Guaracy Lyra da Fonseca
INTRODUÇÃO
Considerando-me um principiante, confesso que ao tentar conjugar o conteúdo de riqueza coletado, fiquei perplexo ante ao desafio e ao sentir que tudo aquilo foi fruto da tenacidade e perspicácia de célebres pesquisadores que dedicaram praticamente suas existências em prol da Parapsicologia – curvando-me em tom de humildade e agradecimento por tudo quanto fizeram e pelos rastros científicos que nos legaram.
É sempre bom comentar que qualquer tentativa, qualquer teste que tenha por fim abranger o “psíquico” de maneira objetiva – considerando-o como objeto isolado e impessoal, modela-se uma interação numa relação subjetiva entre dois sistemas. Quanto mais elevado for o número de observações analíticas, objetivas, os resultados que através da pesquisa comparativa, formam enunciados de alto grau de probabilidade. Porém, um dos fatores decisivos da determinação da natureza dos resultados alcançados – será sempre o “modelo intelectual teórico do pesquisador” que serve de base ao estudo comparativo das experiências. Cada ser humano tem sua própria realidade, e a nossa “Psiquê” já nasce tão individualizada e personalizada quanto o “corpo”. A “memória” é sempre frequentada e redutiva e quase sempre a “imaginação” se encarrega de preencher os vazios – às vezes até se fundem. Nós nos apegamos a ideias, conceitos e sistemas de valores (construções mentais), como também a traços e caracteres de nossa personalidade que consideramos mais importantes para nós (o sujeito torna-se objeto de si mesmo). O rigor intelectual e o senso crítico elevados, são obstáculos para a “ESP”.
Existem registros de memória muito acurados e detalhados nas camadas mais profundas do psiquismo, os quais, em nosso estado habitual, não temos acesso. Todo evento para ser armazenado e retido na memória necessita de uma “carga energética” considerável. A intensidade dessa “carga”, depende da motivação, do impacto emocional provocado pelo evento (±). A caracterologia, atenta para o complexo existente entre determinados caracteres psicofísicos. Traços inatos da personalidade, onde cada indivíduo já nasce com sua programação básica. É necessária uma predisposição especial para se alcançar os níveis mais altos da dimensão sensível criativa. A percepção e a sensação estão ligadas à programação básica em cada ser. A atividade (Goillat) é a quantidade de energia orgânica potencial que um ser pode liberar a qualquer momento sob a forma de ações.
Numa visão sintética, quis enfatizar: o grau de incerteza, a noção de tempo x espaço, a gama de teorias e hipóteses que tendem a desorientar o aluno, a expansão da consciência um pouco mais elástica, fenômenos paranormais (ideias e conceitos) diversos, depois procurei centrar-me nos postulados x conceitos do I.P.P.P., orientando o barco mental e procurando conjugar e mostrar a complexidade do assunto com suas inferências, sob diversos aspectos – em seguida procuro citar uma teoria (Doucet) aparentemente mais confiável e na conclusão, procuro enfatizar as últimas descobertas no campo da Física Quântica em profunda analogia com os fenômenos paranormais.
TEMPO x ESPAÇO
Há a possibilidade da “Psiquê” estar situada além do cérebro, em uma possível dimensão própria, “não material”, ainda que em íntima interação com os processos neurais do cérebro (John Eccles e Karl R. Popper), onde postulam um mundo de estados de consciência:
_ Objetos e Estados Físicos.
_ Conhecimento Subjetivo.
_ Conhecimento Objetivo.
A mente consciente de si própria pode efetivamente agir nos eventos cerebrais.
Leon Perin (49) cita a Hipótese do “Eterno Retorno”, aceita também por Niestsche e pelos estoicos (rigidez nos princípios), segundo a qual, as combinações do Universo, não são limitadas, terão que se repetir um dia. Desta forma, a visão do futuro, não é senão, a visão de um acontecimento passado que se vai repetir – justificando-se por analogia, a probabilidade matemática, a teoria da Circularidade e a capacidade de plotarmos acontecimentos em fenômenos paranormais (checagem inconsciente e eventos já ocorridos, através de símbolos e sinais). Dr. Fernandez hipotetiza: tempo físico x tempo biológico x tempo psicológico (mente cósmica).
