Publicado no ANUÁRIO BRASILEIRO DE PARAPSICOLOGIA- 1996.
O tema merece um desenvolvimento muito mais extenso, sendo colocado em termos de uma resumida análise sobre as ideias que ocorrem entre maus físicos, como designam Bernstein e Wheeler. O desserviço de ideias místicas sobre os parapsicólogos que sofrem de falta de ordenação ou desconhecimento da metodologia científica em geral, ou das diversas metodologias aplicadas a cada ciência (ou disciplina) se encontra generalizado.
O estudo sério da Parapsicologia deve fazer uma assepsia de ideias metafísicas. Se a Parapsicologia necessitar de ideias não verificáveis e de técnicas místicas, não merece ser reconhecida como disciplina científica.
O tema do cérebro holográfico deve ficar restrito como analogia para melhorar-se a compreensão do processo da memória. Mas não tem base na neurofisiologia,
O holograma universal com registro de todo o conhecimento e sua onipresença, aplicados à parapsicologia elimina esta última e faz pressupor que o modelo esotérico do registro akáshico deva prevalecer.
Alguns subsídios podem ser encontrados em pensamentos metafísicos quando bem ordenados e seguindo as leis próprias da metafísica. Porém, a ciência se faz de observações factuais, de problemas e questões, para as quais se apresentam enunciados, hipóteses e teorias que deverão ter a chancela da corroboração ou do teste experimental. A realidade científica é, portanto, relativa ao modelo que melhor explica o fato. Fatos novos podem exigir novo modelo, nova hipótese, ou nova teoria. Um paradigma científico nunca é acabado, mas a sua troca jamais se faz ao gosto de um único criador. A indução, método por excelência das ciências, somente é válida através de experimentos que lhe confirmem. Sem o experimento e a correspondente interpretação legítima, não se faz ciência.
A crítica à ideia de um universo holonômico daria um ou diversos livros, pois o universo holonômico ataca todas as conquistas científicas conquanto a elas os seus autores se agarram. Mas é o parapsicólogo que lida com uma ciência que busca firmar-se que deve estabelecer a demarcação sugerida por Popper, daquilo que é ciência do que escapa para a metafísica. Para os alunos do I.P.P.P. oferecemos os primeiros elementos para a crítica do paradigma holográfico de Bohm.
O HOLOGRAMA
O holograma é um tipo de armazenamento óptico de informação.
A holografia é um processo de registro fotográfico que não utiliza lentes e a luz é espalhada no campo ondulatório por um objeto. A fonte luminosa é um feixe monocromático (luz coerente de única frequência: laser). A luz é espalhada e sensibiliza um filme registrando segundo um padrão de interferência e modulação. Quando o registro fotográfico é exposto a um feixe de luz coerente, o padrão de interferência regenera uma figura tridimensional. Aparece a figura submetida inicialmente à fotografia, no espaço. Não há lentes focalizadoras. O negativo, chapa do filme, apresenta traços curvos à semelhança de espirais que se sobrepõem, destituídos de qualquer significado. O mais importante é que qualquer pedaço do holograma pode reconstituir a imagem fotografada por inteiro. Essa figura holográfica da parte guarda proporcionalidade com o todo,
o qual é reproduzido, em três dimensões. Cita-se que à entrada do Disney World toda uma família era fotografada e logo noutra sala se via no espaço, o próprio holograma.
A informação total, no holograma, encontra-se armazenada em qualquer parte.
Karl Pribam foi pesquisador neurocirurgião da Stan- ford, tendo trabalhado com Karl Lashley e apresentou resultados de seus estudos sobre o funcionamento do cérebro e memória. Pribam foi amigo do mestre zen Alan Watts. Os místicos sofrem de uma tendência de unir-se com a divindade, de perceber a unidade e acabam tendo a crença de uma outra dimensão, ou contraria mente, de uma nulidade nirvânica.
