Crença na paranormalidade e os fenômenos psi com estudantes universitários no Brasil

Jalmir Freire Brelaz de Castro

ABSTRACT

Neste trabalho apresentamos os primeiros resultados de uma pesquisa realizada com estudantes universitários. O fenômeno paranormal é muito comentado, mas sua aceitação na sociedade é apenas presumida. Pretendemos descobrir a extensão da crença no paranormal em uma população universitária e se as pessoas que aceitam psi também se consideram capazes de passar por experiências paranormais.

Os 77% de aceitação de psi foi mais alto do esperávamos, porém não foi derivado, em sua maioria, da própria experiência com psi que foi relatada por 21% dos estudantes e sim, ao que nos parece, de um contexto social favorável a aceitação dos fenômenos paranormais.
Também pretendíamos descobrir as características dos fenômenos paranormais apresentados. Procuramos pela ocorrência de PES, PK, Cura Psíquica, Desempenho Fora do Comum ou Conhecimento Extraordinário em estado alterado de consciência e também a ocorrência de experiências fora do corpo (EFC) e experiências de quase morte (EQM). A pesquisa também verificou a maneira como a informação paranormal foi expressada, tais como, sonhos, alucinação, alteração da personalidade, comparando os resultados com outras pesquisas.

Envolveu 363 estudantes de duas áreas diferentes – ciências biológicas (estudos orientados para seres humanos e sistemas vivos) e tecnologia (estudos orientados a hardware e software) pois pretendíamos saber se havia diferenças nos resultados. Os resultados avaliados até então mostraram algumas diferenças entre os estudantes de ciências biológicas e tecnologia, os últimos compostos 2/3 de homens ( enquanto os estudantes de biológicas eram 2/3 mulheres) tendiam a acreditar menos em psi, consideraram-se menos capazes de produzir psi. Mas, os percentuais de experiências paranormais foi quase o mesmo para ambas as áreas. A pesquisa foi baseada no ponto de vista do sujeito (fenomenológico), e o questionário utilizado continha uma breve definição do que pudesse ser considerado uma experiência paranormal.

  1. Introdução

Procuramos nesta pesquisa conhecer psi em relação a uma comunidade universitária brasileira. Para essas pessoas seria psi uma realidade ou apenas ficção, chamando atenção somente no momento que algum tipo de informação ou interação anômala ocorre, na qual as habituais noções de tempo, espaço e energia parecem ser quebradas, mas depois sendo relegada ao sem sentido e aparte da vida cotidiana. Pretendemos saber se a função psi faz parte da realidade das pessoas a ponto de nela acreditarem, bem como acreditarem ser capazes de produzi-la e até mesmo já terem passado por essas experiências.
Tencionamos descobrir a extensão dessas pessoas que acredita em psi, e como a ideia de “fenômeno paranormal ” é aceita. Também quisemos saber se os próprios alunos se consideram capazes de produzir um fenômeno paranormal.

Pretendemos ainda descobrir a extensão dos estudantes que consideram ter passado por experiências paranormais e obter informações a respeito de suas características. Procuramos descobrir a ocorrência de PES, PK , Curas Psíquicas ou Desempenhos Notáveis ou Conhecimentos Extraordinários em estados alterados de consciência e também a ocorrência de EFCs (experiência fora do corpo) e EQMs (experiência de quase morte).
A pesquisa também verificou a maneira como a informação paranormal foi expressada , tais como, sonhos, fortes impressões, alucinações (nas formas visual, auditiva, tátil e olfativa), e em que processo ocorreu , em que circunstâncias, comparando algum dos resultados obtidos com outras pesquisas, bem como algumas de suas características como duração, há quanto tempo ocorreu e se foi repetida.

Utilizamos da abordagem fenomenológica, referida por Krippner (1995) e Zangari (1995), este citando Rhea White (1990), que é centrada no sujeito significância da experiência para o mesmo, e não apenas nos resultados.

A crença na paranormalidade e como ela pode alterar os resultados tem sido estudado de várias formas há bastante tempo. Desde os estudos de Gertrude Schmeidler in 1942, na Universidade de City Hall em Nova Iorque, os termos “ovelha” e “cabra” tem sido utilizado (em contexto de testes) para se referir àqueles que acreditam na realidade de psi e tem em testes um desvio significativo acima do acaso, daqueles que não acreditam e tem um desvio significativo para baixo. No nosso caso, como veremos adiante em Discussões, os percentuais de pessoas que passaram por psi não se correlaciona fortemente com a crença na paranormalidade.