O tempo é eminentemente subjetivo – Penfield, excitou certos pontos do cérebro e fez com que o indivíduo revivesse episódios pretéritos. Jung comenta que espaço e tempo são propriedades aparentes dos corpos em movimento, produzidos por necessidades intelectuais do observador. O fator “movimento” é muito importante em nossa percepção do tempo x espaço. A percepção e avaliação do tempo, de medir e perceber o tempo, estamos simultaneamente sendo observador e observado, o que claramente se evidencia pelos fenômenos paranormais que se mostram fora do tempo.
Professor Pascoal Jordan (Relações entre a Física e a Parapsicologia – 1954), demonstra pelo Princípio da Física em Mésons, que na precognição o princípio de causalidade ainda continua; na Física há casos em que o efeito precede a causa. A mente não está no espaço (Profº. Valter da Rosa Borges) em seu trabalho “Fundamentos para uma Teoria Geral da Paranormalidade”: nós a detectamos num determinado lugar do espaço – o nosso corpo. A mente não se locomove no universo físico: só as coisas físicas – o nosso corpo se movimenta no espaço – assim, para a mente humana (pág. Nº 9), não há distância física, porque ela não está situada em qualquer ponto do espaço. Por isso, aventa o professor: não sabemos se as mentes estão separadas entre si ou se tudo não passa de um campo psíquico unificado.
Hubert Reeves (8) diz que, para a Mecânica Quântica, as partículas estão “em contato permanente, seja qual for distância entre elas, mesmo que não estejam ligadas por uma relação de causalidade. Portanto, não há transmissão entre elas, porque todas estão informadas de tudo. O conhecimento paranormal não passa da conscientização, numa mente individual, do que se passa em qualquer parte do Universo. Todo conhecimento psigâmico seria explicado como um fenômeno de Criptomnésia. Dune: Acha que o tempo tem extensão divisível e se encontra na 4ª dimensão. Kant revela que as noções de tempo x espaço são conceitos de abstração mental.
EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA
O Professor Valter da Rosa Borges, no trabalho Parapsicologia – Uma Avaliação Crítica Fenomenológica, refere que chamamos de consciência a síntese dessa multiplicidade de interações que são os fenômenos paranormais. Somos muito mais do que tudo que aprendemos e apreendemos.
A expansão da consciência humana esta ligada à expansão dos processos perceptivos. Só podemos refletir corretamente acerca do que percebemos corretamente. Nada no mundo físico tem cor – os corpos apenas refletem determinadas radiações do espectro luminoso, que confere suas características a serem percebidas pelo nosso sistema visual, como cores.
Charles Tart cita que cientificamente, nada sabemos em essência sobre a natureza específica dos fenômenos paranormais (Psi). Em termos de Matéria x Energia, ninguém até hoje sabe de que se compõe a psiquê em sua natureza íntima.
Artur Koestler enfatiza que a ausência de propriedades físicas “grosseiras” no neutrino, e seu caráter etéreo, provocaram indagações sobre a possível existência de outras partículas que pudessem servir de vínculo entre a matéria e o espírito…
- A. Firsoff (astrônomo), indaga que o espírito é uma entidade universal de interação da mesma ordem que a eletricidade ou a gravitação e que deve existir um módulo, segundo o qual a matéria-prima que é o pensamento, pudesse ser equacionada com outra unidades do nosso mundo físico. E que a telepatia, a clarividência e a precognição são três tipos de percepção extra-sensoriais. A mente seria o programador e o cérebro o computador – esta relação, parece existir dentro de um padrão interacionista (teoria de John C. Eccles x Karl R. Popper). Os estados efetivos não seriam “produzidos” no sistema límbico, apenas se expressariam neuro-fisiologicamente, através dele. As emoções e sentimentos (elementos psíquicos-instintivos), são fenômenos essencialmente psicológicos, partem da dimensão psíquica apesar de receberem influências das próprias reações neurovegetativas que geram através do sistema límbico. Deve existir uma interação afetiva entre os dois domínios, portanto, onde existe matéria física, possa se formar matéria psi – de forma simétrica e paralela.
Jung refere que formou as funções mentais básicas: percepção x sensação, sentimento, intuição e pensamento. O pensar ativo é uma ação da vontade. O pensar passivo é um acontecer. Todo pensamento contém uma percepção aproximadamente correspondente, mesclada por graus, intensidades e modalidades emocionais, relacionadas com a inteligência, com categorias de lógica. Existe uma relação intrínseca entre o pensamento e a criatividade. Há, porém, intelectuais que só fazem repetir dogmas e se acham originais e críticos (Nelson Soucasaux). É preciso saber discernir entre as ideias de outros pensadores, àquelas que lhe pareçam mais corretas e adequadas. O pensamento e a sensibilidade, são caracteres independentes, podendo estar ou não associados.
