RESUMO
Parapsicologia é uma ciência que se expande a cada dia, tendo como objeto de estudo e pesquisa o fenômeno paranormal. Outrossim, dispõe de rica interdisciplinaridade, sendo, ao que tudo indica, a ciência que irá liderar o conhecimento do terceiro milênio.
A paranormalidade conviveu com o homem primitivo, sendo de suma importância num passado remoto à sobrevivência da espécie humana. Pelo seu desuso foi atrofiando-se até tornar-se rara, incomum, embora natural. E essa hipótese apoia-se, sobretudo, no “senso de orientação” que o primitivo manifestou, não se perdendo em florestas, labirintos, desertos, num meio em que não havia referenciais.
Os povos primitivos já faziam uso da telepatia para comunicar-se com pessoas a distância, segundo constatação do antropólogo australiano, Ronald Rose.
Na Era Moderna e Tecnológica, a atitude racional e crítica do homem considerado civilizado constitui barreira à atividade dinâmica inconsciente.
A CIÊNCIA PARAPSICOLÓGICA: DISCUSSÃO
A ciência é um processo cumulativo, não um produto acabado de conhecimento. Compreende verdades provisórias, em que as probabilidades ocorrem com mais frequência do que a pretensa certeza absoluta, com inovações constantes e novas descobertas. Parte da natureza, observa, documenta e faz a experimentação. Organiza modelos que, uma vez superados, são substituídos por outros. Procura utilizar métodos e técnicas de consenso universal e parte em busca de uma teoria geral. A Parapsicologia, como qualquer ciência, é sistemática, tem objeto de estudo próprio, conta com uma rica interdisciplinaridade e não se propõe a tudo explicar. Tudo indica não ser o único caminho que leva o homem à verdade, mas que delimita o seu campo de pesquisa, fazendo uso da objetividade e, por conseguinte, não se misturando com crendices, superstições e misticismos.
O rigor científico se impõe a todo pesquisador que, modernamente, deve verificar o que há de comum em determinado fenômeno e as circunstâncias em que ele ocorre.
É inconteste a evidência do fenômeno paranormal e a Parapsicologia, como ciência, existe, oficialmente, desde o I Congresso Internacional de Parapsicologia, realizado em 1953, em Utrecht, na Holanda. Foi também nesse Congresso que os professores Robert H. Thouless e B. P. Wiesner classificaram os fenômenos paranormais em dois grandes grupos: Psi-Gama (telepatia, clarividência e precognição) e Psi-Kapa (psicocinesia). O termo Parapsicologia passa a designar a nova ciência e a letra grega Psi a ser usada, de maneira abrangente, para toda a fenomenologia paranormal.
Há quem negue a Parapsicologia como ciência, apontando alguns entraves para esse tipo de fenômeno, tais como: a dificuldade de repetir-se à vontade, a imprecisão de dados, a fraude, relatos subjetivos. Alguns preferem incluí-la como ramo dé estudo da Psicologia, como é o caso de Robert Amadou, Dr. Joseph Banks Rhine e José Herculano Pires. Outros, embora não se pronunciem contra a sua posição de ciência, não aceitam todos os seus fenômenos, principalmente, os objetivos, de Psi-Kapa, como as materializações. Há, ainda, aqueles que aceitam a sua autonomia científica, mas se perdem, quanto aos limites de seu campo de estudo e misturam esse conhecimento com os da religião.
Dr. George R. Price:
Após quinze anos de pesquisa, afirma que se convenceu da inexistência do fenômeno psi, alegando que a natureza não pode sair de seu curso normal. E toma partido de Tom Price, em sua obra “A Idade da Razão”, que defende a ideia de que é mais provável o homem mentir que a natureza desviar-se de seu curso normal. E continua Price: o próprio Soai poderia ter caído em mentira, depois de ter analisado as suas experiências.
Mareei Boll, Jean Rostand, Silva Mello:
Alegam não ter visto, até agora, um fenômeno realmente satisfatório, alegando que, o que presenciaram ou era falso ou não os satisfez. Em 30 anos de pesquisa, Mareei Boll não viu nenhum fenômeno.
Rouby:
Acusa de fraudulentas as materializações de Bien Boa em Argel, pondo em risco a reputação do próprio Charles Richet, quanto à atitude de não controle adequado durante as experiências. Richet defende-se, dizendo que Rouby queria fama e notoriedade e diz: “Os meus colegas, entre as minhas palavras e as de um cavalariço despedido por roubo e embriaguez, preferem as declarações deste”.
Albert Einstein:
Mesmo com a mente aberta, considerava a telepatia uma improbabilidade, porque ela parecia desafiar a física. Os parapsicólogos diziam que a distância entre os indivíduos não afetava sua eficácia telepática. Para Einstein, isso contradizia a observação de que as forças declinam com a distância.
Outrossim, não faltam pesquisadores de renome em defesa da evidência da paranormalidade. Vejamo-los:
Gustavo Geley diz que sentiu e viu materializar-se, em sua mão, uma outra mão.
O experimentador Zõllner em companhia de Schreiber, Fechner Weber viram numa sessão com Slade, à plena luz, o desaparecimento de uma mesa, para depois surgir, caindo do teto e batendo no ombro do experimentador de maneira violenta, a ponto de Zõllner sentir dores por bastante tempo.
Charles Richet, em “A Grande Esperança”, exclamou:
“Poderá um jornalista adivinhar o que pensa um fisiologista, quando presencia (como eu presenciei) uma expansão sair do corpo do médium, prolongar-se formando duas pernas estranhas que se fixam no solo, emitindo depois mais alguns prolongamentos que tomam aos poucos a forma de mão, da qual se distinguem vagamente os ossos, sentindo a sua pressão nos joelhos. É necessário coragem para crer nisso! E é necessário muito mais coragem para relatar.”
Valter da Rosa Borges, fundador do I.P.P.P. e pesquisador de renome no campo da paranormalidade, assevera:
“Em uma reunião espírita, uma mão materializada foi vista e tocada por mim, inclusive movimentando-se e entregando-me uma flor.”
Os parapsicólogos enfrentam dois desafios básicos: provar que as faculdades paranormais existem e, em caso positivo, explicar como funcionam. Como seria de prever, quase todos os pesquisadores da área entregaram-se ao primeiro problema.
Com efeito, telepatia, clarividência e precognição parecem contradizer as leis físicas elementares. (1) A física convencional afirma que sinal algum pode mover-se mais depressa do que a luz e, ao mover-se, ele perde potência. Como explicar, racionalmente, que um fato atinja a pessoa antes que ele se dê? Como explicar também que a mensagem telepática atinja seu alvo, sem perder potência malgrado as distâncias percorridas?
