Elementos para um estudo de metodologia

IVO CYRO CARUSO

A OBSERVAÇÃO. O CONHECIMENTO.

A observação é a contemplação de um fenô­meno, tal como efetivamente ocorre. Ao observar, deve-se permitir que o fenômeno se desenvolva e se apresente tal como é. O observador não deve alterá-lo ou intervir, pois assim modificaria os resultados. Desde que o fenômeno seja repetido, ou possa ser repetido, em sucessivas e dife­rentes observações, o pesquisador passa ao seu exame detalhado, quanto aos fatores que o gera, o estimula, alte­ra ou orienta para a sua finalidade.

O homem se encontra condicionado pelo es­paço e pelo tempo. O observador não consegue sempre conhecer o todo de um só lance. Passa a conhecer a reali­dade por partes, ou partes da realidade. E essas parcelas, são conhecidas aos poucos, uma a uma de cada vez, su­cessiva, progressiva e cumulativamente. O conhecimento se desenvolve ao longo do tempo, através de um processo de acúmulo de resultados originados de fracassos e êxitos, consignando as conquistas do conhecimento. Tal processo é histórico e coletivo, sendo as conquistas do conhecimen­to, notadas por uma quebra de uma situação de passagem do já conhecido para o desconhecido, que se desnuda, permitindo-se reduzir o campo do desconhecido.

MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO

Um método depende do objeto da pesquisa e não é improvisado.

Um sistema atua como base objetiva do mé­todo. O sistema e o método se interligam. O método busca novos resultados. O sistema científico se ocupa com a ex­pressão total do conhecimento obtido, referente à estrutura e comportamento do objeto estudado.

Uma divisão simples da metodologia de pes­quisas entende:

  • o método qualitativo, no qual a investigarão se concentra no processo, ou fenomenologia da ocorrência paranormal.
  • o método quantitativo, no qual a investiga­ção destaca valores padrões e uma medida relativa, numérica da ocorrência.

A primeira preocupação deve residir na com­provação da autenticidade do fenômeno paranormal, den­tro de um rigorismo científico esperado, uma vez que, na maioria das vezes, é de natureza subjetiva.

No método qualitativo, o fenômeno vale por si mesmo, uma vez comprovada a sua autenticidade.

No método quantitativo, o fenômeno é exa­minado por seus fatores e variáveis mensuráveis, vistos como grandezas, e, por isso, comparados e geralmente sujeitos ao tratamento estatístico.

De uma maneira muito sumária poderemos afirmar que no método qualitativo controla-se o “médium”, enquanto que no método quantitativo controla-se o fenômeno

Geralmente uma pesquisa envolve um grupo de pessoas que devem ser heterogêneas quanto à forma­ção filosófica, religiosa e profissional. Uma equipe ideal se constituiria de pesquisadores das diversas áreas do saber, de diversas especialidades e afeitos aos diversos domínios, tais como: da história, biologia, fisiologia, medicina, física, química, filosofia, psicologia, psiquiatria, música, atores dramáticos e mesmo mágicos e prestidigitadores e seus afins. O objetivo seria o de interpretar, à luz do conheci­mento atual em suas diversas áreas, os aspectos de auten­ticidade, armadilhas, ou efeitos auditivos e luminosos, mon­tados no ambiente, ou ao seu redor, interna e exter­namente, bem como as reações do “médium” e dos assis­tentes,

Uma pesquisa exige a elaboração de um pla­no global das etapas a serem cumpridas, do método (se mais de um) a ser utilizado, conhecimento de manejo dos dispositivos e instrumentos, se usados, dos tipos de regis­tros e anotações e quais as pessoas que as farão durante o desenrolar do fenômeno. Tais registros e anotações devem ser efetuados durante os fenômenos, logo após a sua con­clusão e também algumas horas, ou dias, antes e depois de sua análise, a fim de que os fatos sejam analisados sob o impacto do fenômeno e, mais friamente, superado o envol­vimento emotivo e afetivo que por acaso possa ter ocorri­do no momento do fenômeno.

Define-se “protocolo” ao registro puro e sim­ples de cada passo do fenômeno observado, sem comentá­rio, nem juízo. O protocolo é a primeira fase de registro da observação de um fenômeno. Todos os detalhes devem ser registrados, inclusive a movimentação das pessoas.