Esta pesquisa também pretende correlacionar nos próximos meses (com os dados que já dispomos mas não processados nesta etapa) se as pessoas das áreas de ciências biológicas (cujos estudos são direcionados a sistemas vivos ou lida diretamente com o ser humano ou seres vivos), apresentam resultados significativamente diferentes dos alunos de tecnologia (cujos estudos são centrados em sistemas informacionais e software e equipamentos e hardware)

  1. Método

Participantes

– Todos os participantes, N=363, eram alunos da Universidade Federal de Pernambuco. Como mostrado nos gráficos em anexo, os alunos foram 54% mulheres e 46% homens, essas proporções se invertiam a depender da área de formação. Em ciências biológicas 63% eram mulheres e 37% homens enquanto em tecnologia 69% eram homens e 31% mulheres. Ou seja, para biológicas cerca de 2/3 eram do sexo feminino enquanto para tecnologia cerca de 2/3 eram do sexo masculino.

– 91% dos estudantes tinham mais de 25 anos, 4% estavam entre 25-29 anos e 5% acima de 34 anos, não houve estudantes entre 30-33 anos os alunos de ciências biológicas 96% tinham menos de 24 anos, 3% entre 25-29 anos e 1% acima de 34 anos. Por sua vez, os alunos de tecnologia 77% tinham menos de 24 anos, 8% tinham entre 24-29 anos e 15% acima de 34 anos.

– Os formulários foram aplicados em maio e junho de 1997.

Questionário

Para evitar má interpretação nos resultados, o questionário teve uma breve definição do que deveria ser uma experiência paranormal, para que os alunos não deixassem de entender as perguntas e pudessem dar respostas objetivas.

Algumas hipóteses consideram a interação entre o experimentador e o sujeito (neste caso, aquele que está aplicando os formulários) pode afetar os resultados. Nesta pesquisa nenhuma das pessoas que aplicaram o formulário era parapsicóloga, embora a maioria fossem simpáticos a parapsicologia, até porque se propuseram a ajudar na pesquisa, bem como não tinham conhecimento prévio sobre o assunto não podendo, portanto, encorajar os estudantes nas respostas. Isto significa, que uma suposta influência que o experimentador (quem aplicou os formulários) possa ter tido foi diminuída.
O questionário foi dividido em duas partes. Na primeira, todos os estudantes participaram respondendo sua crença ou não em psi e se acreditavam que podiam produzi-lo, além de dados de curso, sexo e idade. A segunda parte foi respondida apenas por aqueles que diziam ter passado por experiências paranormais. O formulário na sua integridade é mostrado no anexo.

Procedimento

Contatamos com a Coordenadora dos Cursos Básicos (primeiro e segundo anos) da Área de Ciências Biológicas e com um professor dos curso de graduação e pós-graduação do curso de Ciência da Computação, onde expusemos a natureza da pesquisa e constatamos a sua disposição em ajudar-nos. Estes então aplicaram os formulários, bem como pediram outros professores para fazê-lo. Na área de ciência biológicas, alguns monitores (alunos que auxiliam o professor) aplicaram os formulários. A todos os alunos das salas de aula foram solicitados a participar, mesmo aqueles que não acreditavam em psi, neste caso só deveriam responder a primeira parte do questionário, desta forma teríamos uma amostragem completa de cada sala de aula.

Análise

Estes são os resultados preliminares da pesquisa, nem todos os dados puderam ser ainda processados e correlacionados. Basicamente utilizamos Microsoft Excel para ajudar na análise dos resultados e gerar os gráficos, os resultados nesta etapa são estatisticamente descritivos do que analíticos.