PARANORMALIDADE: UMA NOVA COMPREENSÃO DA REALIDADE
A visão do mundo mecanicista e todos os postulados básicos de paradigma newtonianocartesiano, desde o início do século XX, foram ultrapassados por profundas e radicais teorias da física. Assim, observações em conflito com o modelo do mundo mecanicista tendem a ser descartados e projetos não importantes para o paradigma dominante ficam desprovidos de recursos de pesquisa. Entre outros exemplos, é o caso da fenomenologia Psi. Necessita-se de uma grande mudança paradigmática que receba um fluxo cada vez maior de dados revolucionários de várias áreas do conhecimento, conflituando com os velhos modelos.
A crença de que a consciência é produto do cérebro não é totalmente arbitrária. A perda de consciência pode ser provocada por uma contusão cerebral ou uma falta de oxigênio. Um trauma do lobo temporal envolve certas distorções do processo consciente, bastante distintas daquelas associadas com lesões pré-frontais. Também a administração de drogas hipnóticas, estimulantes ou psicodélicas provocam alterações bastante características da consciência. Tudo isso leva a crer que há uma íntima relação entre consciência e cérebro, todavia, não prova, necessariamente, que a consciência é um produto do cérebro. Tome-se o exemplo de um aparelho de televisão: a qualidade da imagem e do som depende do funcionamento adequado de todos os seus componentes, de modo que, um deles, funcionando mal ou destruído, acarretará distorções específicas.
Um técnico, pela natureza da distorção, resolverá o defeito, pelo reparo ou substituição da peça em questão. Mas isso não constitui prova de que o programa é gerado dentro do aparelho de televisão, pois se trata de um sistema criado pelo homem. Assim, conclui a ciência mecanicista em se tratando do cérebro e da consciência.
E Wilder Penfield, neurocirurgião, que trouxe com suas pesquisas cerebrais pioneiras, ajuda fundamental para a neurofisiologia moderna, expressa profunda dúvida em seu último livro “The Mystery of the Mind”, de que a consciência pudesse ser explicada em termos de fisiologia cerebral. (2)
A pesquisa de antropólogos, em culturas não ocidentais, noticia durante décadas, variedade de fenômenos sem explicação pelos esquemas conceituais tradicionais. Há uma tendência para descartá-los ou interpretá-los como crenças primitivas, superstições ou psicopatologia individual ou grupai, tais como ritos aborígenes, exercícios de cura, estados de transe, desenvolvimento de capacidades paranormais. Tudo indica que muitos antropólogos não revelaram alguns aspectos de suas experiências, por temor de serem ridicularizados por seus colegas newtoniano-cartesianos ou de porem em jogo sua imagem profissional.
A moderna pesquisa parapsicológica é uma importante fonte de informação que desafia os paradigmas da ciência mecanicista. Cientistas respeitáveis evidenciaram a existência da telepatia, clarividência, diagnósticos e curas psíquicas, que constituem indícios importantes para uma nova compreensão da realidade. Entre outros, citam-se Joseph Banks Rhine, Stanley Krippner, Charles Tart, Harold Puthoff. E muitos físicos modernos, familiarizados com a física quântica-relativística, parecem interessar-se seriamente, por fenômenos paranormais. (3) Interessante, torna-se lembrar que, pessoas, clinicamente mortas, podem perceber a situação ambiente de um ângulo mais vantajoso do que se estivessem em plena consciência.
FENÔMENO PSI: DESCOBERTA CIENTÍFICA
Paranormalidade é aptidão do ser humano de produzir o fenômeno psi, objeto de estudo e pesquisa da Parapsicologia.
Do ponto de vista puramente científico, a letra grega psi designa, oficialmente, a paranormalidade.
A própria designação de psi pode ser dividida em dois campos: chama-se função psi ao desconhecido mecanismo mental que produz os efeitos paranormais, e fenômeno psi a estes efeitos. De um lado, estão as funções psi, que pertencem à mente e são de ordem subjetiva-causal; de outro lado, os fenômenos psi que pertencem ao mundo exterior ou mundo fenomênico dos efeitos. Esta divisão é apenas um recurso metodológico, à semelhança dos que são usados em todas as ciências para facilitar o estudo dos problemas. Tudo indica não haver em psi uma dualidade absoluta, mas relativa. Consegue-se atingir uma concepção monista do universo e do homem, mas é sempre uma simples concepção. Teoricamente somos monistas, mas na prática, não escapamos ao dualismo.
Do mesmo modo acontece com psi. Concebemos psi como uma unidade indivisível: funções e fenômenos, da mesma maneira que psi-gama e psi-kapa fundem-se num todo conceptual.
A descoberta científica das funções psi foi realizada pelo professor Dr. Joseph Banks.
Rhine e sua equipe de pesquisadores da Universidade de Duke, Carolina do Norte, Estados Unidos. Mas essas funções e toda a fenomenologia delas decorrente já eram conhecidas das antigas civilizações e até mesmo dos povos primitivos. Em nenhum momento da história humana e mesmo da Pré-História, podemos assinalar o desconhecimento dessas funções e desses fenômenos. A literatura clássica e a religiosa de todos os povos estão repletas de relatos de fenômenos psi.
PARANORMALIDADE: NATUREZA INCONSCIENTE
A natureza inconsciente caracteriza a paranormalidade. Via de regra, o dotado paranormal não tem controle voluntário e consciente sobre sua manifestação psi. E em um ensaio de verificação de suas funções psi, dificilmente terá certeza de quando e como consegue perceber extrassensorialmente determinado fato, ou quando e como exerce ação psicodinâmica sobre a matéria.
A inconsciência da função psi é uma de suas mais notáveis e importantes características, tendo despertado a atenção dos parapsicólogos, os quais a consideram como uma função arcaica de nossa mente. (5)
Na paranormalidade, o percipiente não toma consciência da entrada da informação ou energia em seu psiquismo, porque essa entrada se processa a nível inconsciente. Deve haver a conscientização da mensagem pelo receptor, para que ele saiba se foi afetado por psi-gama ou psi-kapa. E a latência psigâmica, a nível inconsciente pode resultar em alteração psicológica e orgânica.
Características da dinâmica inconsciente: instância primaria e criadora do homem (nasce sem Ego); estado de ser, uma função psíquica; psicodinamismo profundo (Freud), experiência individual, em sua maior parte, totalmente esquecida, às vezes por um mecanismo psíquico repressor (a Censura, da Psicanálise), impedindo vir à tona recordações ligadas a angustiantes emoções. Essa experiência reprimida, embora contida, mantém-se, fortemente, ativa; Compare-se à criança ao nascer, ser instintivo e emocional, depois é que organiza o Eu lógico, consciente; características comuns à criança: instintividade, impulsividade, emocionabilidade, forte imaginação; operações mentais e emocionais pueris: primárias, ilógicas, irracionais, pensamento a regular-se pelas leis do chamado pensamento pré-lógico ou mágico, fora das leis do espaço e do tempo e da causalidade lógica, manifestações frequentemente simbólicas, concretas, personificadas, semelhante às do sonho; processo auto reprodutor, apresentando criações originais que independem do que existe no universo exterior (segundo Kant, a mente trabalha com a matéria prima recebida da realidade externa); associações espontâneas que resultam sempre em novos conteúdos psíquicos, numa dinâmica constante.