Fritjof Capra (Físico subatômico) em seu livro “The Tao of Physica”, traçou uma analogia coincidente entre as tradições místicas do oriente e a Física Moderna, sendo que a primeira em linguagem não científica – a cerca da natureza íntima da matéria, energia e do Universo (isto, muito antes dos físicos, pelo processo intuitivo em estados alterados de consciência (PES)). A intuição é a função psicológica que se ocupa de transmitir percepções através do inconsciente que na “lei das correspondências”, quer na teoria da sincronicidade, vemos a intervenção de um elemento reconhecido hoje pela Psicologia Clássica de “Inconsciente Coletivo” (Jung) – diz que, na situação parapsicológica arquetípica há sim, uma ocorrência paranormal sincronística. Não podemos despertar o Inconsciente pelo raciocínio, pela lógica, pela ação direta do Eu consciente e, sim, pela emoção e pela imaginação – que, em grande parte provém também do inconsciente:
1º) Porque os símbolos são a fonte de descarga e de excitação do inconsciente – é expresso de acordo com as leis do pensamento pré-lógico. O inconsciente não dispõe de raciocínio dedutivo x indutivo, característico de nosso consciente., porque não lida com o tempo x espaço e causalidade, que são a base do pensamento lógico e científico.
2º) Por que os sons (música), aquieta e inspira o Ego, excitando o inconsciente.
3º) Idem, os Ritos x Mitos, excitam-nos.
4º) Idem, a lei das correspondências exerce uma influência (Amadou).
Alberto Lyra refere que segundo o conceito cartesiano, a consciência expande-se. O Eu, além de poder expandir-se para o seu interior, pode dirigir-se para o interior de outrem – é também explicada pela consciência centrífuga de Hussel, e neste caso, a consciência adquiri uma expansão espacial em escala ascendente até o seu foco de consciência se fundir com o foco de consciência do inconsciente coletivo (Selbet). Se depreende que a grande diferença entre um alienado, um louco e um místico, reside em que os dois primeiros perderam o controle do Ego.
Campbell – 1939), anunciou a descoberta da energia nuclear e comenta que o paranormal é só o vestígio de uma natureza animal esquecida, mas, uma arma do homem do futuro e é por isso que o inconsciente coletivo o teme.
FENÔMENOS PARANORMAIS
Rhine e outros, compara a manifestação paranormal à inspiração artística – sendo o seu surgimento, via de regra, espontâneo. Interessante notar que em experiências telepáticas foi observado uma ativação da área temporal (rinencéfalo) e occipital (pineal).
Ellen Garret ilustra que as impressões telepáticas vêm do plexo solar. Alguns autores “ocultistas”, falam da existência de mais dois sentidos (pineal x plexo solar). Atente que, quando do surgimento do fenômeno em nós, parece existir um bloqueio do consciente praticamente imperceptível (bio-anestesia), semelhante ao processo das células patógenas ao inibirem as nossas células de defesa (linfócitos), onde a velocidade atuante do fenômeno é tão grande, talvez até maior que o da velocidade da luz, que o Agente Psi Confiável nem se apercebe.. Há casos em que foi constatado (emoções negativas) uma redução de células brancas do sangue, enquanto que nas emoções positivas houve um acréscimo de leucócitos.
Jiro Bradna (pág. 13) ao usar o eletromiógrafo afirmou que se pode transferir uma tensão muscular para outrem. Por sua vez, Platanov refere que por manipulação telepática é possível perder a consciência na ordem de 0,4%. Já Pavel Naumov faz com que determinadas pessoas cumpram ordens sem se aperceberem.
- D. Broad relata que há uma constância na interação telepática entre os seres e George Losanov refere provocar anestesia pelo pensamento, como também por sugestopedia, forma artistas à semelhança dos célebres personagens vividos, em três meses, associando a musicoterapia clássica.