Pribam, em 1975, publica a sua teoria holográfica, em “Languages of the Brain”. Defende, por simples analogia, que o cérebro opera como um holograma. Qualquer parte do cérebro é capaz de guardar a memória, reconstituindo-a ainda que se lhe retire uma parte (o que é verdadeiro e assim justifica a analogia com o holograma).
David Bohm, físico teórico, foi um antigo assistente de Einstein. Tornou-se amigo íntimo de Krishnamurti. As teorias de Bohm aparecem em 1971 em “Quantum Theory and Beyond”. Bohm ampliou as ideias de Pribam e afirmou que o holograma é um início da descrição de uma era de nova realidade, a qual chamou de ordem dobrada. O esquema de Bohm tem por fundamento quatro palavras- chaves: todas com origem no verbo “to fold” correspondente à palavra latina “plícare”, dobrar. Assim usa dobrar, desdobrar, ordem implicada e ordem explicada. Desse modo, ele traduz implicar por dobrar para dentro. Bohm afirma que a realidade clássica explica (dobra para fora) aspectos secundários das coisas, ou são manifestações da ordem desdobrada da coisa e não a sua fonte. Para ele, o cérebro deve empregar um processo holográfico para abstrair, a partir de um domínio holográfico, o sentido dos seus conteúdos mais profundos.
Essas técnicas estariam implícitas na meditação, nos “insights” dos místicos e dos antigos filósofos, na redução dos impulsos nervosos (ritmo alfa – de ondas lentas – dos pulsos cerebrais, de exercícios de “feedback”, respiratórios prânicos, músicas mantrânicas, etc.).
Pelo paradigma holográfico, o cérebro, também ho- lográfico, contém as informações distribuídas como num holograma e retira de um grande domínio holográfico, o universo holográfico, tudo o que se passa no cérebro de outra pessoa qualquer que seja, ou também influi sobre qualquer outro cérebro. “Esses eventos emergem de frequências que transcendem no tempo e no espaço e não precisam ser transmitidos. São potencialmente simultâneos e onipresentes”, percebidos de maneira transcendental.
O autor, sem o saber, defende uma ideia da pangnose transcendental. Ora, isso é pura metafísica, esotérico. Nem mesmo a metapsíquica atingiu tal delírio.
Essas citações intrigam os parapsicólogos não- místicos, pois segundo o paradigma holográfico seria uma busca vã estudar a telepatia, enfim, os fundamentos dos fenômenos psigâmicos e psicocinéticos. Mais do que isso, cada parapsicólogo poderia manter um contato holográfico com o universo holográfico, de acordo com o seu próprio “insight” transcendente, sem ordenamento, misturando crenças próprias com dados científicos rejeitáveis, recusando a ordem desdobrada pela ordem dobrada, etc.
James Gibson realizou estudos acústicos (há muito da teoria da catástrofe de René Tom) vinculados aos processos cerebrais de percepção do som estereofônico de alta fidelidade quando os alto-falantes, como fontes sonoras dão lugar a uma “aparência” de que o som surge “fora” das duas fontes, delas afastada e como se estivesse à sua frente. Gibson distingue então uma realidade da situação da realidade percebida. Desde que a realidade expressa pela reprodução do som estereofônico de alta fidelidade desapareça, a percebida desaparece, O conjunto é uma realidade objetiva do universo físico. A percepção sonora “fora” do aparelho estereofônico de alta fidelidade, a realidade percebida, é um epifenômeno da realidade de situação.
Para evitar o universo como um holograma estático, George Leonard (The Silent Pulse, Dutton, New York, 1978) criou a palavra holonômico para referir-se a entidades relacionadas “dinamicamente com a natureza de um holograma” . Como, para partículas, um modelo holográfico estático não seria adequado, o próprio Bohm acatou os termos holomovimento, holonômico e holonomia para descrever a dinâmica da realidade no paradigma holográfico do universo.