Tomando por base a concepção de Pagels sobre o cérebro e seus sistemas hierárquicos (em que uma parte se desliga da outra) e tipo rede (com uma diversidade de ligações que aumentam as interações possíveis entre os componentes da rede, tendo muita redundância, de modo que, se uma parte é destruída, a rede como um todo continua a funcionar), pode-se considerar o psiquismo inconsciente como um sistema tipo rede e o psiquismo consciente, como um sistema hierárquico. Daí, a nível inconsciente, a atividade psíquica é extremamente criativa, diversificada, descentralizada, favorecendo as manifestações de automatismo motor, ao passo que, a nível consciente, ela é ordenada e centralizada. O psiquismo inconsciente seria um caos de ilimitadas possibilidades e o psiquismo consciente é a atualização e sistematização de algumas dessas possibilidades.
A emoção é o excitante específico do nível inconsciente, que não pode ser despertado pelo raciocínio, pela lógica, pela ação direta ou consciente.
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A nossa consciência abrange o consciente e o inconsciente. O Ego é o instrumento de percepção do mundo exterior, da razão, da vontade e da motricidade voluntária. O que denominamos consciência, que seria sinônimo de mente, Carl Gustav Jung chama de “psique”. (6)
Quer no transe provocado, quer no espontâneo, podem ocorrer manifestações paranormais deformadas ou misturadas com impulsos reprimidos, ideias preconcebidas, alucinações e outros fatores emocionais (medo, antipatia para com os presentes etc.). Raramente existe o transe, leve ou profundo, com manifestações paranormais puras.
PARANORMALIDADE: TEMPO E ESPAÇO
A partir de Einstein, com sua teoria da Relatividade, o “antes e o depois” e o “aqui e o ali” não fazem mais sentido. Tempo e espaço se identificam. No mundo físico, as noções de tempo e espaço persistem pelo sucedâneo e justaposição das coisas, respectivamente.
Há independência entre paranormalidade e tempo. As marcações dão o mesmo resultado, quer o paciente as registre no momento, quer deixe para marcá-las um dia ou uma semana depois. Quando se escapa às limitações dos órgãos dos sentidos, há apenas o “Eterno Presente”. O paranormal capta os fatos na sua simultaneidade, havendo uma indiferenciação do tempo. Daí, o vidente captar indiferentemente o passado e o futuro.
A paranormalidade não se deixa influenciar pelo tempo. Nenhum tipo de energia física poderá desprender-se de um acontecimento que ainda não existe, para influir no adivinho, por exemplo, trinta anos antes. Esta faculdade paranormal de conhecimento não tem tempo, podendo conhecer um futuro casual e livre.
A ESP manifesta-se igualmente, quer o experimentador e o paciente estejam juntos, quer separados por milhares de quilômetros. Há independência em relação à distância. Isto não deve ser confundido, todavia, com ocorrências individuais. É o caso de um paciente de Rhine (o professor Marchesi) que dava marcações significativas de Zagreb, capital da Croácia, a Duke, nos Estados Unidos. Falhou ao apresentar-se no próprio laboratório.
Essa independência, em relação ao tempo e ao espaço, elimina as hipóteses da telepatia como resultante de ondas, vibrações, enfim de qualquer transmissão material (pelo menos até agora conhecida).
CAUSA DA PARANORMALIDADE
É o homem considerado a causa da paranormalidade até prova em contrário. Assim, onde quer que se encontre, ele pode manifestar o fenômeno paranormal. Esse homem é comumente conhecido como paranormal, termo que ainda não satisfaz plenamente pela sua etimologia, não sendo bem aceito ou entendido pelo povo. Mas é o termo preferido pela mídia. Não significa anormal, no sentido pejorativo da palavra, como muitos entendem. Paranormal não é sinônimo de patológico, próprio de enfermos ou de loucos, ainda que o limite entre paranormal, normal e anormal muitas vezes seja simples questão de grau que nem sempre é fácil precisar.
A pessoa em que manifesta a paranormalidade também se chama agente psi, termo técnico que expressa melhor, escapando a possíveis interpretações de grupos discordantes.
O Agente psi pode manifestar a sua paranormalidade de modo esporádico. Todos passam por experiências paranormais, muitas vezes sem se aperceber. A telepatia, por exemplo, parece comum a todas as pessoas, pois dificilmente se encontrará alguém que, ao menos uma vez na vida, não tenha passado por. uma experiência, aparentemente, telepática.
Há indivíduos que possuem certa propensão a desencadear o, fenômeno paranormal. Outros podem apresentar uma alta probabilidade de incidência desse fenômeno. Neste caso é chamado agente psi confiável (termo adotado pelo I.P.P.P.) É o caso, por exemplo, de Daniel Dunglas Home, escocês, naturalizado americano e de Francisco Cândido Xavier, no Brasil. Apesar de ser o agente psi, de certo modo, misterioso, não é sagrado sem tampouco cobaia de laboratório.
Em tempos mais remotos, o fenômeno sobrenatural (hoje paranormal), era manipulado por ocultista ou religioso, sendo a religião e o ocultismo os meios de relação entre os homens e esses fenômenos insólitos e extraordinários.
No espiritismo e na umbanda, o agente psi é chamado médium e a paranormalidade, de mediunidade. Enquanto o parapsicólogo atribui à mente humana a paranormalidade, os espíritas e umbandistas atribuem aos espíritos.
FENÔMENO PARANORMAL: BARREIRAS QUANTO À PESQUISA E CARACTERÍSTICAS
Constituem pontos negativos, quanto à pesquisa da paranormalidade:
Raridade
Fugacidade
não se repete à vontade
inesperado, imprevisível
imprecisão dos testemunhos pessoais
confusão com fenômenos normais
aspecto inteligente e intencional
mecanismo e leis ignorados
É um fenômeno que independe do tempo, espaço, causa, massa, não se submete ao princípio do quadrado das distâncias, não é interrompido por nenhum obstáculo físico como a matéria o é; não se realiza através dos sentidos nem da razão, não depende do aprendizado prévio a nível consciente nem da inteligência e independe de idade, sexo, etnia e religião.
É natural, incomum, insólito mesmo e se identifica pelo seu conteúdo, compreendendo aptidão e habilidades que a pessoa não apresenta em seu cotidiano, devendo esse conteúdo relacionar-se coerentemente com a realidade do presente.
HOMEM PRIMITIVO E A ATIVIDADE INSTINTIVA
O instinto é uma forma de atividade (reação) espontânea, motivada por uma necessidade interna, frequentemente da espécie, de organização de certo modo inevitável e suscetível de relativa adaptação ao meio.
É uma das mais discutidas e difíceis questões da psicologia a que diz respeito à existência e caracterização do fenômeno instintivo. Embora o próprio Aristóteles já se houvesse referido a uma espécie de atividade do tipo instintivo, só muitos séculos depois, com os empiristas (século XVIII), é que a questão assumiu forma sistemática. O problema do instinto retira seu esclarecimento, sobretudo, da psicologia animal comparada, observando a conduta dos animais.
