Relações entre a parapsicologia e a sociologia

“Viver em sociedade, e uma sociedade cada vez mais complexa, exige o estudo dos fenômenos que vão aparecer por exigência deste fato.

 

A estes fenômenos chamamos “sociais”, e é para estudá-los que existe a Sociologia.

 

A Sociologia, no entanto, não fica apenas no estudo dos “fenômenos sociais”, mas parte para o levantamento de possíveis soluções e o estudo de maneiras como interferir nestes fenômenos, tendo por fim o bem estar coletivo.

 

Toda sociedade é dominada por um grupo que procura deter em suas mãos o poder, o saber, e a riqueza.

 

A Sociologia é uma ciência que estuda os fenômenos sociais, procurando refletir sobre eles e tentando explicá-los, através de certos conceitos, técnicas e métodos,

 

Logo percebemos que se ela trata de fenômenos acontecidos entre seres humanos, não pode ser uma ciência exata.

 

 

–      Por exemplo: ela não pode, pois, usar o método científico, que implica em provar o fenômeno, dando condições para que ele possa ser repetido por outros cientistas.

Em outras palavras, ela não pode ter uma posição determinista em relação ao seu objeto de estudo (o fato social).

 

A Sociologia observa, compara, pesquisa, usa questionários, formulários, entrevistas, estudo de caso, históricos e, principalmente usa a estatística

 

Seu campo de estudo: toda organização da sociedade (estática) e tudo que acontecer entre seus membros (a dinâmica).

 

Obs: toda ocorrência que se dá na interação dos grupos humanos, chamamos de fenômeno social.

 

Seria impossível viver em grupo sem certas regras, pois sem elas os interesses das pessoas se chocariam a todo momento.

 

A sociedade, para o sociólogo, designa este grande complexo de relações humanas, ou numa linguagem mais técnica, um sistema de interação”. (Teles, Maria Luiza Silveira Iniciação a Sociologia. Vozes. Rio. 1993).

 

Obs:   Vide conceitos básicos de Sociologia (herança social e socialização: cultura, conteúdos básicos de uma cultura, socialização, controle social, formas de controle, classes sociais, estratificação e mobilidade social).

 

 

  • Aspectos sociológicos da paranormalidade

 

O fato de que a interação social ocorre, também, através de uma ligação psigâmica, por exemplo, apesar de muito discutido ainda é do conhecimento de poucos. Ocorrem casos que sugerem haver uma captação telepática que originam certos desequilíbrios que somatizam doenças, insegurança, aflição, angústia, dependendo do percipiente.

 

Outros que implicam em alterações as mais variadas possíveis: mudanças de atitudes, modificação do comportamento e outras alterações, sem que sejam conscientizadas.

 

Admitindo-se que no nível inconsciente pode-se captar o estado psíquico de alguém (telepatia), dependendo do grau de credibilidade do percipiente no poder de um feiticeiro, por exemplo, este captando, telepaticamente, as intenções negativas e, sendo supersticioso, deixa-se sugestionar e influenciar pelas ideias captadas, resultando grandes desequilíbrios.

 

Se a interação social ocorre através de uma ligação psigâmica, conforme admite-se, tem algo semelhante com a realimentação social, variando apenas o padrão de comunicação. Apesar de ser um padrão de natureza sutil, observamos que está, de alguma forma, identificado com os padrões habituais de comunicação. As impressões transmitidas psigamicamente, são captadas pelo percipiente de conformidade com as suas representações mentais, que são consequências do universo sociocultural, que implica, diretamente, no processo seletivo de cada indivíduo.

 

Os sinais psigâmicos sendo captados podem não se manifestarem no consciente: o percipiente não toma conhecimento a nível consciente, no entanto a sugestão telepática, por exemplo, pode manifestar-se e influir de tal forma que as atitudes de um determinado indivíduo podem ser inconscientemente alteradas pelos sentimentos captados telepaticamente. Imaginemos, então, o que poderia isto significar no processo interativo entre líderes e liderados.

 

A atuação dessas forças mentais sobre as pessoas está intrinsecamente ligada a sensibilidade do percipiente. Citando como exemplo os casos de curas ou malefícios, o elemento mágico-religioso está latente à espera de um ambiente propício que o estimule. Em outras palavras, a confiança nos curandeiros e/ou feiticeiros e em seus pretensos poderes constitui uma sugestão que já se encontra no psiquismo das pessoas que os procuram em potencial.