A cibernética (da década dos anos sessenta) chegou a criar a ciência “transclássica”, resultado da interdisciplinaridade de um conhecimento. O processo do conhecimento de uma cadeia, ou rede de esquemas cibernéticos, sendo alguns deles do tipo “caixa preta” (black-box), poderia prosseguir no esforço do conhecimento do sistema, como um todo. Essa ideia transclássica nada tem de metafísica, uma vez que se utiliza o paradigma científico atual. A essa visão transclássica cibernética aproxima-se a teoria do “bootstrap”.
Tenhamos em mente as palavras do físico especializado no estudo das partículas Jeremy Bernstein a respeito da Física por parte de físicos místicos que se agarram a um detalhe holonômico num momento e a outro detalhe no momento seguinte segundo outra teoria: “isso é um travestismo e um mau serviço para todas as teorias envolvidas” . Ora, se não há qualquer teste com nível para validar a visão metafísica (ou mística), a sua verificabilidade fica prejudicada. Isso não é científico: restringe-se, então, ao campo da metafísica (que tem as suas leis e ordenações próprias), das filosofias (dos maus filósofos) e das religiões (dos ingênuos defensores de uma crença).
Bernstein teve a coragem intelectual (ao contrário de muitos leitores ingênuos que se dizem de mente aberta para não demonstrar ignorância) enviando cartas (1978) públicas aos defensores do novo paradigma taxando-os de “superficiais e profundamente desencaminhadoras” entre outras coisas. É conhecida a posição de John Wheeler, em relação às tentativas de uma união da Física com o misticismo designando as ideias dos físicos místicos como “fantasias lunáticas”, de “ciência patológica” e mesmo de “charlatanismo”.
É importante recordar que a ciência estabelece os seus
limites, ou as suas fronteiras, aceitando o conhecimento filosófico e religioso, como a própria metafísica, como transcendentes, além de seus limites, porém fontes do conhecimento, quanto ao modo de apreender o conhecimento. Mas em todas essas modalidades existem ordenamentos próprios da respectiva fonte de conhecimento, o que não permite confundir-se. Na ciência, antes de tudo, a crítica e a verificabilidade são fundamentais.
BOOTSTRAP
A abordagem “bootstrap”, na Física das partículas, é uma criação de Geoffrey Chew. A ideia proposta é que a natureza não pode ser entendida, reduzindo-a a entidades fundamentais da matéria, como tijolos de uma construção.
A natureza deve ser entendida por intermédio da autoconsciência. O modelo “bootstrap” imagina o universo como uma teia dinamicamente constituída de eventos interrelacionados. Nenhuma das propriedades de qualquer parte da teia é fundamental; as propriedades de qualquer parte se seguem das propriedades das outras partes e, portanto, a consistência total de suas interrelações mútuas determina a estrutura de toda a teia.
Podemos, através dessa imagem, entender uma aplicação da nossa já conhecida teoria dos sistemas de Bertalanffy, a qual se presta ao atual paradigma científico, apenas mudada a roupagem.
A abordagem “bootstrap” é aplicada naqueles casos em que vários modelos servem para a descrição de fenômenos subatômicos, mas cada qual abrange uma parte dos fenômenos observados e que, isoladamente, abrangeria alguns aspectos ou parâmetros. O termo “bootstrap” é aplicado a uma combinação de modelos mutua mente consistentes e não a um modelo individual. Os modelos abrangentes constituem um “mosaico de modelos encadeados, intercomunicantes”, que se interatuam, apontando, com efeito, um programa de resolução do tipo-“bootstrap”.