Há várias características instintivas:
espontaneidade: o instinto se produz independentemente, da aprendizagem (acriança que balbucia; o patinho que nada etc.)
necessidade interna: motivos representados pelas próprias tendências e nunca pelas conveniências aprendidas (a criança curiosa que mexe nos objetos proibidos pelos adultos).
uniformidade relativa: certa estereotipia dos atos na mesma espécie (as crianças que brincam mais ou menos da mesma maneira).
adaptabilidade ou educabilidade: possibilidade de os instintos serem modificados ou abrandados na sua expressão por meio dos hábitos ou da inteligência (o instinto exploratório transformado na descoberta científica).
Além dos instintos gerais de “nutrição”, de “eliminação”, “reprodução”, o homem apresenta outros importantes para a sua conduta. Vejamo-los:
gregário: que leva o homem a viver em sociedade.
de vocalização: que permite ao homem construir uma linguagem articulada que lhe serve de meio de comunicação.
lúdico: de importância psíquica para o homem, porque contribui para o equilíbrio de suas emoções.
de investigação ou curiosidade: que conduz o homem à pesquisa e à exploração do desconhecido.
criador: que leva o homem a produzir elementos novos, revelado no campo da ciência, da arte e da própria prática.
de imitação: que permite ao homem reproduzir ou copiar o que observa em outra pessoa.
Os instintos têm uma necessária relação com as tendências e as emoções, sendo todo e qualquer instinto a voz de uma tendência que, contrariada, traduz-se por uma emoção de dor, medo ou cólera e, atendida, traduz-se por uma emoção de prazer, satisfação e alegria.
Pelo exposto, tudo indica ser o instinto uma forma de conduta primitiva de extrema importância na adaptação do animal ao meio.
Em suma: o homem primitivo é aquele em estado selvagem (ainda em fase de desenvolvimento racional), sem estrutura completa de captação do mundo físico (não utilização regular dos órgãos dos sentidos), o “eu” não definido (ação da dinâmica inconsciente quanto menos eu mais psi), utilização, em grande parte, do hemisfério cerebral direito (onde se sobressai o poder criativo, fantástico, pré-lógico, a imaginação, o automatismo motor). Encontra-se, assim, em seu estado de pureza, sem as malícias que o próprio raciocínio, que a própria cultura impõe ao homem. (Rousseau e o mito “do bom selvagem”).
O chamado à Natureza e o “evitar os ataques de seus filhos” constituem os motivos fundamentais do pensamento de Rousseau e a fonte de sua contribuição original para a história da Filosofia.
A vida do homem primitivo seria considerada feliz porque ele sabe viver de acordo com suas necessidades inatas. Ele é amplamente auto-suficiente porque constrói sua existência no isolamento das florestas, satisfaz as necessidades de alimentação e sexo sem maiores dificuldades, e não é atingido pela angústia diante da doença e da morte. As necessidades impostas pelo sentimento de autopreservação – presente em todos os momentos da vida primitiva e que impele o homem selvagem a ações agressivas – são contrabalançadas pelo inato sentimento de piedade que o impede de fazer mal aos outros desnecessariamente. Desde suas origens, o homem natural, segundo Rousseau, é dotado de livre arbítrio e sentido de perfeição, mas o desenvolvimento pleno desses sentimentos se dá com a formação dos grupos sociais, iniciados pela família. O homem evolui e sofre o complexo da corrupção das sociedades civilizadas.
Daí, concluímos, que há uma sabedoria da espécie que preserva o homem primitivo até a sua evolução racional, onde ele adquire outras vantagens que são acrescentadas, tais como capacidade de desenvolver-se mais rapidamente, ampliação dos horizontes intelectuais, enobrecimento dos sentimentos e elevação total da alma.
O instinto, que seria uma programação básica, existe em todo organismo vivo que, para sobreviver, utiliza essa programação, total ou parcialmente. Se possuímos um conhecimento básico orgânico, logicamente também somos portadores, pelo menos, sob o ponto de vista teórico, de uma gnose psíquica inconsciente. Esse conhecimento seria a criptognose e o fenômeno chamar-se-ia criptomnésia, sendo definido como uma fonte interna do conhecimento.
O HOMEM PRIMITIVO: USO DA PARANORMALIDADE
Em nenhum momento da história humana e mesmo da Pré-História, pode assinalar-se o desconhecimento da paranormalidade, que se manifesta, não só em todas as épocas, como em todas as culturas e civilizações.
Tudo leva a crer que a fenomenologia psi foi vivenciada pelo homem primitivo com muita frequência. Ronald Rose, antropólogo australiano, constatou a paranormalidade entre povos primitivos que já faziam uso da telepatia para comunicar-se com pessoas a distância.
A renomada antropóloga Margaret Mead era uma grande pesquisadora da fenomenologia paranormal. Dizia que chegara a observar indícios de “poderes sobrenaturais” em culturas primitivas.
Em 1975, na aldeia indígena Cassauá, no Amazonas, a 315 km de Manaus, ocorreu o fenômeno psi: um caso interessante de clarividência precognitiva (visão ou conhecimento do mundo exterior, recebendo uma informação que não transitou pela mente de outra pessoa).
Um indiozinho de quase três anos, Wilson Heskaiyano, foi atendido pelo médico Irineu Castro, em adiantado estado de desidratação, em Manaus. No dia seguinte, às 12h 30min, o garoto faleceu e os pais pediram ao médico que seu corpo fosse levado à aldeia para ser enterrado. No dia seguinte, às 7 h, o casal e o Dr. Irineu Castro partiram para Cassauá, num avião anfíbio da Igreja Adventista. Convém esclarecer que o acesso à aldeia é possível apenas por barco (66 horas) ou avião anfíbio (cerca de 3 horas).
O próprio Dr. Castro narrou o fato: “Quando descemos no rio Nhamundá, em frente à aldeia, era grande o número de índios esperando o desembarque. Foi enorme minha surpresa quando, ao sair do avião (fui o primeiro a descer), fui informado pelo chefe do posto, Raimundo Nonato Corrêa, de que eles já sabiam da morte do garoto e já tinham inclusive aberto a cova para o sepultamento. E tal foi feito, logo em seguida, assim que o corpo foi removido do avião.”
Não há dúvida de que a paranormalidade ocorra com frequência entre os indígenas. Na região Norte do Brasil, as pessoas que pesquisam e realizam trabalhos referentes a esse meio, falam de fatos que presenciaram ou ouviram o comentário. Os religiosos e os funcionários da Fundação Nacional do índio (FUNAI) que trabalham junto às missões têm um rico acervo de ocorrências incomuns que presenciaram ao contatar com o meio indígena. E o agente psi espontâneo eclode entre eles, em toda a sua pureza.