TABELA 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE

ÁREA CURSO No ALUNOS CRENÇA EM PSI- % CRENÇA NA CAPACIDADE EM PRODUZIR PSI- % PASSARAM POR EXPERIÊNCIAS PARANORMAIS – %
CIÊNCIAS Biologia, Fsioterapia, Enfermagem 45
BIO Educação Física 19
LÓ Medicina e Odontologia 87 81 26 23
GI Nutrição 20
CAS Psicologia 26
SUBTOTAL 268
TEC-NOLO Ciência da computação 78
GIA Pós-graduação em Ciência da Computação 17 66 27 16
SUBTOTAL 95
TOTAL GERAL 363 77 26 21

3. Resultados Parciais

Acreditam na Paranormalidade e Se Consideraram Capazes de Produzir Psi

– 77% é o resultado total de estudantes que acreditam em psi (54% mulheres e 46% homens). 81 % devido a ciências biológicas (63% mulheres) e 65% relativo a tecnologia (69% homens);

– No total 26% dos estudantes se consideraram eles próprios capazes de produzir psi, 26% para ciências biológicas 27% para tecnologia;

Passaram por Experiências Paranormais

– 21% dos estudantes consideraram já ter passado uma experiência paranormal ou psíquica (23%ciências biológicas e 16% estudantes de tecnologia);

– Entre os estudantes que acreditavam em psi e também acreditavam ser capazes de produzir psi, 20% afirmaram ter tido experiências paranormais (19% ciências biológicas e 23% alunos de tecnologia);

– Uma descoberta interessante foi que entre as pessoas que acreditavam em psi mas não acreditavam ser capaz de produzi-la, de fato 10% relataram que produziram., (13% ciências biológicas e 1% estudantes de tecnologia);

– 0% das pessoas que disseram não acreditar em psi relataram experiências paranormais.
– Entre os alunos que tiveram experiências paranormais 48% disseram que tiveram a informação confirmada por outra pessoa.- PES – Percepção Extrassensorial (48% ciências biológica e 47 estudantes de tecnologia);

Maneira de Obter a Informação Paranormal e Características das Experiências Paranormais

– 39% dos estudantes reportaram sua experiência paranormal ao presente ou passado e 61% ao futuro (para o último 63% ciências biológicas e 53% estudantes de tecnologia)
– As experiências foram relatadas 52% a própria pessoa (47% ciências biológicas e 75% estudantes de tecnologia) e 48% a pessoas conhecidas , tais como pais, namorado ou namorada (53% ciências e 25% a estudantes de tecnologia), entre as experiências relatadas a pessoas conhecidas.

Experiências PK

– 9% relatam experiências PK (11% biológicas e 0% tecnologia);
– 8% relataram que a experiência PK foi confirmada por outra pessoa (9% biológicas 0% tecnologia).

Passaram por EQM

– 5% daqueles que passaram por experiências paranormais relataram experiências NDE (5% biológicas e 7% tecnologia).

Passaram por EFC

– 9% do total dos estudantes relataram EFCs (10% % biológicas e 6% tecnologia);
– 44% entre as pessoas que tiveram PES relataram EFC com (45% biológicas e 40% tecnologia)
– 8% daqueles que passaram por experiências psi relataram EFC com PES confirmada por outra pessoa (8% biológicas e 7% tecnologia);

– 6% das pessoas que vivenciaram psi relataram EFC com PK (8% biológicas e 0% tecnologia);
– 2% das pessoas que passaram por psi relataram EFC com PK confirmada por outra pessoa. (3% biológicas e 0% tecnologia);

Cura Psíquica

– Entre aqueles que disseram ter passado por experiências psi, 21% relataram ter sido curados psiquicamente por alguém (21% biológicas e 20% tecnologia);

– Também 21% consideraram ter curado psiquicamente alguém (21% biológicas e 20% tecnologia);

– A forma mais frequente que as pessoas consideraram ter sido curadas foi através da imposição de mãos, xxx%, oração xxx%, xx% cirurgia psíquica e outras xx%.

Mostraram Desempenho ou Conhecimento Extraordinário em Estados Alterado de Consciência

– 11% disseram ter apresentado desempenho ou conhecimento extraordinário em estado alterado de consciência. (11% biológicas e 13% tecnologia);

Outras Características

– 11% repetiram PES, PK, EFC and Cura Psíquica mais do que uma vez (11% biológicas and 13% tecnologia);

– A última experiência ocorreu em 29% dos casos hxxxxx, 22% em menos de 1 mês, 24% em menos de 1 ano e os restantes 25% há mais de 1 ano.
– As pessoas estavam 39% despertas, 46% dormindo and 6% outros;
– 63% das pessoas não sabem o que causou a experiência, enquanto 8% consideraram que foram induzidos por outra pessoa, 10% foram autoinduzidos e 18% disseram que uma forte emoção deflagrou a experiência.

– 25% dos alunos consideraram que a experiência levou segundos, 32% minutos, `13% horas e 30% não souberam.