Nota-se que os métodos de pesquisa da Parapsicologia ainda adotam posições muito próximas da Psi­cologia. Assim que, a pesquisa é centrada no estudo do “médium”, como indivíduo paranormal, exaustivamente, ou quase, e parece não se afastar do método clínico da Psico­logia.

A expressão “clínico” tem aplicação ao nível da “normalidade” e se caracteriza como uma forma de pes­quisa que tem por base a observação a longo prazo, típico do método clínico. Neste contexto, expressa o método em causa e que se destina a revelar o mais exaustivamente quanto possível, e com rigor científico de maneira qualitati­va e descritiva, certas formas de conduta, em clima de bom relacionamento e de familiaridade, entre o sujeito observa­do e os pesquisadores. O método clinico, quanto ao de­sempenho dos fatores envolvidos, pode-se apresentar com a mesma eficiência e objetividade que caracterizam o mé­todo experimental. Na generalidade, parece ter grande im­portância, quando prevalece o propósito de conhecer a problemática individual do “médium”. E passa a ser justifi­cado: (a) diante de um sujeito paranormal, como caso indi­vidual; (b) quando o objetivo é descobrir a problemática desse sujeito paranormal; (c) como expressão de preocu­pação em preparar-se um diagnóstico do tipo de paranormalidade com que se defronta o pesquisador.

O método clínico se baseia no procedimento de compreensão, enquanto o método experimental se ocu­pa na busca de uma explicação.

O método experimental se faz através de experiências e é exercido pela observação dos aspectos e comportamentos dos indivíduos, seu relacionamento com os outros, com dispositivos ou instrumentos, em situações predeterminadas e sob controle, de modo a exibir favora­velmente aquelas manifestações que um estudo, ou análise prévia, indicou como as mais relevantes. Nas experiências, as observações se utilizam dos sentidos ou de seus desdo­bramentos e extensões, designados instrumentos adequa­dos e preparados para efetuar as medidas do experimento.

O método experimental se aplica às manifes­tações quantitativas e qualitativas, através das quais os indivíduos e seus comportamentos se revelam. Nos casos em que os aspectos quantitativos são mais relevantes, pre­domina o caráter de medição do método, enquanto que, se os aspectos qualitativos são enfatizados, predomina o cará­ter da crítica. Em qualquer caso, a aplicação do método é precedida de um plano elaborado visando identificar as indagações mais relevantes, no estágio da pesquisa, e as vias para a sua resolução.

Os métodos estatísticos se fundamentam na probabilidade estatística, que é a disciplina que permite a tomada de decisões, ditas justas, em face da incerteza. Aplicam-se bem no estudo de fenômenos aleatórios e comportamentais, em função da complexidade do comporta­mento humano do “médium” e a incerteza associada aos estados da natureza dos fenômenos para psicológicos.

O método de medição mais generalizado é o da comparação, segundo o qual os atributos de medida são fixados por números relativos a uma unidade da grandeza considerada e adotada para a medida. Esses atributos de medida são fixados e se referem aos atributos similares de dispositivos especiais definidos como padrões. Uma varian­te é o método de anulação, que utiliza medições controla­das, administrando quantidades, até que anule os aspectos quantitativos de um atributo similar.

O método patológico é aquele que se dedica ao estudo dos padrões anormais do comportamento do indivíduo. Caracteriza-se por colocar em relevo o conheci­mento da própria estrutura patológica e, por comparação, obter o conhecimento das formas normais da conduta, o que pressupõe o emprego coordenado do método compa­rativo associando os aspectos entre o normal e o patológi­co. Neste contexto expressará o que se deve definir como patológico, diferenciado do que é parapsicológico, por exemplo, um caso de dissociação tipicamente esquizofrênica, de clarividência parapsicológica. Esta última seria normal sob o ponto de vista parapsicológico.

O método fatorial, muito utilizado em Psico­logia, trata da análise dos fatores e seu “peso” postos em jogo no fenômeno e já está sendo aplicado em Psicologia Transpessoal. É de se sugerir a sua utilização em mais am­pla escala nas pesquisas de natureza qualitativa dos fenô­menos parapsicológicos, com as devidas adaptações.

No que se refere à apreciação dos fenômenos parapsicológicos como atividades comunicativas ou infor­máticas de interações de estruturas do mundo pessoal do “médium”, seu mundo interior e exterior, com seus confli­tos e adaptações às relações tipicamente Eu-Mundo, vivenciais e de cosmovisão desse mesmo “médium”, não se deve afastar a ideia das aplicações dos conhecimentos da teoria da comunicação na análise dos fenômenos parapsicológicos. Neste sentido, o autor já fez uma tentativa, levada a Congresso, existente nos arquivos do IPPP.