Um estudo mais aprofundado da mente do homem primitivo constitui um pré-requisito para uma investigação minuciosa do fenômeno psi, principalmente da telepatia, que foi usada em grande proporção. Tudo indica que a telepatia já era empregada há 4.000 anos a.C, segundo interpretações de certos papiros egípcios feitos por modernos cientistas psicônicos.
A paranormalidade já foi de extrema importância num passado remoto à sobrevivência da espécie humana. Pelo seu desuso, foi atrofiando-se até tornar-se rara e incomum. E a hipótese tem respaldo, principalmente, no que se refere ao “senso de orientação” que o primitivo apresenta, não se perdendo em florestas, labirintos, desertos, num meio em que não havia referenciais. Defende essa ideia o Dr. Joseph Banks Rhine no seu livro “New World of the Mind”:
“… para serem tão profundamente inconscientes como são os fenômenos, o processo deve ser também extremamente primitivo; ou talvez diria, fundamentalmente próximo aos processos básicos da vida, um processo que aparece nos começos do esquema da evolução. Cabe perguntar-se, então, se não será anterior à origem não somente da linguagem e da razão, senão inclusive das próprias funções sensórias. Não estaria ela relacionada com o padrão da forma e o crescimento dos organismos complexos em todo o domínio da natureza vivente?”
Defende Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço, que o homem traz, latentes e concentradas em si, todas as experiências pretéritas de seus ancestrais. E acrescenta: “a vida pessoal de cada um não esgota a magnitude do próprio ser psíquico”. Desse modo, no caso do agente psi, não contaria somente a sua experiência de indivíduo, mas ele carregaria em si a sabedoria da espécie, em estado de latência, esperando o momento para revelar-se, passando de potência a ato.
O homem ocidental e sua cultura estão programados para repudiar e reprimir as manifestações da mentalidade primitiva, como a telepatia, por exemplo. Mesmo assim, a função telepática é, ocasionalmente, reativada. Segundo o Dr. Jan Ehrenwald, essa reativação mostra os signos reveladores de sua origem embrionária, apresentando todas as características funcionais dos processos primários freudianos e de representação simbólica, de pensamento pré-lógico ou do raciocínio pré-operatório de Piaget. Isso explicaria o seu caráter regressivo e sua semelhança com a magia. O fato de que a capacidade extra-sensorial das crianças parece superior à dos adultos indica que, efetivamente, todos nós nascemos com elas e que a pressão educacional e social tende a inibir suas manifestações.
Segundo o Dr. Willem H. C. Tenhaeff, o agente psi tem mais de criança e do homem primitivo do que dos homens de cultura e de personalidade forte. Daí, ser de grande valor, o agente psi manter contato com indivíduos de tribos e comunidades atrasadas, ativando o inter-relacionamento paranormal – homem primitivo e agente psi, sempre com a intenção profícua de entender melhor a mente daquele.
Tudo indica que o homem considerado civilizado, com sua atitude racional e crítica, constitui barreira à atividade da dinâmica inconsciente e, consequentemente, à manifestação do fenômeno psi.
Telepatia (do grego tele, mais pathós, mais ia), segundo a etimologia significa “sofrimento à distância”, termo que já não corresponde à concepção atual. Cunhado por Frederico W. H. Myers (1882) é a transmissão feita, à longa distância ou não, de um agente (emissor) para um percipiente (perceptor) sem atuação dos órgãos sensoriais, de ideias, imagens mentais (desenhos de objetos e de pessoas), visão de moribundos (alucinação telepática visual), pressentimento, sonhos premonitórios. Um dos processos mais ou menos constantes e aparentes na telepatia é a ação inconsciente. Já a clarividência é a percepção extrassensorial de um objeto material que nenhuma pessoa está vendo, nem pode imaginar o que seja.
Data de 1825 o estudo da Telepatia, quando, na França, foram feitas as primeiras experiências magnéticas que, por conta da religião, pouco ou nenhum valor se deu. Só mais tarde, encarou-se a Telepatia com seriedade científica.
Em 1876, William F. Barret, numa comunicação à Associação Britânica de Glasgow (Inglaterra), revelou a “existência do pensamento independentemente do magnetismo animal”. A Society Psychical Research, presidida por H. Sidgwick, deu início à pesquisa acadêmica. Gurney e Myers encarregaram-se de recolher dados, fatos e observações e, com o falecimento de Gurney, no decorrer das pesquisas, Podmore, já, ocupando-se do assunto, substituiu-o. Surge, tempos depois, o famoso Phantasms of the Living. Foi quando a Society Psychical Research nomeou uma comissão para o estudo da Telepatia. Pertenciam a essa comissão: Sully Proud’homme, G. Ballet, H. Beaunis, Charles Richet, L. Marillier.
Myers assim definiu a telepatia:
“Entendo por telepatia a transmissão de pensamento e das sensações feitas pelo espírito de um indivíduo sobre o outro sem que seja pronunciada uma palavra escrita, um vocábulo ou feito um sinal.
Boirac nota, com razão, que se deve dar à Telepatia o significado de comunicação do pensamento.
Oliver Lodge, embora espírita, recomendava, com razão, que se deveria “levar a hipótese telepática até ao seu extremo limite, antes de admitir-se qualquer outra”.
Exemplos de casos muito conhecidos nos anais psíquicos:
O célebre escritor Paul Bourget achava-se uma ocasião na Itália, quando vê, em sonho, no seu leito de morte, Léon Charon, um companheiro de letras. Charon, na realidade, morreu dias depois.
Eglantine, tuberculosa, vê sentar-se à beira da cama um Espírito (o anjo, dizia ela), que lhe dizia estar ali para levá-la para a eternidade. Logo depois Eglantine desencarnou.
Myers apresenta um caso que reputa clássico:
A, estando na índia, vê, no dia 12 de janeiro, às oito horas da noite, a sombra, o fantasma do irmão B, que se achava na Inglaterra e que sabia que gozava de boa saúde e não corria nenhum perigo. Acontece, porém, que exatamente naquele dia, B, vitimado de um acidente, falecera horas antes – o que A não podia saber.
OCORRÊNCIA TELEPÁTICA: PERCURSO DA INFORMAÇÃO
1 – A informação entra a nível inconsciente, passando para o nível consciente e, daí, exterioriza-se. A informação conscientizada pelo Agente Psi receptor durante o processo, é afetada pela ação de ruídos e distorções segundo a interpretação do próprio percipiente.
A informação pode ser subjetiva e objetiva, física, energética (fluxo psi informacional e fluxo psi energético). Daí, os fenômenos de Psi-Gama e Psi-Kapa.
– A informação entra a nível inconsciente, ficando retida. Nesse caso, não houve a conscientização da informação, que poderá chegar ou não ao nível consciente. É o que se chama latência psigâmica, podendo atualizar-se ou não a nível consciente. Essa latência não possui duração de tempo exato e, cientificamente, não há nada comprovado. Segundo Myers, a duração dessa latência é de 17 horas, não tendo isso nenhum fundamento científico.