  1. Discussão

Esperamos ao realizar essas pesquisas que possamos ter contribuído para uma melhor compreensão sobre experiências paranormais vividas no contexto da sociedade brasileira, embora, é importante salientar, esta amostragem não seja representativa da população em geral.

CRENÇA NA PARANORMALIDADE

– Os 77% de crença na realidade dos fenômenos paranormais foi muito mais alto do que esperávamos. Procuramos aplicar os questionários da forma mais neutra possível como já descrito em método. Porém consideramos que dois fatores podem ter melhorado esta percentagem, primeiro, os meios de comunicação no Brasil, especialmente a TV têm constantemente abordado os fenômenos paranormais, se bem que na maioria das vezes de uma maneira fantasmagórica, como o mostrado nas novelas televisivas e transmitida para todo o país, isso faz frequentemente a ideia do paranormal mais perto das pessoas. O segundo fator, foi a idade dos participantes, 91% tinham menos de 24 anos de idade, e pessoas jovens parecem estar mais abertas a aceitar idéias novas e contraditórias, tal como a existência de fenômenos paranormais que parecem contradizer a visão mecanicista do mundo.

– Mario Varvoglis (1996) cita uma pesquisa, aplicada no início da década de 70, entre os leitores da revista científica interdisciplinar New Scientist ( na sua maioria cientistas e tecnólogos), para determinar o que a comunidade científica pensava a respeito da parapsicologia, mostrou em 1500 respostas que 88% pensavam que a parapsicologia é uma disciplina científica legítima e 67% consideram de ESP como uma “provável possibilidade” ou um ” fato estabelecido” (Evan, C -1973. Parapsychology. What the questionnaire revealed. New Scientist, 57, 209). Este último percentual 67% aproxima-se do por nós encontrado.

– Não foi objetivo dessa pesquisa abordar a profundidade do comprometimento com a crença no paranormal nem suas consequências comportamentais, neste sentido é mais um indicador de aquiescência com o fenômeno, mas como veremos adiante a crença na paranormalidade não parece ter sido originada na sua maioria.

– Os estudantes de tecnologia (ciência da computação) mostraram menor tendência a acreditar em psi – 65% ( destes a maioria eram homens – 69%., pois tradicionalmente essa área é mais procurado por homens) comparado aos 81% de ciências biológicas (a maioria mulheres – 63%, pois muitos dos cursos aí abrangidos, tais como nutrição, fisioterapia e enfermagem são tradicionalmente escolhidos por mulheres). Esses resultados podem sugerir que indivíduos dedicados a área tecnológica, e intrinsecamente seus paradigmas mecanicistas, tendem a acreditar menos em psi, porque o paranormal parece contradizer esses paradigmas.

CRENÇA NA PARANORMALIDAE E EXPERIÊNCIAS PARANORMAIS

– No total 21% das pessoas (23% em biológicas e 16 % em tecnologia) consideraram ter passado por experiência paranormal (1 entre 5)., ou 33% se considerarmos entre aquelas pessoas que acreditam em psi ( 1 entre 3) parece indicar, como se era de esperar, que a crença no paranormal foi aumentada por aqueles que passaram por experiências psi. Apesar de considerar o resultado expressivo , 1 entre 5 pessoas afirmaram ter passado por experiências psi, este resultado mostra-se bem diferente dos resultados apresentados em pesquisa com universitários brasileiros conduzida por Zangari e Machado (1994), 89,5 % , e por Palmer (1979), 60%, em uma pequena cidade americana. Não conhecemos os detalhes da pesquisa de Zangari e Machado, para comparar se a abordagem foi a mesma, mas o percentual de 89,5% nos parece elevado mesmo para a crença em psi. A abordagem de Palmer foi por correio, ou seja, precisava haver uma motivação especial que levassem as pessoas a preencher e devolver os formulários, o que sugere elevar o percentual de aceitação e de relatos.

– Zingrone e Alvarado (1997) em pesquisa realizada na Espanha, Estados Unidos e Porto Rico com leitores de revista estilo New Age, estudantes universitários e estudantes de parapsicologia, respectivamente, estabeleceu:

Tabela 2

Incidência de Experiências Psi

Experiência Estudo 1 (Espanha)N=492 Estudo 2 (EUA)N=308 Estudo (Porto Rico)N=120
PES em sonho 78% 76% 59%
PES sonhando 73% 71% 53%
Aparições 83% 39% 46%
EFC 82% 30% 35%
Auras 46% 16% 15%

– Esses percentuais encontram bem acima do por nós encontrados para psi em geral , se bem que Aparições, EFCs e Visão de auras em princípio não podem ser consideradas em si experiências paranormais.