 

Em ambos os casos supõe-se que ocorra uma subjugação telepsíquica, que é um fenômeno exclusivamente do percipiente, quando este assimila a sugestão do emissor. Sua conscientização efetua-se pelas vias dos condicionamentos históricos e sociológicos de cada povo. Além disso, há que se considerar que, por ocasião da interação do campo psi, os sinais psigâmicos são captados pelo percipiente de conformidade com as suas representações mentais, que são consequência do universo sociocultural.

 

Ë comum, por exemplo, os subordinados apresentarem comportamentos que, com frequência, demonstram e revelam submissão a autoridade. Nesse caso, o papel social merece uma atenção especial, visto que a comunicação não é facilitada ou retardada apenas pela interação das suas personalidades, mas também pelos papéis que cada um desempenha na sociedade.

 

Consequentemente o inconsciente das pessoas apresenta-se predisposto a ser afetado, uma vez que os papéis por eles desempenhados revestem-se de grande significado.

 

Em pesquisa recente, realizada em Pernambuco, em todos os relatos dos entrevistados, constatamos conteúdos cujos temas básicos são fortemente influenciados por fatores culturais.

 

Temos registros de vários casos de interação psigâmica associados à componentes culturais. Salientamos a presença dos papéis de proteção e amorosidades correspondente ao “status” de mãe; conflitos: o antagonismo entre o desejo de realizar algo e o controle social institucionalizado que o reprime. (vide VIEIRA, Erivam Felix. Paranormalidade e cultura. Aspep. Recife. 1997).

 

Casos de “poltergeist” — “quase sempre um “poltergeist” é a consequência de hostilidade reprimidas e de tensões em família, normalmente concentradas numa criança com idade próxima à puberdade”. (Scott Rogo. A inteligência do poltergeist).

 

Nas investigações dos casos pesquisados por Valter Rosa Borges, confirmamos, notadamente, a sua ocorrência entre adolescentes, com predominância no sexo feminino, justamente quando do desabrochar da sexualidade em toda a sua exuberância e reprimido pelo controle social institucionalizado gera desequilíbrios, facilitando dessa forma o surgimento de conflitos emocionais, medo, revolta, ódio. (Vide VIEIRA, Erivam Felix. Paranormalidade e Cultura>.

 

A família, por exemplo, controla e orienta as atitudes da criança; a Igreja desenvolve hábitos de moral e religião; na Escola se ministra conhecimento e forma de comportamento em sociedade; o Estado exerce o controle através do direito e dos seus poderes. (a força coercitiva das instituições).

 

Salientamos que a família e a Igreja desenvolveram hábitos de moral e religião totalmente repressores da sexualidade.

 

Fenômenos meramente psicossociais são intensificados por um fator parapsicológico.

 

Ex: Lundum, na França (Freiras “endemoniadas”, contágio psíquico). Século XVII (1632), Idade Moderna.

 

Ampliar o nosso nível de visão, constitui ao que parece uma condição necessária, para a captação dessa linguagem do inconsciente. Um claro entendimento de que os componentes culturais, as circunstâncias da vida individual, influenciam de uma certa forma o conteúdo da representação simbólica é de grande valor para as nossas conclusões.

 

 

A pesquisa

 

O conhecimento científico é limitado e aproximado, nó existe uma verdade absoluta.

 

Uma observação totalmente neutra e objetiva sobre a realidade do objeto de estudo é quase que impossível. Levamos em consideração algumas das interconexões, mas não todas. Procuramos sempre aumentar essa interconexão, mas nunca obteremos o quadro completo.

 

Nas ciências sociais torna-se mais complexo. O pesquisador e o objeto, ambos são sujeitos (interagem).

 

Desenvolver uma consciência de que implica essa relação por parte do pesquisador, é uma das maiores preocupações da comunidade científica. Essa atitude seria o que podemos chamar de aproximação clínica, em outras palavras interpretação significativa e compartilhada.

 

Obs: clínica em ciências sociais não tem significado psíquico patológico.

Trata-se de uma postura.

 

A influência da sociedade e da cultura, assim como diferentes aspectos das relações interpessoais e entre pessoas e 08 seus grupos, são aspectos importantes a levar em consideração nos estudos e pesquisas parapsicológicos.

Compartilhe: