próximo onde fica o túnel de fuga. Nota-se que não há passagem de fiação elétrica ou qualquer fator natural que pudesse provocar tal oscilação durante segundos. Todas as tentativas subsequentes de repetir a mesma interferência foram infrutíferas.
Interferência no comunicador dentro do túnel de fuga
Quando esta mesma equipe estava indo para o túnel de fuga, o walkie-talkie começou a sofrer interferência, gerando um barulho parecido com ruído branco. Contudo, a interferência desaparecia logo que o portador do comunicador, no caso Wendel Pontes, saia do túnel. Ao adentrar novamente, a mesma interferência voltava a aparecer. Esse efeito durou cerca de 50 segundos, e posteriormente a isso as interferências cessaram, e não se repetiram mais, independente das tentativas da equipe em obtê-las novamente.
Vultos no túnel de fuga
Quando Ronaldo Dantas e Ana Flávia estavam na base, monitorando o túnel de fuga através da câmera de vigilância noturna, acusaram diversas vezes terem visto um vulto passar, como se estivesse entrando no túnel. Infelizmente esses vultos não foram filmados ou fotografados.
Experiências Objetivas
As atividades anômalas registradas e devidamente documentadas pelo NIP durante a investigação no Forte são apresentadas aqui. Elas dividem-se em duas caregorias: registros de áudio e registro fotográfico.
Registros de áudio
Durante as rondas, cada grupo realizava periodicamente uma sessão EVP, a fim de obter vozes paranormais. A tabela abaixo mostra o total de vozes paranormais identificadas:
QUADRO COM OS ÁUDIOS DA INVESTIGAÇÃO NO FORTE – Tabela de vozes
ÁUDIO | CONTEÚDO | LOCAL | ENVOLVIDOS | MODIFICAÇÕES | INTERVALO | DURAÇÃO |
MuRe1-0 N 02 41 | Voz “tipo G”
(Ronaldo fala relacionado com) |
Túnel de fuga. Balandrau.
|
Ronaldo, Nílson e Ana Flávia | V↑213,30% | 02min41,797s a
02min 46,255s |
4,458s |
MuRe1-0 R 02 15 | Ele não deixa
(Tá filmando aí Nílson?) |
Túnel de fuga | Ronaldo, Nílson e Ana Flávia | V↑637,53% | (20 12min 15,047s) 02min15,047s a
02min17,648s |
2,601s |
MuRe1-1 R 01 20 | Dia 20 … sou da época de lá
(pronto .. a luz vai ficar intensa) |
Entre as torres 1 e 2 | Wendel, Tomás e Carolina | 01min20,802s a
01min22,846s |
2.144s | |
MuRe1-2 R 01 44 | Livros nem é dinheiro (Bem dentro dele) | Túnel de fuga | Wendel, Tomás e Carolina | Lentificação 135,77% | 23h16min58,386s à`
23h17min |
1,614s |
MuRe1-2 R 01 47 | Vamos tomar a decisão (Nós estamos no) | Túnel de fuga | Wendel, Tomás e Carolina | Lentificação 135,77% | 23h16min55s à
23h16min57,027s |
2,027s |
MuRe1-3 R 03 45 | Alô | Wendel, Tomás e Carolina | V↑637,53% | 03min45,911s a
03min49,628s |
3,717s | |
MuRe2-1 N 10 31 | Horroroso | Base | Todos | 10min31,325s a
10min39,317 |
8,192s | |
MuRe2-5 N 02 58 | Sim
(voz feminina)
|
Da torre 2 para torre 3, nas proximidades de um canhão, após passar pelo guarda Orlando que estava em um banco | Ronaldo, Rayam, Nílson e guarda Orlando | V↑325,09%
Lentificação 135,77% |
2h14min 58s | 3,244s |
MuRe2-5 N 08 12 | Aí, né? | Torre 3 | Ronaldo, Raym, Nílson | V↑325,09%
Lentificação 135,77% |
2h 20,855min a 2h 20min
(08min 12,855 a 08min 14,933) |
|
MuRe2-5 N 25 47 | Aí minhas costas | Indo da torre um para os sanitários | Ronaldo e Nílson | V↑406,91% | (2h 37min 47,435s a 2h 37min 6,309s)
25min47,435s a 25min56,309s |
8,875s |
MuRe2-2 N 13 29 | Me largue | Túnel de fuga/Base | Ronaldo | V↑1.000% +
V↑350,30% + Lentificação 135,77% |
13min29,301 a
13min33,397s (22h30,29301min a 22h30 |
4,096 |
MuRe2-2 N 01 56 | No Recife … no Recife | Túnel de fuga/Sala de apoio | Ronaldo | V↑406,91% + V↑406,91% +
V↑169,43% |
22h18min56,053s à
22h18min59,296s |
3,243S |
Todos estes áudios encontram-se arquivados no IPPP. Devido à dificuldade de identificação por pessoas não especializadas, eles não foram anexados a este relatório. Anexamos apenas as vozes mais evidentes e incontestavelmente anômalas registradas durante a investigação, que na tabela estão em vermelho. Vamos detalhar agora o que aconteceu.