Vassiliev considera a telepatia uma reversão atávica e Drº. Ippolet Kogan pensa que a transmissão telepática pode ser transportada por meio de campo eletromagnético, enquanto que o Dr. Berg julga ser por meio de uma ressonância originada de uma energia psíquica que se encontra em relação com a atividade elétrica do cérebro. Já Jung procura explicar a precognição como uma coincidência significativa entre um conteúdo psíquico e um fato físico, enquanto que Mudle acha ser resultante de uma inferência inconsciente e W. G. Roll propõe que forma-se um campo psi, aí, um fato não ocorrido influencia o cérebro, levando-o a perceber antecipadamente.
Bergson considera que o futuro está sendo criado a cada momento, enquanto que Wassermann acha que o futuro já se encontra latente no presente, com padrões potenciais de todos os acontecimentos possíveis e, finalizando, Adrian Dobbs segue a segunda dimensão do tempo (precognição). Em função de tudo isto, o I.P.P.P. procura habilmente formar uma teoria geral da paranormalidade, direcionando cientificamente os eventos inerentes. Portanto, os fenômenos Psi podem ser distribuídos e classificados quanto a ocorrência, ao conteúdo, a constituição e a seletividade.
- Quanto a Ocorrência: Estado de vigília, estado alterado de consciência (sonho, transe, sonambulismo), perigo de morte, estado emocional intensificado, debilidade orgânica e experimentação controlada.
- Quanto ao Conteúdo: Habilidades, aptidões, informações, inteligência que a psi não apresenta em estado normal.
- Quanto a Constituição: Não se origina da razão e dos sentidos e também não resulta de aprendizado (anula o princípio da tábula rasa ou papel em branco).
- Quanto a Seletividade: Incidência em sexos opostos, pessoas que se estimam, tato e capacidade de concentração do Agente Emissor, não aplicado ao Agente Psi Confiável.
Como no meu entender o fenômeno da Projeção da Consciência abrange uma série de fenômenos entrelaçados, vamos efetuar uma síntese dos mesmos; telepatia, clarividência, precognição e criptomnésia (psigama). No Fluxo Psi Informacional eclode a projeção da consciência.
Telepatia: É um fenômeno psigâmico mediante o qual uma pessoa é capaz de conhecer psiquicamente o que se passa com a outra pessoa.
Clarividência: Idem, mediante o qual uma pessoa se apercebe de um acontecimento físico, extrassensorialmente.
Precognição: É um acontecimento antecipado de fatos, normalmente imprevisíveis, de forma simbólica, amenizando ou disfarçando uma informação traumática, oriunda do inconsciente, podendo ocorrer em sonho. O sonho é a linguagem por excelência do nosso inconsciente.
Alucinação Telepática: Segundo Ernesto Bozzano é uma tradução simbólico-verídica, decodificando a mensagem, podendo ser: visual, auditiva, olfativa e tátil.
Criptomnésia: É o conhecimento paranormal que já existe armazenado no inconsciente, portando, não é obtido do mundo exterior. A personificação pode ser subjetiva (psigama) ou objetiva (psikapa).
Personificação objetiva: É um fenômeno de psikapa, provocado ou espontâneo, de pessoa fictícia ou falecida, seja em virtude de modificação psicológica ou corporal do Agente Psi, seja pelo aparecimento físico de um ser aparente humano. Edgar Morin (10) admite a “multi-personalidade”, interna e potencial de cada ser humano. Uma dominante e outras que emergem ocasionalmente, isto, em condições decisivas de urgência.
FENÔMENOS PARANORMAIS X MÉTODO CIENTÍFICO
Os fenômenos paranormais são extraordinários e susceptíveis de investigação pelo método científico, devendo atender satisfatoriamente a três exigências básicas: previsibilidade, controlabilidade e repetibilidade.
Previsibilidade: A experiência tem demonstrado que na presença de um Agente Psi Confiável (APC) há uma alta probabilidade de acontecerem fenômenos paranormais. Logo, pode-se prever com margem de erro, sendo que o índice de sucesso varia segundo circunstâncias diversas.
Controlabilidade: O APC poderá identificar as condições favoráveis à manifestação da sua paranormalidade e, assim, habilitar-se a obter voluntariamente os fenômenos. Em conjunto com o parapsicólogo, estabelecer um programa de pesquisa eficiente para detecção e controle desses fenômenos, que são personalíssimos com variabilidade de indivíduo para indivíduo.
Repetibilidade: Embora irrepetíveis à semelhança de um experimento físico, são passíveis de repetição, quanto ao gênero e, não, quanto a sua especificidade.