– Correlacionando o percentual de 77% de crença na paranormalidade e 21% de experiências paranormais evidenciam que basicamente a crença na paranormalidade não deriva diretamente da própria experiência, pois aproximadamente só 1 em cada 4 pessoas que crêem no paranormal passou por esse tipo de experiência. Esses percentuais sugerem que o contexto favorável a divulgação do paranormal, em especial os meios de comunicação, já citados, mesmo de uma forma equivocada, contribui para grande aceitação de psi. O fator se uma doutrina, crença ou religião influiu sobre a crença na paranormalidade não foi abordado na pesquisa.

– Chris. Roe (1997), em pesquisa pelo correio, numa amostragem de 1000 residentes de Edimburgo, na Escócia, sobre a Crença na Paranormalidade e Atendimento a Consultas Psíquicas, relata que dos 29,5% que já foram atendidos psiquicamente alguma vez, utilizou um escore para pontuação da crença que ia de 6 a 36, com valor médio em 21, obteve na média das respostas o valor 18.81, ou seja abaixo do citado valor médio (Wilcoxon Z = -1.3992, p=0,1618). Roe cita ainda, pesquisas de :

¨ McClenon (1982- A Survey of Elite Scientists. Their attitudes toward ESP and Parapsychology Journal of Parapsychology) encontrou que 54% de pessoas que expressaram atitude favorável a respeito da realidade de psi o foram influenciados pela experiência pessoal .
¨ Blackmore (1984 – A postal survey of OBE), entre a população em geral, relatou que dos 36% que acreditavam em ESP, 44% citaram sua própria experiência como a razão principal.
Não perguntamos a questão se a crença no paranormal deriva da experiência direta essa questão mas 28% dos que acreditam em psi (ou seja 1/4) passaram por experiências paranormais.
– Parece óbvio que o resto dos 23% dos alunos que não acreditam em psi nenhum deles, ou seja 0%, relataram experiências paranormais, mas isso pode refletir também dificuldades em reconhecer uma forma diferente de informação, ou interpretar a informação paranormal com não possível, coincidência ou apenas desconsiderando-as.

– Esta pesquisa mostrou que alguém se considerar capaz de produzir psi não parece afetar os resultados de se ter passado por psi. Considerando-se todos os estudantes, 21% (25% em biológicas e 16%) relataram ter passado por psi, quase a mesma percentagem se considerarmos apenas entre aqueles que acreditam que podem produzir psi- 20%. Mais uma vez os estudantes de tecnologia tenderam a acreditar menos que eles podiam produzir psi mas isso não afetou os resultados.

– Um achado interessante foi entre as pessoas que acreditavam em psi mas não acreditavam ser capazes de produzir psi, de fato, 10% produziram (13% em biológicas e 1.5% em tecnologia) psi, de acordo com suas respostas no questionário. Novamente os estudantes de tecnologia não parecem ter tido dúvidas se passaram por uma experiência paranormal. Esses percentuais parecem mostrar que os fenômenos paranormais contradizem a percepção das pessoas a respeito da realidade, mas somente 1% dos estudantes de tecnologia se permitiram expressar essa contradição em comparação com os 10% de

biologia. Para tecnologia isso está de alguma forma correlacionado com os 35% de descrença no paranormal, essas 2 percentagens parecem indicar que quase não há espaço para dúvida do que é paranormal e do que não é.

CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS FENÔMENOS PSI

– Os percentuais encontrados para EFC – 9% (10% % biológicas e 6% tecnologia), foram um pouco inferiores aos 12% (Castro-1993) por nós anteriormente encontrados em uma pesquisa anterior com estudantes universitários, específica sobre EFC, outros pesquisadores também em contextos universitários encontraram 13-14%. Blackmore (1980), 25 e 33% Hart (1954) e 19% e 34% Green (1967), 30% Alvarado (1997).
– Quisemos apenas auferir a incidência de EQMs, naquela comunidade, pois dentro do espírito da pesquisa procuramos saber o tipo de pesquisas psíquicas vividos por essas pessoas. pois não trata-se de uma amostra adequada , haja visto serem pessoas jovens e de boa saúde, sendo pouco provável que relatassem esse tipo de experiência. Em pesquisa por nós conduzida sobre EFC (Castro-1993) não obtivemos nenhum caso, aqui para nossa surpresa o percentual relatado foi de 5%.