– A informação atinge o nível inconsciente exterioriza-se, manifestando-se energeticamente, através de uma linguagem de Psi-Kapa. Trata-se de uma informação indireta, pois não houve conscientização, mas uma informação através de uma linguagem física do inconsciente.
Ocorrências
– Leitura do Pensamento através da telepatia, em que a informação é captada pelo receptor da mente do emissor.
– Alucinação telepática – aviso de morte. Uma pessoa falece às 12 horas e um familiar, por alucinação telepática visual, diz ver aquela pessoa com a qual mantém afinidade, um rapport, às 14 horas, acreditando ter visualizado um “fantasma”.
Retrucamos essa ideia com o argumento de que a informação pode ter ficado retida estado de latência telepática no caso – só se atualizando duas horas depois. Nesse caso, o agente emissor, ainda em vida ou em estado de EQM, por exemplo, teria enviado a informação.
– A informação chega a nível inconsciente e a pessoa, logicamente, não toma conhecimento, mas presencia um fenômeno externo por meio da queda de um quadro, um relógio que para de funcionar, um jarro que se quebra. Sabendo, posteriormente, da informação de algo ocorrido com pessoa da família ou de seu círculo de amizade, faz a ligação do fato com o que houve na realidade. E o fenômeno chamado telecinesia monitoria. E, pela experiência da repetição do fato, a pessoa considera como um aviso de morte. Trata-se de um fenômeno paranormal misto, manifestado através de uma linguagem simbólica de Psi-Kapa.
Em todos os casos citados, o fenômeno paranormal não se manifesta puro, porque se mistura ao repertório psicológico do Agente Psi e à sua interpretação (cor pessoal): fantasias, ideias pré-concebidas, impulsos, traumas e idiossincrasias. Tudo isso leva o fenômeno a sofrer distorções. Daí, a singularidade do fenômeno paranormal, que se apresenta único para cada agente psi, pois, cada um concorre com o que é.
Para a consideração do fenômeno, é de suma importância o conteúdo informacional que deve ser detectado através de aptidões e habilidades que o agente psi não apresente em seu cotidiano, devendo esse conteúdo, explicitado, corresponder à realidade do momento.
ESQUEMA DO FLUXO PSI
NC: Nível Consciente NI: Nível Inconsciente FP: Fluxo Psi
F(psi) = d.F{(AP),(MP), (FP)}
PARAPSICOLOGIA: UM NOVO MODELO
FENÔMENOS DE EXPANSÃO DO EU
Denomina-se consciência ao estado psíquico pelo qual se toma conhecimento de que há um mundo exterior e um Eu. E à sucessão de momentos de consciência chama-se de atividade mental ou psiquismo.
A seletividade é típica de nossa atividade consciente, constituindo o nosso mínimo psíquico. No estado de vigília, só percebemos e conscientizamos aquilo que, no momento, interessa-nos. É uma atividade pragmática e o que captamos em nitidez perceptual e em melhoria de desempenho prático, perdemos em amplitude sensorial genérica. Quanto mais atenção, maior percepção e, consequentemente, menor capacidade de responder a estímulos de outra natureza. Para perceber que há um Eu e um objeto, é necessário concentrar-se. É o estado de vigília.
Em vigília, o indivíduo tem uma sensação de unidade no tempo e no espaço, identidade, atividade e oposição Eu-objeto. E a vida psíquica normal põe em atividade funcional e harmônica com o córtex cerebral.
A Psicologia acadêmica ou clássica, até 1900, só reconhecia o consciente. Descartes, Jouffroy, Cousin e outros negavam a existência de algo na vida psíquica fora do consciente. Freud, em 1900, descobriu outra atividade de vida psíquica: o dinamismo inconsciente, conhecido através de artifícios especiais, pelo estudo dos sonhos, dos atos falhos, das associações livres. Há um estudo de neutralidade mental, em que os pensamentos fluem livremente, chegando ao consciente lembranças totalmente esquecidas que estavam armazenadas em nosso interior. Propriamente não há “estados de consciência”, mas maneiras de tomar consciência de algo (consciência centrífuga). A consciência precisa de existir como consciência de algo: é o que Husserl chama de “intencionalidade”.
Tudo indica que o cérebro conserva como uma gravação em fita magnética, todas as experiências passadas, que podem ser evocadas com a mesma realidade como se fossem atuais. Essa experiência coincide com o que as pessoas contam, ao retornar, de um estado de morte aparente, em que vivenciam uma retrospectiva de sua vida, como numa filmagem, tudo levando a crer que se tem de chegar ao ponto zero para recomeçar.
Já foram realizadas experiências científicas entre os povos primitivos, entre eles, os aborígenes australianos, considerados os mais primitivos dos povos, por apresentarem condições de vida idênticas às que viviam na Idade da Pedra; os maories na Nova Zelândia, que, ao mastigar cogumelos sagrados tornam-se clarividentes. Certos povos indígenas do México, segundo revelações de um bruxo, de nome Dom Juan, tornam-se clarividentes após o uso de plantas psicotrópicas.
Nessas culturas primitivas, essas aptidões são vivenciadas como reais. Esses dados obtidos pela pesquisa antropológica interessam ao parapsicólogo, porque escapam à pesquisa de laboratório.
A tendência de hoje é de não-localização da consciência numa determinada zona do cérebro, mas de entendê-la como uma interação de todas as estruturas cerebrais (conceito holístico).
Representam expansão da consciência do tempo e do espaço e da percepção sensorial: fenômenos telepáticos e telestésicos. É o caso dos fenômenos místicos, descritos desde os mais remotos tempos.
A meditação pode conduzir a pessoa a uma realidade mais ampla, como se houvesse uma expansão da consciência, que não registra somente a realidade cotidiana, mas percebe também as sensações típicas do sono ou de estados especiais. Os eletroencefalogramas feitos num mestre Zen durante a sua meditação revelaram que as ondas cerebrais são muito diferentes das de uma pessoa normal em estado de vigília. Desde o começo se destaca um ritmo alfa (impossível de se obter normalmente, com os olhos abertos) e, à medida que a meditação avança, aparecem as ondas beta, características do sono. Tudo ocorreu com o mestre desperto e com toda a sua atividade cerebral intacta.
Danah Zohar no seu livro “O Ser Quântico” enfatiza:
“Embora sob muitos aspectos, a consciência seja a coisa mais conhecida e acessível que cada um de nós possui, ela continua como um dos fenômenos menos compreendidos deste mundo”. Ratifica, também, que “não existe nenhuma anatomia ou fisiologia da consciência, uma física”.
Wilde Penfield concluiu “que a mente está num certo sentido acima e além do cérebro, embora pareça depender da ação do cérebro para sua própria existência. Mas, mesmo assim, porém, ela é livre”.
Sir John Eccles, laureado com o Prêmio Nobel, tem o mesmo ponto de vista. E David Bohm foi o primeiro físico a chamar a atenção dos meios científicos para as diversas e incríveis semelhanças entre o comportamento do nosso processo de pensamento e de alguns processos quânticos.