A projeção da consciência, também chamada de bilocação no Catolicismo e de desdobramento no Espiritismo. É, por sinal, um fenômeno complexo e ainda destituído de uma precisão conceitual.
O Profº. Valter da Rosa Borges afirma que se a consciência se projeta realmente para fora do corpo, ou se esta projeção não passa de uma experiência alucinatória de natureza psicológica ou parapsicológica urge a necessidade de se definir o que é projeção da consciência, delineando o seu perfil fenomenológico e definir também a sua natureza.
Caso a projeção da consciência seja identificada como um evento psicológico, ela deve ser incluída no campo da Psicologia, porém, se ela constitui uma modalidade de clarividência, caracterizando-se pela percepção alucinatória de um outro corpo em tudo semelhante ao corpo físico e dele destacado, dando a nítida impressão de que a consciência se encontra localizada nesse último, então esse fenômeno pertence ao domínio da Parapsicologia. Finalmente, se ficar comprovada a existência real deste outro corpo onde a consciência se localiza, separando-se temporariamente de seu corpo físico, a projeção da consciência passará a ser um fenômeno considerado de fronteira ou de superposição entre a Parapsicologia e o Espiritismo.
René Sudre comenta que Soller considera uma autoscopia interna, constituindo alucinações recíprocas, ou seja, uma exteriorização de sensibilidade abolida e transportada para um corpo. São criações de nosso subconsciente. Fizeram experiências, picando ou queimando o ar a poucos centímetros do paciente, causando-lhe dor.
Conforme aspectos fisiológicos abordados na tese do Drº. Jalmir Freire Brelaz de Castro x Drº. Raymond A. Mood Júnior, drogas, tais como Torazine, Valium, Demerol e Morfina, Haxixe facilitam essas alucinações, como também os componentes anestésicos, beladona e o PC (Phecyclidine).
Os pós-operatórios provocam o Eu dividido e o escutamento de vozes. Exacerbação hemicraneana afeta o sistema óptico e deflagra a percepção alucinatória de seu corpo. Um distúrbio do lobo parietal do córtex cerebral e sensações dos nervos periféricos a semelhança de membros fantasmas (quando já foi amputado). Existem pessoas que já têm poderes supernormais visual (Todd e Dewhurst). Franke e Koopman verificaram pelo eletroencefalograma (E. E. G.) no estado de transe, o bulbo está adormecido.
No que concerne alterações na atividade elétrica do cérebro, temos o córtex visual limiar de percepção dos fosfenos e isolamento sensorial contribuindo para o surgimento no efeito de luzes brilhantes.
No que tange desordens temporárias da capacidade mental, temos febre, fadiga ou excitação e o estímulo do sistema nervoso central (SNC) com desregulação dos estímulos, provocando alucinações. Pesquisadores provam que o organismo produz opiáceos cerebrais ou endomorfinas, 30 vezes mais forte que a morfina, principalmente quando o paciente se depara com fortes dores ou em conflitos – o cérebro produz uma substância química que elimina a dor. Uma em cada vinte pessoas passaram pela morte clínica. A formação mental da imagem de um túnel se dá quando o cérebro à presença de níveis cada vez mais elevados de dióxido de carbono (CO2), o faz aumentar na corrente sanguínea. Este gás é um subproduto do metabolismo do corpo. O efeito de imagística mental estimula o SNC que imita os efeitos da luz da retina (Drº. Michael Sabom – cardiologista de Atlanta – Georgia, U.S.A.).
Quanto aos aspectos psicológicos temos o pânico, luta contra uma doença grave, aceitação, felicidade estática, estado de beatitudes – Recusa x Negação x Regressão, conforme Otto Rank, pode ser uma projeção de nosso libido narcisista em função de nossa subjetividade narcisista. Porque uma coisa é a pessoa ver a si mesma, outra, é ter a sensação de estar fora do corpo e outra é sentir a união das duas coisas. O psiquiatra Russel Noyes considera a despersonalização como um mecanismo adaptativo ao perigo defrontado, porém, quando a sua personalidade é frágil; ademais, divide em três formas: místico (harmonia com o Universo), sobrevigilância (visão, audição, aguçados e um sentido alterado da passagem do tempo) e a despersonalização (estado calmo à excitação emocional).