Na Física das partículas, em se aplicando a abordagem do “bootstrap” a descrição do hadrions (partículas sujeitas às interações fortes) levou à formulação de uma estrutura de uma teoria, designada, da matriz S e que tem por objetivo “derivar todas as propriedades dos hadrions e de suas interações somente da autoconsciência”, como exigência. Em cada estágio da abordagem “bootstrap”, aceitam-se alguns aspectos “inexplicados” de uma teoria (compare-se essa afirmação com o tratamento transclássico cibernético, isto é, prosseguir no estudo sistêmico, ainda que alguns subsistemas, numa rede de subsistemas, contenha “caixa preta”). Esse aspecto é considerado, temporariamente, fundamental. Espera-se que esses aspectos irão surgir do estudo mais profundo do evento, como uma consequência necessária da autoconsistência. No caso do hadrion o conceito espaço-tempo relativista desempenha a função de tal conceito temporariamente fundamental, na formulação da atual matriz S.
Capra (1) descreve que um grupo de pesquisadores do Lawrence Berkeley Laboratory, liderados por Chew, conseguiu com sucesso derivar resultados característicos do modelo quark sem qualquer necessidade de postular a existência dos quarks físicos como blocos de construção fundamentais dos hadrions. Esses resultados desenvolveram amplo entusiasmo daqueles físicos teóricos que defendem a matriz S da abordagem do “bootstrap” do quark. Disso se conclui que, tautologicamente do avanço tecnológico, os instrumentos de medição e de geração de muito elevada energia “produzirão e medirão outros blocos de construção fundamentais, e assim por diante”. Na realidade, ainda persistem, nessa imagem teórica complexa “inexplicáveis argumentos para estabelecer o conceito adicional de ordem na Física dos hadrions”. Finalmente, Capra não concorda com Bohm quanto ao universo holonômico ou com a teoria de um universo holográfico.
FEYNMAN
O professor Richard Feynman, durante a sua passagem no Rio de Janeiro, 1953, a convite do professor J. Lopes, esteve na Escola Nacional de Engenharia, levado pelo professor Antônio José da Costa Nunes (2). Assisti às suas aulas de soluções aproximadas para equações diferencias envolvendo cálculo integral abrangendo, também, funções complexas. O seu programa era muito mais vasto, sendo essas aulas, apenas um meio de tornar conhecida uma nova técnica de cálculos. Sua contribuição à Física quântica era o motivo maior de sua presença no Brasil. Feynman ainda não era prêmio Nobel de Física, que conquistou em 1965, por sua contribuição à moderna teoria da Eletrodinâmica Quântica e à interação universal de Fermi. Era bem humorado, dizia o que pensava sem rodeios e, sabia como ninguém, chamar um aluno ou qualquer ouvinte de “stupid” quando não lhe acompanhava a rapidez de seu raciocínio.
É de uma grande importância e base do formalismo da mecânica quântica o grande paradoxo da distribuição de elétrons ou de fótons de acordo com a Física Clássica do problema de um feixe (não uma partícula isolada) de elétrons que atravessam duas fendas e se projetam num anteparo. A distribuição ocorrida (interferências) difere da distribuição esperada através da Física Clássica. O paradoxo é resolvido por um formalismo matemático probabilístico, que consiste representar cada partícula que atravessa as fendas A e B, respectivamente, como uma amplitude de probabilidade da forma vj/ (x, y, z, t) que é uma função da posição e do tempo. A probabilidade de “encontrar” a partícula em qualquer valor de x, y, z, t é proporcional à intensidade do valor absoluto de yi (x, y, z, t). y (leia “psi” letra grega, sem qualquer alusão à Parapsicologia) tem as propriedades matemáticas de uma onda e é por isso designada de função de onda. A amplitude para o evento é dada pela superposição (soma das funções psi que atravessam as fendas) e pode ser calculado o espaço entre os máximos sucessivos, uma senoidal função do comprimento de ondas dividido pela distância do anteparo.
Esse formalismo matemático é tudo. Os livros de Física, a partir de então, citam as repetidas palavras e afirmações de Feynman (Lectures on Physics, Ed, Addison-Wesiey, Mas, 1965, vol. III): “Alguém poderia ainda querer perguntar: como isto acontece? que mecanismo existe por traz dessas equações? Ninguém pode explicar nada mais do que se tem explicado. Ninguém fará qualquer imagem mais profunda da situação. Não temos imagem mental (ideia) de um mecanismo mais básico do qual estes resultados possam deduzir”. Desculpas pela livre tradução.
