Ronaldo Dantas Lins
A hipnose vista como estado emocional intensificado pode ser de natureza ergotropa ou trofotropa.
Uma hipnose é dita trofotropa quando se trata de uma emoção tranquilizadora, ou seja, com domínio do parassimpático, enquanto a ergotropa é de caráter excitador com domínio do simpático.
Nas sessões práticas de Espiritismo observamos uma série de fatores predisponentes a produção de uma hipnose trofotropa, quais sejam:
Luz amena, com efeito calmante,
Voz pausada e repetitiva do dirigente.
Estado de introspecção, relaxamento produzindo uma sensação de calunia e bem estar, por parte de seus componentes.
Nas sessões de Umbanda, alguns fatores condicionam a hipnose ergotropa como:
O canto (ponto), acompanhado ritmicamente pelo toque dos instrumentos,
A dança, excitação muscular, provocando uma tensão.
Além de todos esses fatores, existe em ambos os casos uma sugestão de que o “médium” deverá “incorporar um espírito”, ou seja, comportar-se como se fosse um outro indivíduo. Esta não precisa ser explicitada pois todos ali se reúnem com uma finalidade preestabelecida de comunicar-se com os “espíritos”. Comumente esta sugestão é transmitida na letra do “ponto” através das palavras iniciais do dirigente
A hipnose explica assim muitos dos ditos fenômenos de “incorporação”. Observamos que estas personalidades não tem história, no sentido de identificação das mesmas.
Aqueles que dizem se comunicar com os mortos, deveriam estar atentos para este e outros detalhes que envolvem os fenômenos desta natureza. A não ser que demonstre ser portadora de conhecimentos muito além do possuído pelo “médium”, a personalidade externada pode ser identificada como um produto da mente do mesmo, não sendo, pois, fenômeno paranormal e consequentemente não caindo no campo da parapsicologia.
(*) Publicado no Boletim Psi de abril de 1985, do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas – IPPP..