UMA HIPÓTESE TELEPÁTICA
Nessa hipótese, tomo como ponto de partida o processo de “Expansão do Eu” e da “Intercessão Matemática”.
O agente psi é um indivíduo que, em determinados momentos, pode alcançar um estado de consciência tal, que não fica mais limitado pelo tempo, pelo espaço, pela causalidade, pelos órgãos sensoriais, pela matéria. Entra em sintonia com o núcleo profundo de sua personalidade total: o “Selbst”, podendo, também, entrar em sintonia com os “Selbsts” dos outros indivíduos.
No fenômeno de “Expansão do Eu ou Ego Expansão”, o Ego, como foco da consciência, pode ir abrangendo campos cada vez maiores. Ele vai ampliando-se, a ponto de destruir as suas próprias barreiras e limitações e confundir-se com os Egos alheios, abarcando o Cosmos. Isto ocorre, porque fundiu o seu foco de consciência com o foco de consciência do “Selbst”.
A consciência se expande no tempo e no espaço. Não existe o conceito de distância – o “aqui” ou “ali”, como também não há o de tempo – o “antes” ou “depois”, mas somente o “Eterno Presente”, escapando o indivíduo das limitações dos órgãos dos sentidos.
Forma-se uma Intersecção Matemática, um condomínio psíquico. O receptor toma conhecimento do que se passa no emissor e se realiza a leitura telepática.
Partindo do modelo holográfico da realidade descrita por David Bohm e Karl Pribam, não é preciso especular a respeito de como uma informação pode viajar rapidamente do ponto A para o ponto B, se essa informação já se encontra no ponto B.
IMAGEM
CRIANÇA E HOMEM PRIMITIVO: PONTOS DE AFINIDADE
Em 1970, foi realizada, no México, por Michael Winkelman, uma pesquisa extraordinária. O planejamento visava experiências que despertassem o interesse dos jovens: as crianças eram incentivadas a adivinhar a cor de um pacote de bombons escondido nas mãos do pesquisador.
Após serem testadas dezenas de crianças, chegou-se à conclusão de que, quanto mais a criança tivesse educação formal, o seu desempenho diminuía nos testes de percepção psi. A criança é uma sensitiva inata ao mundo psíquico e o processo educacional do Ocidente parece sufocar essa aptidão.
Há muito tempo, a habilidade extra-sensorial da criança tem chamado a atenção dos estudiosos e pesquisadores da fenomenologia paranormal.
Na Universidade de Duke, em Durham (Carolina do Norte), em 1930, no início da experimentação fenomenológica, surgiram projetos bem-sucedidos com crianças. Há também relatos de pais interessados em uma orientação psíquica de seus filhos, necessitando de caminhos que auxiliem as crianças a conviver de modo adequado com essa aptidão psíquica.
Há indícios de maiores poderes de PES entre tribos primitivas (embora ainda não totalmente aceita essa hipótese por todos os cientistas) e entre crianças, que muito têm das atitudes do primitivo. Quando for comprovado, em definitivo, que a atuação da PES é melhor entre o primitivo e a criança que entre o homem adulto moderno, chegar-se-ia a um forte indicador do aspecto regressivo da percepção extrassensorial. Há outro argumento que reforça essa teoria – é que a função psi ocorre melhor num estado alterado de consciência, em que arrefece a atividade mental na vigília. É um estado em que o pensamento lógico e racional está afastado como evolucionariamente atávico. O próprio termo evolução, todavia, entra em debate e polêmica, no sentido de decidir qual o estágio inconsciente ou consciente seria o mais evoluído. Se o inconsciente, houve uma regressão, por ser usado sem os órgãos dos sentidos, mais uma vez denotando que o primitivo e a própria criança estão em fase de desenvolvimento sensorial, mas, se o consciente, há uma evolução dinâmica e progressiva. Outra superioridade do nível inconsciente é o seu caráter criativo, muito comum aos artistas, que dizem atuar com a não-razão (o hemisfério direito do cérebro), ficando a razão para as questões do conhecimento adquirido pelos órgãos dos sentidos (conhecimento científico). O próprio homem primitivo revelou-se um artista com suas gravuras desenhadas nas paredes das cavernas (já dando ideia de movimento), aptidão também presente na criança prodígio nos diversos campos da arte (desenho, música).
CONCLUSÃO
Tudo indica ter sido a função extra-sensorial muito útil ao homem nos primeiros estágios de sua evolução, quando ele vivia nas florestas em áreas escassamente povoadas. Em tais condições de vida, deve ter sido a percepção psi de grande importância para a preservação da espécie, no caso, do homem primitivo, como sinalização contra perigos iminentes ou comunicação em emergência. Parece mesmo que a comunicação telepática tenha precedido a comunicação oral. Com o desenvolvimento dos órgãos sensoriais para captação de estímulos do mundo físico e o surgimento da linguagem verbal (fazendo-se absolutamente necessário para o raciocínio passar a evoluir), a telepatia foi saindo do uso por certas razões inteiramente lógicas, tais como, informação imediata, direta, livre de ruídos, de bloqueios psicológicos, de questões de rapport e afinidade, controlada, repetível, podendo alongar-se no tempo, dependente da vontade, sigilosa, mais clara e mais completa. Com a telepatia, há certos fatores a ponderar: a informação se perde em grande escala, é uma necessidade do inconsciente, não atuando a todo momento, havendo ainda, o caso da afinidade e de fatores adversos à sua manifestação, como doença, cansaço físico e mental, regiões demasiadamente populosas, raciocínio e espírito crítico. Em suma: a linguagem articulada tornou-se mais eficiente, sufocando a percepção extra-sensorial. (10) Não sendo mais necessária, não era mais utilizada, caiu em desuso e degenerou-se.
Parece, diante do exposto, que, quanto mais conhecimento, mais raciocínio, mais espírito crítico, mais o Eu como foco da consciência, menos manifestação psi. É como se o homem dispusesse de uma programação básica, de uma lei que o ajudasse a sobreviver. Todavia, não necessitando desses recursos, por dispor de raciocínio para discernir e investigar com a dinâmica consciente, o nível inconsciente arrefeceu, apenas eclodindo em momentos especiais e de extrema necessidade, em que a informação não pudesse ser vivenciada pelos sentidos. Eclode, então, o fenômeno paranormal, espontaneamente, em indivíduos conhecidos por paranormais ou agentes psi, podendo, ainda, ser induzido em laboratório, aplicando-se técnicas especiais de eclosão dessa qualidade ou aptidão incomum, mas natural.