Quanto ao aspecto ontológico, o receio e o meio existem e é deflagrador de fenômenos paranormais, porque induz o organismo a fabricar opiáceos cerebrais. A experiência de quase morte (EQM) é algo que está especificamente ligado ao fato de se estar à beira da morte, e não simplesmente doente, ainda que de modo grave. O dilema existencial é o foco central.
Quanto ao aspecto hipnótico provoca estados emocionais intensificados, susceptíveis a alucinação com visão eidética. A morte é um processo e não um momento e como há um mecanismo computorizado para morrer, o apego à vida exacerba tais fenômenos paranormais transitórios. Conclui-se que o homem se auto hipnotiza ante à gravidade, como uma autodefesa.
No que se refere a Teoria das Catástrofes x Cibernética x Proximidade da Morte, o processo da morte pode ser brusco ou paulatino, mas parece que na Projeção da Consciência os seus fenômenos se apresentam muito mais quando existe uma deflagração brusca em direção à mesma – uma vez que a vida sofre uma descontinuidade súbita. Então o sistema no seu todo mobiliza uma série de mecanismos de defesa para manter a sua regularidade ameaçada e dentre elas, o fenômeno paranormal aflora.
Quanto ao aspecto parapsicológico temos que, embora haja um mecanismo aparentemente comum, ele é sempre específico e intrínseco, mesmo porque os relatos nem sempre revelam o âmago da realidade vivida pelo indivíduo em particular. A emoção profunda de terror se dá, face ao despreparo desapego à vida e a falta de controle (canalização) das emoções. Como foi bastante explanado, tudo nos leva a crer que nos instantes quase finais a nossa vida psíquica se inteira da realidade, aí, busca e rebusca, retroage aaté os confins de seus arquétipos, como se estivesse realizando (vasculhando todos os ângulos do inconsciente) a última inspeção e visão, consolidando e amalgamando o nosso “constructo” ante a premência de sua desagregação física, condensando a sua psiquê e fortalecendo-a com a finalidade de enfrentar um possível “big-bang” que não ocorreu e, em função desta altíssima introspecção, o indivíduo retorne com uma visão totalmente remodelada da vida em si. Interessante notar que essas aparições tranquilizam em 86% a mente humana personifica um ente bom (97%) ou mal (0,3%). A paranormalidade parece transcender a tudo, uma vez que até nessas horas ela se autopotencializa. Inquietante é que existe um tempo precisamente já codificado em cada elemento, previamente calculado para o seu retorno sem sequelas. Frazer Nicol afirma que os resultados quantitativos são melhores nos ajustados do que nos neuróticos. A hipnose tem influência na provas qualitativas. Frik afirma que os símbolos com conotações sexuais tinham maior influência de acertos em certas pessoas.
Quanto aos aspectos filosóficos temos que os nossos pensamentos não se perdem e as verdade absolutas são inexprimíveis. William James explicita as visões místicas da seguinte forma: Inexprimibilidade, Qualidades Noéticas (amplo conhecimento), transitoriedade (máximo de duas horas), passividade (dominado ou empolgado por uma força superior), dando-se uma conotação máxima de nossa responsabilidade para com o nosso próximo e o que fizemos da vida (amor), como também a ânsia em adquirir novos conhecimentos em sua constância ininterrupta mesmo pós vida física. Embora seja-nos dado uma interação suprema de conhecimentos superiores, nada é lembrado em nível consciente. As coisas são reais quando suas consequências são reais, vivencia-se o futuro (Exemplo: um paciente ouvia um barulho e viu um compressor que não entendeu qual a finalidade do mesmo, porque naquela época ainda não tinha sido fabricado). A E.Q.M. é uma plataforma para uma transformação duradoura, e não um alívio temporário do mundo que nos cerca. O próprio Jung com extremo respeito acha que a E.Q.M. faz com que as imagens arquetípicas, que se encontram no subconsciente profundo, sejam evocadas – e que basicamente são as mesmas para todo o humano terrestre, mas, não explica as experiências de separação do corpo. Ele mesmo explica sobre uma pessoa que pobre e medíocre como se sentia, fazia parte deste todo indestrutível e eterno e, que sem ela esse todo ficaria incompleto e, essa mesma pessoa, percebeu que os pensamentos são as únicas substâncias realmente positivas, sentindo uma alegria inexprimível. O ponto fraco, até então da Parapsicologia está no método qualitativo, embora já seja aceita em 50 universidades dos U.S.A.