EVP 1 – “Ai, minhas costas…”
Este áudio foi obtido às 2h37, quando Ronaldo Dantas e Nilson Wanderley se dirigiam para o sanitário. Durante a gravação, no momento que Ronaldo falava, ouve-se nitidamente, sobrepondo-se à fala de Ronaldo, a expressão clara “Ai, minhas costas…”. Este áudio está mais claro e limpo que o áudio original gravado por Ronaldo, o que seria impossível de se obter.
Durante as sessões de EVP, os membros dos grupos são instruídos a permanecerem em silêncio. Caso haja algum som inesperado, como uma tosse, um grito, um veículo ou algo parecido, a instrução imediata é falar durante a gravação e identificar o som, para evitar interpretações dúbias.
A voz não era de Ronaldo Dantas ou Nilson Wanderley, e no momento só haviam os dois presentes. A voz não foi ouvida por nenhum deles, mas foi registrada. Ela encontra-se disponível em CD anexo a este relatório.
EVP 2 – “me larguem…”
Este áudio foi gravado por Ronaldo Dantas, enquanto estava na base de operações. Apesar da câmera de vigilância do túnel de fuga captar o som vindo do túnel pelo microfone, ela não estava gravando. Ronaldo, na base, colocou seu celular para gravar tudo que viesse do túnel. Nenhum som diferente ou digno de nota foi registrado no momento da gravação.
Nas análises pós-investigação, No som ambiente, percebe-se uma voz distante como se estivesse gritando “me larguem”. O som precisou ser aumentado consideravelmente para se perceber o grito. Durante a gravação, ocorrida às 22h30, os grupos estavam fazendo suas rondas e ninguém se encontrava no túnel ou no pátio. Essa voz encontra-se no CD que acompanha o relatório.
Registros fotográficos: o túnel de fuga
O único registro fotográfico digno de nota foi obtido pela câmera de vigilância colocada no túnel de fuga. Durante as rondas, quando Józimo Eloi se encontrava na base, ele percebeu uma anomalia na imagem. Um objeto cilíndrico, em posição vertical, muito sutil, que perdurou por cerca de 5 segundos na frente da câmera. Esse tempo foi suficiente para que Eloi pudesse tirar uma fotografia. Outro objeto parecido surgiu novamente, menor e por menos tempo, mas que não pôde ser fotografado.
Nota-se que no túnel de fuga foi instalado o detector de movimentos e vibrações. Ele é extremamente sensível, e teste preliminares mostraram que ele é capaz de detectar o movimento de um pedaço de papel movendo-se no seu raio de ação, e até pequenos insetos são capazes de acionar seu alarme. O detector não foi acionado nenhuma vez durante a investigação.
Segue abaixo a imagem estática filmada continuamente dentro do túnel, e em seguida a aparição captada por Eloi:
Imagem feita pela câmera de vigilância no túnel de fuga. |
Imagem fotografada, mostrando um objeto alongado em posição vertical, como se estivesse levitando no meio da imagem. |
A imagem foi levada para um especialista, que escreveu o seguinte relatório:
“Através das informações apresentadas sobre as imagens em um período noturno a presença do elemento destacado ao centro, verificasse a presença de um determinado elemento realmente constatado, Foi utilizado softwares como o Photoshop Cs 2014 e Erdas Imagine 9.0 para analisar em forma numérica a concentração de pixels e a veracidade da imagem através de possíveis alterações como distorções, preenchimentos através de edição, etc. Porém existem outras necessidades que precisam de ser observadas através de metodologia cientifica destinada ao fato além de um elemento de suma importância para a comprovação do evento que é a repetição das amostras em tempos diferentes. Assim a caracterização de tal manifestação pode apresentar-se apenas como um erro na imagem obtido pela câmera ou realmente uma manifestação, logo concluo que existe uma lacuna no campo da comprovação do evento que se faz pela falta de repetição, entretanto há realmente uma determinada presença do elemento na imagem da câmera de infravermelho assim sendo necessário mais estudos para a confirmação da hipótese.