Qualquer método tem suas limitações, pelo que o rigor científico deverá sempre ser perseguido pelo pesquisador.

Os métodos se enfeixam em um dos funda­mentos da indução e da dedução, considerados os métodos fundamentais da ciência e do pensamento filosófico e, re­sumidamente:

  • a dedução consiste em passar do geral para o particular;
  • a indução consiste em passar do particular para o geral.

O método dedutivo, utilizando o silogismo como base, é designado também de método analítico, pois separa, ou divide, analisando, o que está reunido nas pre­missas. Sofre a crítica de ser tautológico, isto é, encontrar na conclusão a mesma cousa que já se acha dita nas pre­missas.

O método indutivo compreende a observa­ção, a hipótese, a experiência e a indução propriamente dita, que consiste na generalização dos resultados da expe­riência.

Ora, o resultado de uma experiência, ou pro­cesso de observação, depende de sucessivas fases experi­mentais e pelo mesmo nível de controle sobre as condições ambientais. Isso não obriga, necessariamente, à repetição do sucesso esperado. O pesquisador poderá formular, den­tre outras, as seguintes indagações:

  • qual desses sucessos, ou combinações de­les, se deve adotar?
  • como distinguir, dentre duas sequências de sucessos, aqueles provenientes da mesma (ou de diferen­tes) experiências?

Obviamente, o efeito do controle das variá­veis que comparecem em uma experiência, mesmo naque­las mais simples, deve ser levantado pelo observador. De­verá examinar cada variável, suas próprias limitações nos controles e o conjunto dessas limitações deverão ser con­sideradas nos erros de observação. O controle desses er­ros, isto efetivado, ou pelo menos tentado, por meio de redução, determinará o rigor do processo e da observação, em um determinado estágio da pesquisa e do conhecimen­to.

Uma única observação efetuada com base em um método adequado e dentro do rigor de controle permitido, vale mais do que diversas observações de expe­riências não controladas, ou frouxamente controladas, por melhor que seja o método e mais bem intencionado que deseje ser o observador. Tanto mais que nos fenômenos paranormais, geralmente com o “médium” em estado alte­rado da consciência, ou sob um estado de vivência subjeti­va, os processos de observação dependem da percepção, da sensibilidade dos sentidos, da riqueza do vocabulário, da imaginação e criatividade. Isso não somente por parte do “médium”, mas também por parte do observador.

O fenômeno paranormal existe e se define por suas características. Para escolher-se os métodos de aplicação, as principais características devem ser bem co­nhecidas.

Designa-se um fenômeno normal a todo acontecimento cujo mecanismo causal eficiente se enquadre no conjunto das leis que se admitem governarem os pro­cessos da natureza. A consequência dessas condições defi­nidoras é a exigência de um domínio de fatos observáveis e o conhecimento dos processos que os desencadeiam, quan­to às causas e efeitos, controle e previsão dos processos.

Designa-se fenômeno paranormal todo acontecimento fora do conjunto dos fatos normais. Para os quais ainda não se dispões de conhecimentos e comportamentos. No domínio dos fatos observáveis, as intera­ções dos fatores e dos efeitos às causas possíveis são geradas por processos ainda desconhecidos e não controláveis.

O fenômeno paranormal, do domínio da Parapsicologia, existe. É tudo o que sabemos, por enquanto.

As principais características do fenômeno para­normal se resumem em:

 

a – a ocorrência observável é rara e geralmente fu­gaz. Em outras palavras, de muito pequena frequência e tempo de duração relativamente redu­zido;

b – a ocorrência não tem qualquer dependência da vontade do sujeito; a ocorrência é também de di­fícil repetição dependente da vontade do sujeito paranormal;

c – a ocorrência tem o caráter de imprevisibilidade, o que dificulta e complica o preparo de indagações padronizadas;

d – o aspecto inteligente e intencional do fenômeno é facilmente detectável; o que dificulta o curso que os observadores tenham planejado;

e – a ocorrência envolve fatores e variáveis cujos aspectos são a insegurança e a imprecisão dos testemunhos pessoais; o que exige que vários testemunhos sejam registrados e confrontados entre si;

 

f – a semelhança de certos fenômenos paranormais com acontecimentos normais    pode confundir a sua observação; o que exige a anulação, ou exclusão de cada fator perturbador, e isso exige paciência e longa duração das observações;

g – a nossa profunda ignorância com relação ao mecanismo e às leis desses fenômenos exige do observador não permanecer preso a hipóteses e modelos apriorísticos.