A nossa consciência relaciona-se com o mundo objetivo e sua tomada de consciência se limita ao controle dos fatos do universo físico. Estão fora do controle de nossa consciência vivências extraordinárias por que o paranormal passa a nível inconsciente. Tudo que sabemos foi aprendido por nós através da experiência, dos enfoques sociais. Parece, todavia, haver um conhecimento instintivo que já nascemos com ele, como uma programação básica de vida. É o caso da criança que realiza ações instintivas, e nem sabe que sabe. Todo o nosso organismo também trabalha sem que o nosso consciente participe. E por que não admitir que possa haver um nível mais alto do nosso ser, fonte de um outro tipo de conhecimento com percepção bem maior do que a comum? Se a ciência ainda não detectou, não quer dizer que se negue a evidência dessa força, que se manifesta de forma inconsciente, empírica e automática. O paranormal atingiria, desse modo, a vivência de uma criança e a paranormalidade para ela seria um jogo, uma experiência lúdica.
O homem tende a captar a realidade física por parte, de maneira seletiva e segundo uma gradação. Progride e acumula o conhecimento que, através do tempo, vai-se desenvolvendo, por caminho difícil, através de uma série de ensaios e erros, fracassos e sucessos. Trata-se de uma realidade histórica, em que há uma assimilação do conhecimento científico, sempre numa busca perene do desconhecido. Sempre surgem novas dúvidas que se agregam ao conhecimento novo. Há necessidade de saltos na própria ciência, o que ocorre na Parapsicologia. O salto na própria Física foi provocado pelo “princípio da incerteza” de W. Heisenberg (1927) significando que, para estudar um fato o observador deve interferir no seu caminho natural, pois o pesquisador não adquire toda a informação importante de que precisa ao mesmo tempo. Em Psicologia, esse princípio tem surgido em assuntos discutidos, como a introspecção (A. J. Bachrach e outros), porque o homem não olha para o seu interior com total clareza.
A ciência ajudou o homem a modificar a natureza e tornar confortável a vida. E modificou também esse mesmo homem, tornando-o crítico. Também ele não se satisfaz mais com os dogmas e conhecimentos não verificáveis. A religião perdeu muito de sua antiga influência sobre o espírito do homem. Quando, porém, afirmamos em Parapsicologia que o fenômeno se manifesta através de uma energia física ainda não conhecida, basicamente, caímos na crença religiosa, quando se parte do princípio de que há um mundo mais elevado e superior a este em que vivemos.
Fenômenos, como a capacidade de ver com a mente.
O cientista Emanuel Swedenborg, no entardecer do dia 19 de julho de 1759, informa a respeito de um incêndio que se alastrara em Estocolmo (ele estava em uma reunião a 500 quilômetros de distância) e que o fogo já havia atingido a casa de um amigo, que era a terceira antes da sua. Ele viu com a mente o que os olhos não podem perceber (a chamada visão sem retina).
APÊNDICE
Tanto Harold E. Puthoff quanto Russel Tare acham que a interconexão quântica desempenha um papel fundamental na precognição. Afirmam, também, que, numa experiência de visão remota, a mente parece ser capaz de ter acesso a algum tipo de domínio no qual todos os pontos são infinitivamente interligados, não só no espaço, mas também no tempo.
Na Física Quântica não se determina, ao mesmo tempo, a posição e a velocidade de uma partícula subatômica. Em Parapsicologia não se pode determinar quando e como ocorrera um fenômeno paranormal.
Segundo Wilde Penfield “não se pode designar para a mente uma posição no espaço. Os fatores observáveis no domínio sensorial são localizados no espaço geométrico, o mesmo não acontecendo com os observáveis na consciência. Também não são regidos por leis da mecânica determinista, enunciadas por Isaac Newton (século XVII).
Toda experiência quântica obriga a natureza a fazer escolhas. A matéria é um agente ativo que constantemente faz escolhas entre possibilidades alternativas, segundo as leis da probabilidade.
Pressentimentos de morte predominam, com acidentes vindos em segundo lugar e doenças em terceiro. Estamos condicionados a acreditar que perceber o futuro não é possível, que nossas capacidades precognitivas naturais adormecem. A exemplo de indivíduos de força sobre-humana que se revela durante emergências ameaçadoras da vida, ela só se derrama em nossa mente consciente durante épocas de crise.
Freud impulsionou a pesquisa da dinâmica inconsciente. Jung foi mais além do inconsciente pessoal freudiano, teorizando a existência de um consciente impessoal, constituído de arquétipos. Para Jung, o conceito de libido era muito mais amplo, não se limitando, apenas, à sexualidade, apesar de admitir a sua predominância na mesma. E recoloca o nível inconsciente no seu devido lugar, argumentando que “se o inconsciente fosse efetivamente superior à consciência, seria simplesmente difícil ver em que consiste, afinal, a utilidade do consciente, ou por que motivo o fenômeno da consciência surgiu no transcurso da evolução filogenética como um elemento necessário.
(6) Há um nível mental que explicita a experiência humana direta. Há evidência de que o Universo, como um todo, é hospitaleiro ao consciente da mente.
Um componente mental do Universo: somos, tudo indica, pequenos pedaços do aparato mental superior inteligente.
John Steinbeck tem o seguinte pensamento: “Talvez o sujeito não tenha uma alma que seja sua, mas só um pedaço de uma grande alma – a grande alma que pertence a todos”. (As Vinhas da Ira)
(7) Atualmente, um pedaço de mandíbula petrificada, 7,5 cm de comprimento, esquecido numa das vastas prateleiras do Museu Nacional do Quênia, é uma importante evidência de que o gênero humano é meio milhão de anos mais velho do que se pensava. Desse medo, tudo leva a crer que o mais antigo homem que viveu há 2,4 milhões de anos, como argumenta o paleantropologista Andrew Hill da Universidade Yale, Estados Unidos que redescobriu. O achado de Hill, segundo os especialistas, preenche uma lacuna no conhecimento do passado, já que os mais antigos instrumentos de pedra lascada, encontrados na Etiópia, datam de 2,6 a 2,4 milhões de anos, mas não se conheciam ossos do período anterior a 1,9 milhões de anos.
O cérebro dos primatas foi evoluindo e a conformação de sua face foi, gradativamente, transformando-se. Desse modo, essa espécie de primata evoluindo, física e culturalmente, teria dado origem a uma nova espécie animal – o homem. Segundo essa teoria, o mais antigo ancestral do homem é o Australopitecos que, possivelmente viveu no Sul e Sudeste da África há 600.000 anos. Após o Australopitecos, teriam surgido algumas espécies mais desenvolvidas, com o cérebro maior e a posição mais ereta.
Os primeiros exemplares da nossa espécie, o Homo Sapiens, ter-se-iam formado há 250.000 anos. Estes já apresentavam características humanas atuais e também desenvolviam uma certa forma de cultura. A partir do Homo Sapiens, nossos ancestrais passaram a fazer uso do fogo e de instrumentos de caça pela necessidade de sobrevivência.
(8) A síndrome de Sturge-Weber é uma anomalia congênita de má formação vascular do cérebro. Essa doença pode inibir o funcionamento normal da porção esquerda do cérebro, onde estão as áreas chamadas de Broca e de Wernicke, responsáveis pela fala e pelo entendimento da linguagem.
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(*) Trabalho apresentado no I Congresso Internacional e Brasileiro de Parapsicologia, realizado em 1997, no Recife, Pernambuco.