Atenciosamente. Levi de Oliveira Filho.
Fotografo, Geografo, Gestor ambiental”
As câmeras de vigilância presentes nos corredores internos do Forte não registraram nenhuma atividade atípica, e devido a limitações tecnológicas e de wi-fi não conseguiram gravar nenhuma imagem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente relatório mostra os principais registros de atividades supostamente paranormais, que foram obtidos pelo NIP durante a madrugada entre os dias 08 e 09 de outubro de 2016.
Com base nos resultados obtidos, o IPPP tece as seguintes considerações:
- O túnel de fuga acumulou a maior quantidade de evidências diretas e indiretas de atividade supostamente paranormal;
- Sugere à Direção do Forte que averigue as filmagens realizadas pelo sistema de segurança interno, que mantém uma câmera 24h por dia no túnel. Algumas das observações realizadas pelo NIP poderiam ser corroboradas por esta câmera de vigilância.
- Acreditando que os resultados do presente relatório são promissores, até mesmo em comparação com ocorrências em locais notoriamente considerados “assombrados”, sugere à Direção do Forte que permita novas investigações no futuro.
ANEXOS
PROTOCOLO DE PESQUISA DE HAUNTING
9.ª Secção – Termo de compromisso, Termo de permissão
TERMO DE COMPROMISSO
O Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas – IPPP, através do Núcleo de Investigação Psicobiofísica – NIP, CNPJ 11.234.663/0001-97, vem através do presente termo, comprometer-se a não associar ou relacionar, direta ou indiretamente, escrita, verbal ou de qualquer outra forma, o nome ou a identidade do Museu da Cidade do Recife e das pessoas físicas participantes da nossa pesquisa sobre atividades paranormais nesta Instituição, a realizar-se em 08 e 09 de outubro de 2016, seja durante e/ou após a realização da mesma.
Ademais, se o conteúdo desta pesquisa tiver a possibilidade de vir a ser publicado em periódico científico, só o será mediante autorização, por escrito, da Administração do Museu da Cidade do Recife.
Recife, 07 de outubro de 2016.
Wendel José Teles Pontes
Presidente do IPPP
TERMO DE PERMISSÃO
O MUSEU DA CIDADE DO RECIFE, através de sua Administração, vem através do presente termo, autorizar que seja feita no Forte de São Tiago das Cinco Pontas, sito à Praça das Cinco Pontas, S/N, bairro de São José, Recife – PE, nos dias 08 e 09 de outubro de 2016, a pesquisa sobre ocorrência de atividades paranormais em suas dependências, pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas – IPPP. Através do Núcleo de Investigação Psicobiofísicas – NIP.
Recife, 07 de outubro de 2016
Betânia Correia de Araújo
Diretora do Museu da Cidade do Recife
Relatório sobre imagens obtidas através de câmera de infra vermelho no forte das cinco pontas Recife-PE.
Figura 1: Imagem com presença de possível manifestação ao centro da foto.
Através das informações apresentadas sobre as imagens em um período noturno a presença do elemento destacado ao centro, verificasse a presença de um determinado elemento realmente constatado, Foi utilizado softwares como o Photoshop Cs 2014 e Erdas Imagine 9.0 para analisar em forma numérica a concentração de pixels e a veracidade da imagem através de possíveis alterações como distorções, preenchimentos através de edição, etc. Porém existem outras necessidades que precisam de ser observadas através de metodologia cientifica destinada ao fato além de um elemento de suma importância para a comprovação do evento que é a repetição das amostras em tempos diferentes. Assim a caracterização de tal manifestação pode apresentar-se apenas como um erro na imagem obtido pela câmera ou realmente uma manifestação, logo concluo que existe uma lacuna no campo da comprovação do evento que se faz pela falta de repetição, entretanto há realmente uma determinada presença do elemento na imagem da câmera de infravermelho assim sendo necessário mais estudos para a confirmação da hipótese.
Atenciosamente. Levi de Oliveira Filho.
Fotografo, Geografo, Gestor ambiental.