 

CLASSIFICAÇÃO

A contiguidade com os fenômenos psicológicos traz um problema de linguagem e de tentativa das primei­ras interpretações dos fenômenos estudados pela Parapsicologia ser feita no domínio da Psicologia. Todavia, utili­zam-se desde as primeiras análises, as séries dos conheci­mentos de história, história das religiões, biologia, fisiologia, psiquiatria e psicanálise, física e química, estatística e outras, de áreas até mesmo bastante diversas, tal como a prestidigitação.

Algumas indagações de ordem filosófica e teoló­gica, também são feitas, afinal, a partir de alguns fatos paranormais atribuíveis a agentes “theta” (tais como acerca da sobrevivência “post-mortem”).

O 1° Congresso Internacional de Parapsicologia, Utrecht 1953, adotou a nomenclatura de Thouless e Wiesner, designando fenômenos PSI todos os que englobam fenômenos paranormais conforme definidos pelo congres­so. A metodologia de pesquisas desses fenômenos não po­de afastar-se de uma classificação dentro do domínio de cada grupo dessa nomenclatura:

1) Psi-gama: estuda a série dos fenômenos subjetivos. São designados ESP (extra-sensorial perception) percepção extra-sensorial pela escola de J. B. Rhine. Esse grupo compreende os fenômenos em que a mente se co­munica com outra mente por meios não-sensoriais. Classificam-se, neste grupo:

Telepatia: quando há comunicação direta de mente a mente, sem intermediário comum.

Precognição: quando há percepção de fato que irá ocorrer em data futura.

Clarividência: quando há percepção direta dos fatos do mundo físico, independentemente do uso dos sentidos fisio­lógicos normais.

2) Psi-kapa: estuda os fenômenos objetivos compreendendo a ação direta da mente sobre os objetos físicos.

A esses grupos, posterior ao Congresso aci­ma mencionado, tem sido acrescentado um terceiro, o de fenômenos ditos psi-theta, que entendem a permanência (transitória ou por tempo indefinido) da atividade da men­te, mesmo após a morte biológica.

A classificação acima está dada para o escopo desta aposti­la.

  1. B. Rhine desenvolveu uma série de expe­rimentos para determinar o grau de ESP de um indivíduo, podendo classificá-lo em um dos grupos psi-gama. Outros pesquisadores idealizaram experimentos mais complexos e outros mais, na tentativa de classificar o sujeito em psi- kapa.

ALGUNS TESTES CLÁSSICOS

Nos capítulos seguintes, será apresentado o baralho de cartas Zener, a partir do qual J. B. Rhine mon­tou todo um método estatístico, através de técnicas ade­quadas a determinar a tendência probabilística de classifi­car percepção extra-sensorial em um dado indivíduo, após uma série exaustiva de experimentos. Baseiam-se nas in­terpretações estatísticas, com o baralho Zener, onde se mantém uma comunicação codificada de estrutura estatísti­ca bem definida.

Receptor ou percipiente é aquele que se sub­mete à tentativa de captação da carta-alvo, aquela que está sendo posta à decisão de acerto. Emissor é aquele que se esforça, ou tenta transmitir a carta-alvo, quando o teste exige um emissor.

É importante um bom relacionamento entre o emissor e o receptor e entre este último e o pesquisador e outros assistentes. O clima durante o experimento deve ser descontraído e até mesmo lúdico.

O receptor não deve conhecer os resultados parciais de uma sequência de vários testes, durante a exe­cução da série de experimentos. Após a série dos experi­mentos, faz-se o tratamento matemático estatístico e inter­pretam-se os resultados, comentando-os em grupo.

Os principais testes com o baralho de cartas Zener abrangem:

Testes GESP (general extra sensorial perception) percepção extra-sensorial geral: o emissor vê a carta- alvo e tenta transmitir o símbolo ao receptor e este último tenta “captar” telepaticamente a informação. É feita igual operação carta por carta. O experimento se repete para todas as 25 cartas, completando um jogo depois do levan­tamento da última carta. Reúnem-se as cartas, que são misturadas, corta-se o baralho e repete-se o jogo, dentro do piano de experimentos anteriormente elaborado.