Carl Sagan teoriza que as percepções e sensações neste caso (projeção da consciência), se assemelham muitíssimo ao nosso nascimento. Pela hipersugestionabilidade retorna como que a infância. Não será um processo semelhante ao da hipnose? Mas, o que me preocupa é que a criança se comporta como se fosse adulta – tudo levando a crer que o espírito é atemporal. Curioso salientar é que houve casos em que a consciência retorna para o seu lar não encontrando o seu corpo, retorna ao Hospital e procura, só encontrando pelos vestígios (anel, pulseira) de objetos materiais.
Conforme a teoria de Doucet o inconsciente passa a ativar a função intuitiva. Está na ideia de que a informação deve estar dentro das coisas. No início estava o hidrogênio, como ele poderia saber a que distância o elétron tinha que circular em torno do núcleo atômico? Como o núcleo do átomo de hidrogênio poderia saber qual o volume de energia necessário para manter o elétron ligado ao núcleo de tal forma que ambos formassem o átomo de hidrogênio? O núcleo atômico deve ter esses conhecimentos, pois do contrário, o átomo não existiria (pág. 164). Com base nessas e outras ideias (1960), Doucet criou um Modelo Intelectual da Psicônica (M.I.P.). Os psicons, existência de informações operativas, destinadas às pedras submicroscópicas com que o mundo foi construído e talvez coincidam com as minúsculas partículas de informações ou de conhecimentos do tipo dos miraculosos neutrinos (também citados por Robert Larcher x Raymond, Patrick), descobertos por Wolfgang Pauli, tendo lugar garantido entre as partículas do núcleo atômico (não possuem carga elétrica e devem deslocar-se a uma velocidade de 99,999999… por cento da velocidade da luz e podem atravessar sem dificuldade uma parede de chumbo de um milhão de quilômetro de espessura. Eles têm que existir com massa pequeníssima e nenhum instrumento até agora conseguiu detectá-los, mas, pode ser matematicamente provada através do Método de Redução ao Absurdo, surgida em experiências físicas nucleares, onde alguma coisa roubava uma quantidade super-minúscula de energia na ordem de 0,0000001 por cento que, segundo a lei de Conservação de Energia não poderia desaparecer. Os psicones previstos não necessitariam possuir uma carga elétrica ou massa, mas sua existência pode ser proada matematicamente por meio de uma variante de fórmulas de Einstein. Com base na analogia entre as fórmulas básicas da termodinâmica e da teoria da Informática, até podemos demonstrar matematicamente a “escalada do consciente” por meio de pesquisas genético-históricas, como um efeito colateral necessário à evolução humana (Física Quântica x Matemática da Lógica Polivalente), formando uma ponte entre a Física Moderna e a Psicologia do super-consciente (Parapsicologia) e por meio delas, tentar demonstrar a identidade entre as informações físicas que depois de serem reduzidas a “bits”, podem ser descritas e fisicamente medidas e as informações psíquicas ou intuitivas, que podem ser psicologicamente descritas e medidas qualitativamente com grandezas de conhecimento ou unidades de aumento de aprendizado (tese de Mestrado de Diana Doucet). Leibniz procurou criar uma língua universal, onde cada conceito seria representado por um número onde os conceitos compostos seriam expressos pelos produtos de determinadas multiplicações e ao término desta operação todos os números seriam substituídos por letras que pudessem ser traduzidas em sons – dando como produto uma língua sonante, onde todos poderiam comunicar-se (base às línguas algorítmicas) criadas pelos logicistas (língua dos computadores – existe um problema que é a redundância). O pensamento simbólico possibilita ao ser humano a visão livre de todos os planos da realidade e são portadores de conhecimento ou informação atemporais, universalmente válidas sendo criados uma pedagogia autógena (reaprendizado da compreensão dos símbolos) com o desenvolvimento da intuição (descoberta das forças ocultas criativas do próprio indivíduo) que não deixa de ser os “Fenômenos Paranormais”. Breiner, através da Fisiologia, partiu do pressuposto de que a pele como órgão de um sentido, provavelmente foi a precursora dos ouvidos. Os receptores epidérmicos são facilmente estimulados por correntes elétricas muito fracas, criando um aparelho destinado a comunicação linguística eletrocutânea, com ótimos resultados no Instituto de Surdos por ele dirigido. O ouvido, por exemplo, percebe as frequências acústicas situadas na faixa de 30 a 16.000 Hertz; já os estímulos elétricos da pele têm seu limite inferior de perceptibilidade em 5 Hertz (situada) e o limite superior em 100.000 Hertz, possibilitando examinar os infrassons (tibetanos) e os ultrassons (flautas de bambu dos chineses e japoneses) que o ouvido humano não percebe. As pesquisas na área dos novos métodos de Aprendizagem e de Treinamento, estão desenvoltas, porém, seus efeitos decorrem mais de certos efeitos ondulantes, não perceptíveis aos cinco sentidos, observando-se o “Princípio do Menor Efeito”, descoberto pelo matemático islandês R. Hamilton (1805-1865) que, com os trabalhos de Helmholtz, vem sendo aplicado na Física das radiações, gravitação e eletrônica. Segundo Max-Planck (1848-1947), este princípio físico x matemático é o mais abrangente de todas as leis naturais (sem qualquer esforço consciente, conseguiram um aprendizado sem conhecimento prévio em línguas estrangeiras – um acréscimo um pouco inferior a 70%).