Essa insistência de Feynman é coerente com o pensamento dos grandes físicos que defendem a localidade do evento na microfísica e a validade localizada dos fenômenos quânticos. Em estando correta a mecânica quântica, como a aceitamos, o seu domínio é o das interações e estruturas das pequenas partículas. Trata-se de uma abordagem que difere da mecânica clássica. Não faz sentido, portanto, emprestar uma interpretação macroscópica de fenômenos referentes à estrutura elementar da matéria. Os métodos quânticos somente se aplicam à microfísica. Qualquer ampliação indutiva é considerada não legitimada.
O mesmo raciocínio aplica-se no caso do decaimento de um núcleo radioativo. Não há maneira de dizer quando um núcleo isolado (por ex: do urânio) decairá. De acordo com a teoria quântica, tudo o que podemos saber é a probabilidade de ocorrer decaimentos num certo período de tempo. As probabilidades relativas determinam unicamente a constante de proporcionalidade que multiplica a função de onda. Após a equação de Schrödinger ser aplicável à interação eletromagnética, Feynman desenvolveu a teoria eletrodinâmica quântica que prediz, probabilisticamente, que as partículas carregadas podem irradiar ou absorver fótons, um de cada vez, e que a amplitude da onda calculada a partir dos valores esperados (quadrado da amplitude) da função de onda, do valor da energia, do momento angular, enfim, retirados de uma série de medidas, exaustivamente, repetidas.
O raciocínio quântico exige o modo de pensar probabilístico. O modo probabilístico envolve valores médios e do erro padrão (desvio padrão estatístico) de um grande número de observações de valores de conjuntos constituídos pelos elementos (partículas subatômicas) do experimento. A teoria da mecânica quântica tem produzido seus instrumentos que medirão “observações” estatísticas que, tautologicamente, irão corroborar a própria teoria desde que esta seja falseável. Um tema interessante é a própria equação de Schrödinger, que não é demonstrável (empírica) mas probabilística, que indica onde se pode encontrar uma partícula qualquer. Note-se que os experimentos dos físicos Alain Aspect, Philippe Graangier e Gerard Roger jamais isolaram um par de fótons e um par de eletrons- pósitrons mas tão somente feixes, cascatas emitidas e cuja estatística foi analisada, tocai mente no laboratório, através de medições repetidas exaustivamente. O evento ocorrido em laboratório, não retira a localidade dele.
Não desejamos expressar um mau humor, porém há problemas que a nossa ignorância não é capaz de descobrir, aí, um falso-problema apenas. Lamenta-se quando, assistindo uma palestra do físico Mário Schenberg, “ainda é notado um ou outro físico místico”, dizia ele, “querer ultrapassar os limites estabelecidos pela própria ciência”.
No momento atual, o nosso conhecimento tem, como limite, uma explanação satisfatória da estrutura da matéria comum dada pela eletrodinâmica quântica, referente aos elementos fundamentais; a multidão de partículas elementares e suas interações.
NOTAS
- – CAPRA, Fritjof “THE TAO OF PHYSICS”, Shambala, Berkeley, 1975, já traduzido, “O TAO DA FÍSICA”, Ed. Cultrix, S. Paulo, 1986.
- – Gostaria de registrar aqui a minha homenagem ao professor de Física Dr. Nunes (1° e 2° ano da Escola Nacional de Engenharia da antiga Universidade do Brasil, ao tempo em que o Rio de Janeiro era a capital do Brasil nos anos de 1950 e 1951). Pelo seu caráter e por sua ampla visão do futuro deste país, fundou e foi o primeiro diretor (1955) do Curso de Engenharia Nuclear.