Testes de pura telepatia: o emissor estabelece um código, determinado mentalmente, no momento de ser iniciado o teste, relacionando um símbolo das cartas Zener a um número. Esse código não deve ser escrito, mas, so­mente mantido mentalmente pelo emissor. Usa-se o bara­lho normalmente e o receptor tenta “captar” o número-alvo a que corresponde o símbolo, visto pelo emissor. É como se o receptor tivesse de decodificar o símbolo-número codifi­cado pelo emissor, que apenas está olhando a carta-alvo.

Testes de precognição: o receptor tenta perce­ber a ordem em que aparece a carta-alvo, uma de cada vez, enquanto as demais cartas podem ser (ou também não) baralhadas (misturadas) antes de serem separadas. A carta não é vista até o término do jogo. A mistura pode ser manual ou através de máquina de baralhar.

Testes de clarividência: usa-se um anteparo em algumas técnicas, como se acompanhara a seguir. Esse anteparo se destina a impedir que o receptor veja as cartas dispostas do outro lado, mesmo que voltadas para baixo (encobertas). O observador não descobre a carta. Cartas chaves podem ficar por baixo do anteparo para que o re­ceptor as toque ou as movimente, indicando, assim, a sua resposta da carta-alvo.

O observador disporá as cartas, sem vê-las, de acordo com a indicação do percipiente e fará as anotações.

Há uma série de técnicas desenvolvidas, cu­jo resumo é:

BT (basic technique) técnica básica: com uso de anteparo opaco, o observador, sem descobrir as cartas à medida que o receptor indica a resposta tocando a carta chave, anota cada indicação.

DT (down through) caminho para baixo: as cartas são colocadas em um monte (às vezes num pequeno co­fre). Após misturadas as cartas e cortado o baralho, o re­ceptor deverá indicar a sequência, ou ordem sucessiva de cada carta, na ordem de cima para baixo.

ON (open matching) combinação aberta: as cartas-chave são vistas pelo percipiente. Não se usa o antepa­ro. As cartas-alvo, apontadas pelo percipiente são deposi­tadas em fila, junto à carta-chave indicada. O observador efetua as operações e também faz as anotações.

BM (blind matching) combinação cega: as cartas- chave são ocultadas, por um véu preto, ou com a face neu­tra para cima. A operação se assemelha, no restante, à anterior ON.

STM (screened touch matching) combinação da carta tocada: as cartas-chave são ocultadas, postas por baixo no anteparo. O recipiente toca a carta velada ao indicar sua resposta.

As séries de testes de PK (psi-kapa) são rea­lizadas por meio de dados ou outros objetos que possam sofrer a ação da mente.

Esses dados são jogados por máquina, e mentalmente, o sujeito sob teste, deve agir no resultado de uma série de experimentos. Por exemplo, deverá influir mentalmente de modo que os resultados sejam orientados pelo desejo intenso planejado. Num jogo de dados deve ser planejada uma série cujo desejo se oriente para resultados acima de 4, e, logo após, no mesmo número de vezes des­sa série, o desejo seja orientado para resultados abaixo de 4.

Outra experiência se fez com gotas d’água caindo exatamente sobre um fio de navalha. O dispositivo é regulado de maneira a dividir cada gota em duas metades iguais, que se depositam em cubas separadas. Após rigoro­sa ajustagem, devidamente testada, em local isento de vibração e sem a participação do sujeito a ser testado, o teste pode ser iniciado. O sujeito a ser testado escolherá uma cuba e deverá, mentalmente, influenciar a queda das gotas de maneira que o fio da navalha encontre a gota desviada por esse “esforço” psicocinético.

Em 1951 Chevallier obteve sucessos dis­cretos em desviar as gotas de um tal dispositivo. Em 1962, Cox repetiu essas experiências e obteve resultados signifi­cativos. Em 1961, aparece um registro na página 56 do International Journal of Parapsichology, de experiências realizadas por Weinberg na alteração do ritmo da desin­tegração espontânea do radium, em decorrência da ação psicocinética de certos agentes humanos.

Nos capítulos seguintes, serão apresentados, 23

com detalhes o baralho de cartas Zener e noções de pro­babilidade estatística aplicadas a jogos com baralho Zener, com o fito de despertar, através de noções simples, o inte­resse lúdico pela pesquisa do grupo psi-gama.