– Faz-se necessário comentar que a EFC e as EQM sem si não são experiências paranormais em si. Para o caso das EFCs podemos averiguar nesta pesquisa em em pesquisa especifica anterior (Castro – 1993), que as ESP e mais ainda PK são a minoria, não atingindo 25%, isso do ponto de vista do sujeito, pois se for tomada uma análise mais apurada os percentuais certamente seriam bem menores.

A MANEIRA DE SE OBTER A INFORMAÇÃO PARANORMAL

Os 44% que obtiveram psi através de sonho, se aproxima dos 46% que consideraram que estavam dormindo, estando esses valores estão entre as margens citadas por Varvoglis ao se referir ao pesquisador Robert Van de Castle que através de meta-análise mostrou a importância dos sonhos na psi do cotidiano, constatou que entre 1/3 e 2/3 do número total de experiências relatadas foram mediadas por sonhos. Os outros 10% vem da zona entre o despertar e o sono.

Ao apresentar esses resultados fazemos votos que os mesmos possam ser aprofundados por outros pesquisadores, pois acreditamos firmemente que a pesquisa não só a de laboratório, como também a de campo, é o meio possível mais eficaz para uma compreensão abrangente de psi.

Bibliografia

Alvarado, Carlos s. & Zingrone. (1997). Out-of-Body Experiences and Dissotiation. Trabalho apresentado na 40a Convenção da Parapsychologycal Association, Brighton, Inglaterra.
Blackmore, Susan J. Experiências Fora do Corpo (traduzido do Beyond the Body – An Investigation of Out-of-The Body Experiences). 1986. Editora Pensamento SP. Brasil
Borges, Valter da Rosa. Manual de Parapsicologia. 1992. Edição do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas. Recife-PE. Brasil.

Castro, Jalmir F. Brelaz de (1997). Out-of-Body Experiences with College Students in Brazil. Trabalho apresentado na 40a Convenção da Parapsychologycal Association, Brighton, Inglaterra.

Machado, Fátima Regina (1995). Considerações sobre Ética e Educação em Parapsicologia no Brasil. Trabalho apresentado no XIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, Recife – PE. 1995.

Roe, Chris A..(1997) Belief in the Paraformal and Attendance at Psychic Readings. Trabalho apresentado na 40a Convenção da Parapsychologycal Association, Brighton, Inglaterra.
Kripner, Stanley . Advances in Parapsychologycal Research 7

Varglovis, Mario (1996). Psi Explorer – A Voyage into the Universe of Pshychic Phenomena . PC CD-ROM 1996. UGM_IGK Multimédia.

Zingrone, Nancy & Alvarado, Carlos (1997). “Broken” Marital Relations and Claims of Parapsychological Experiences. Trabalho apresentado na 40a Convenção da Parapsychologycal Association, Brighton, Inglaterra.

Zingrone, Nancy & Alvarado, Carlos (1997). Correlates of Aura Vision: The Role of Psi Experiences, Dissotiation, Absortion and Synesthesia-Like Experiences. Trabalho apresentado na 40a Convenção da Parapsychologycal Association, Brighton, Inglaterra.
Zangari, Wellington (1995). Avanços e Desafios da Parapsicologia Atual: O papel dos Pesquisadores Brasileiros. Trabalho apresentado no XIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, Recife-PE. 1995.

Agradecimentos: Gostaríamos de agradecer aos professores da UFPE Sonia Pereira Leite Jaelson F.B. Castro, pelo empenho e pela aplicação dos questionários sem os quais essa pesquisa não seria realizada.