CONCLUSÃO
Demócrito (460-370 a. C.), patriarca da Teoria Atômica Moderna, ensinou que o mundo material é formado por um número infinito de átomos de formatos diferentes. Imaginando que ao lado ou no interior dos mesmos houvesse minúsculas partículas de energia psíquica, dando vida à matéria e formando as estruturas do Universo. Bell imaginava que os elétrons contêm a essência do ser – cientistas modernos estão convencidos de que o Cosmos é um sistema (aberto) Cibernético, que produz ideias.
Afirma o Profº. Gerd Leuche (Professor de Óptica Quântica do Instituto Max Planck, em Munique) sobre o incrível salto do elétron que quando uma estrela explode, o equilíbrio se rompe havendo uma súbita transferência de energia para outros corpos próximos que em seguida a repassam para os corpos mais distantes (analogamente pode ocorrer o mesmo processo na hora da morte). Interessante ressaltar que as ondas gravitacionais registradas por Einstein, são registradas, mas ninguém até hoje sabe de onde vem. Parece existir uma demora (latência) do elétron para dar um salto quântico (emissão da luz), é possível medir o tempo gasto entre o recebimento e a devolução da energia luminosa e, como o tempo não é zero, o salto quântico não é instantâneo (latência). Observe-se que esta latência existente na Parapsicologia pode ter a mesma origem e sofrer talvez mais algum tempo para ser decodificada e atingir o seu sentido através do simbolismo e outro defeito (perdas) de sincronismo. Um mesmo corpo pode, então, estar em dois lugares ao mesmo tempo, como na Projeção da Consciência, e no final do trajeto o fóton interage consigo mesmo produzindo o que se chama “Padrão de Interferência”. O fóton apresenta uma de suas duas faces alternativas deixando de se comportar como partícula e assumindo as feições de uma onda – transformação esta que lhe permite se espalhar pelo espaço, como se navegasse por duas rotas num só movimento e também interferir consigo mesmo. O objetivo da ciência é descobrir o comprimento de coerência (limites físicos dos prótons), com uma largura de aproximadamente três metros quando deixa a forma corpuscular e sua energia flutua no espaço como uma onda. A distância é igual a um período de tempo de cerca de três bilionésimos do segundo. Este é o prazo que um elétron levaria para emitir um fóton, depois de dar o seu pulo quântico (Wolfgang Pauli, Professor da Universidade de Bonn, Alemanha, prêmio Nobel de Física na área de Óptica Quântica). Vejam que até o elétron é excitado experimentalmente. O tempo subatômico talvez não tenha um fluxo tão suave como aquele com o qual o homem está acostumado. Outra descoberta notável para concluir, foi a realizada pelo Drº. Johns Hopkins (Baltimore – U.S.A.) com sua equipe (Profº. Solomon Snydes), conseguiram pela primeira vez multiplicar neurônios humanos (células nervosas), submetidas em caldo hormonal – indo contribuir com a cura de várias doenças, como Mal de Parkinson e Alzheimer, como também no futuro, dinamizando-os na formação de seres super-inteligentes, que, se mal aplicada, a história pode se repetir (Hitlerismo) e aí a humanidade sofrerá.
BIBLIOGRAFIA
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