No IPPP, o Dr. Valter da Rosa Borges criou o jogo teste com cartas Zener dispostas em quadrado de 5 colunas por 5 linhas ao que denominou teste Psí-Gestalt, que envolve a atenção do sujeito pelo aspecto que a dispo­sição das cartas pode apresentar.

 

APÊNDICE 1

SÉRIE SUCESSO, FRACASSO Densidade Binomial da Probabilidade p.

Pi = [n!/i!(n-i)!].p’.qn1

n = 25; p = 0,20; p = np = 5; a = ±’Vnpq _ ±2. t ~ kcr

£ Pi , para k = 1, 2,3. í

p ± la = 0,79265; p ± 2g = 0,97888; p ± 3g 0,99845.

 

As abscissas correspondem a i. As ordenadas correspondem a R.

No eixo das abscissas temos que: 1, 3, 5, 7, 9 e 11 correspondem, respectivamente, a p – 2<r, p – a, p, p + a,p + 2a, p + 3g.

 

  Probabilidade

Pi

Probabilidade de uma ocorrência i Probabilidade

P

Probabilidade de uma ocor­rência
0 0,003778 264,69 14 0,063xl0’3 15940
1 0,023612 42,35 15 0,011xl0′3 86950
2 0,070835 14,11 16 0,0017xl0‘3 556477 *
3 0,135768 7,36 17 0,238xl0‘6 4204492
4 0,186681 5,35 18 0,0211×10’® 47,3×10®
5 0,196015 5,10 19 0,0024×10’® 410,8×10®
6 0.163346 6,12 20 0,00018×10’® 5,5xl09
7 0,110842 9,02 21 0,0108xl0′9 92,0xl09
8 0,062348 16,04 22 0,494x1o12 2,0xl0ia
9 0,029442 33,96 23 0,0161×1012 62,lxl012
10 0,011777 84,91 24 O,335xlOls 2,98xlOls
0,004015 249,07 25 0,0033xl0′15 299xl015
12 0,001171 853,96      
13 0,000293 3415,87      
Ex 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Em U I A O E U A E 1 A O U O E A I E 0 I U I A
Re O I U A E I U A I O A U E I E U E U O U O A
S/F F S F F S F F F S F F S F F F F S F F S F S
23 24 25
E U O
I E O
F F S
Convencionamos que: Ex = experimento; Em = emissão; Re = recepção; S = sucesso; F = fracasso;

A = estrela; E = ondas; I = cruz; O = círculo e U = quadrado. Temos, assim, 8 sucessos, p8 = 6,2%, uma ocorrência favorável em 16 experimentos.

Se fossem 17 sucessos, teríamos p0 = 0000238%, com uma ocor­rência favorável em 4 milhões.

Determinação de Eventos prováveis

 

 

 

Variância = V = npq _______

Desvio padrão = a = ±^nPcl

Para um experimento completo de 25 cartas, vem: a =

iV25x0,20×0.80 = ±2.

Para um número de tentativas de J jogos completos: a – ±2 Vi.

Se J = 100 jogos completos, a = ±2×10 = ±20

Razão crítica t = d/<? . Façamos: n = experimentos por

jogo e d = desvio.

 

x = média

Distribuição discreta

p = média.

 

 

 

 

 

Distribuição Contínua

 

 

 

Razão Crítica t

±

Probabilidade Probabilidade de uma. Ocorrência favorável em:
0,5 0,617 1,62
1,0 0,317 3,15
1,5 0,1336 7,46
2,0 0,0455 21,97
2,57 0,01 100 (LIMITE DE SIGNIFICÂNCIA)
3,0 0,0027 370
3,5 0,000465 2149
4,0 0,000063342 15787
4,5 0,0000068 147158
5,0 0,00000057 1754385
5,5 0,00000001 100000000
6,0 0,000000001 1000000000
Sendo: V = valor observado; A = valor provável estatístico j = 400 jogos; n = 25×400 = 10000; p = 0,20; A = np = 2000

Se ocorrerem 2242 sucessos; d = V – A = 2242 – 2000 = 242

o = ±2×20 = ±40 t = 242 / 40 = 6,05.

Esse seria um tal evento que ao acaso ocorreria em 1 entre 1000000000 de experimentos.

 

 

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