Anexos
A Questionnaire
B Graphics and Tables

QUESTIONARIO – 1a. PARTE (A SER PREENCHIDA POR TODOS)
1) Você acredita em fenômeno paranormal? SIMo NÃO o 2) Você acredita que é capaz de produzi-lo? SIMo NÃO o
3) Por favor informe alguns dos seus dados? Idade___ Sexo: masculino o feminino o Curso:___________
Nota: O fenômeno paranormal pode ser entendido como um conhecimento (informação) que não se origina dos sentidos ou da razão e nem resulta do aprendizado prévio estruturado a nível consciente.O fenômeno paranormal pode ser ainda uma ação extraordinária da mente humana sobre seres vivos, objetos ou o meio ambiente. Ação esta que não envolve os meios físicos conhecidos.
2a. PARTE (A SER PREENCHIDA SOMENTE POR AQUELES QUE CONSIDERAM QUE PASSARAM POR EXPERIÊNCIA PARANORMAL)
4) Você já passou por alguma experiência que considere paranormal ou “psíquica”, i.e., obteve alguma informação que não pudesse ser obtida através dos sentidos ou da razão? SIMo NÃOo
5) Essa informação deu-se a evento que aconteceu no presente ou passado, ou foi conhecimento antecipado de fato que aconteceu no futuro? (lembre-se se essa informação não pode ser deduzida de outras informações nem obtida através dos sentidos) Presente ou passadoo Futuroo Ambaso
7) Como você obteve essa informação?oAtravés de sonhos. oAtravés de forte impressão ou sentimento. oPor alucinação ou aparição visual oPor alucinação auditiva oPor alucinação tátil oPor alucinação olfativa oAtravés de alteração de personalidade, ou seja, falava, escrevia ou agia de qualquer outra forma, como se fosse outra pessoa. Por favor especifique_______ oAtravés de meios eletrônicos, tais como, telefone, fax, e-mail, fotografia, imagem de vídeo, imagem de TV, imagem de monitor de computador, sem que ninguém pudesse dizer sua origem. Por favor, especifique________ oOutro meio. Por favor, especifique________
8) Essa experiência estava relacionada a quem ou a o que?oA você mesmo. .oA pessoa conhecida. Por favor, Quem?_____ oA algum local. Qual?____________ oA algum acontecimento futuro? Qual________
9) Alguma vez já afetou fisicamente à distância seres vivos ou objetos ou o ambiente em que se encontrava, sem o uso de meios físicos conhecidos? oNÃO oSIM Por favor especifique o que afetou___________
10) Esse evento pode ser comprovado por outra pessoa? oNÃO oSIM Quem?__________________
11) Você já passou por alguma Experiência de Quase Morte (EQM), em que foi considerado clinicamente morto? oNÃO oSIM (neste caso peça ao pesquisador um formulário em anexo)
12) Você já passou por alguma experiência em que se considerou fora do corpo (EFC)? oNÃO oSIM
13) Na experiência Fora do Corpo (EFC), obteve alguma informação que não pudesse ser obtida através dos sentidos ou da razão? ?oNÃO oSIM
14) Essa informação obtida na EFC pode ser comprovado por outra pessoa? oNÃO oSIM Quem_______
15) Na EFC afetou fisicamente à distância seres vivos ou objetos ou o meio em que se encontrava?
oNÃO oSIM Por favor especifique o que _____________________________
17) Já foi curado por alguém de doença ou mal físico que não pode ser explicado por meios convencionais, sem uso de ervas ou medicamentos? oNÃO oSIM por imposições de mãos o oraçãoo cirurgia psíquica o outras o favor especificar____
18) Já sentiu que você curou alguém por meios não convencionais?
o NÃO oSIM por imposição de mãoso mediante oração o por cirurgia psíquica o
outras o favor especificar___________________
19) Em estado alterado de consciência, ou seja, diferente do que considera seu estado de atenção usual, já apresentou desempenho ou conhecimento extraordinário, na arte (pintura, escultura, dança, música etc), literatura ou outra área do conhecimento? NÃOo oSIM Indique o que_________________________
20) Teve qualquer desse tipo dessas experiências anteriores (tais como, as das perguntas números 9, 12 e 18) mais de uma vez? oNÃO oSIM Quantas vezes___________ oFreqüentemente (mensalmente pelo menos durante algum período da sua vida) Qual experiência?_____________________________
21) Quando foi sua última experiência? oHá um mês ohá seis meses
oHá um ano Para período acima de um ano, por favor especificar_______________
22) Qual o seu estado de consciência durante a experiência? o Acordado o dormindo o Outro. Por favor especifique_____
23) Para você o que causou a experiência? oNão sabe o Induzida por terceiros o Induzida por mim mesmo oForte emoção (ex.: morte, doença, acidente etc) relacionada a alguma pessoa. Dizer qual pessoa e a emoção associada_________ Por favor indique a experiência que se referiu nos item acima_________
24) Quanto tempo durou qualquer uma dessas experiências? oSegundos ominutos oHoras onão sabe

 

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