A Parapsicologia chega à Universidade

CIÊNCIA E RELIGIÃO SE ENCONTRAM NA UNICAP

 

 

Objetos que voam pela casa, móveis incendiados sem explicação, “fantasmas”: os fenômenos paranormais são o tema dos parapsicólogos que fazem hoje o seu Simpósio, no Recife

 

A Parapsicologia chega à Universidade

 

Durante todo o dia de hoje o au­ditório Antônio Vieira – no Bloco G da Universidade Católica de Per­nambuco – viverá uma discussão que se coloca na encruzilhada entre o co­nhecimento científico e as crenças religiosas, pois 6 lá que acontece, a partir das 8h30min, o 7º Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, organizado pelo Instituto Pernambu­cano de Pesquisas Psicobiofísicas (IPPP).

Estimulados pelo fato de a Uni­versidade de São Paulo ter concedido a pós-graduação à professora Ade­laide Peter Lessa – que em 1988 apresentou uma tese baseada em fun­damentos parapsicológicos – os pa­rapsicólogos e estudantes de parapsi­cologia de Pernambuco e de outros Estados do Nordeste devem fazer deste 1° Simpósio um marco na luta que vêm enfrentando para transfor­mar a Parapsicologia numa Ciência com lugar nas Universidades. A Uni­versidade de Brasília (UnB) está im­plantando um curso na área, e poderá se transformar na primeira Universi­dade brasileira a fazê-lo.

 

A ciência e as crenças

 

“Parapsicologia é a Ciência que tem como objeto de pesquisa os fenômenos paranormais, e fenôme­nos paranormais são tudo aquilo que acontece e não pode ser explicado à luz da análise racional, dos sentimen­tos normais”, esclarece o promotor de justiça Válter Rosa Borges, 55 anos – 16 deles como presidente do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas (IPPP).

Objetos que voam pela casa, móveis incendiados sem motivo apa­rente, ectoplasmas que saem da boca, nariz e ouvidos das pessoas dese­nhando figuras fantasmagóricas no espaço. Tudo isso são fenômenos chamados paranormais e, quando analisados por religiosos, espíritas, umbandistas ou babalorixás do can­domblé, são apontados como “mani­festações do além – do espírito dos mortos”.

 

Rosa Borges: além do racional

 

Válter Rosa Borges explica que “a Parapsicologia, como Ciência, aborda esses fenômenos paranormais como manifestações do organismo humano vivo, e não dos mortos”. Se­gundo ele, “é necessário fazer dis­tinção entre os dogmas religiosos e a Ciência, cujos postulados se baseiam na experimentação”. Rosa Borges assegura que todos os fenômenos pesquisados pelos parapsicólogos – como Poltergeist e telepatia – podem ser comprovados e experimentados na prática”.

 

Os fenômenos

 

Poltergeist (“duendes”, “diabre­tes”, em alemão) não é apenas nome de filme de sucesso no cinema. O IPPP já tratou cerca de 20 casos do fenômeno no Recife e o professor Valter Rosa Borges diz que “o tra­balho sempre foi feito de forma pro­fissional, com respeito ao recato das famílias”. O fenômeno de Poltergeist geralmente ocorre com pessoas que estão na fase de transição biológica — 98% dos casos ocorrem com adoles­centes que estão passando da infância para a puberdade. As manifestações do Poltergeist são externadas pela ocorrência de pancadas misteriosas, desaparecimento e deslocamento de objetos e até incêndios autóctones de papéis, vasos e móveis. Válter Rosa Borges afirma que “o Poltergeist na­da mais é do que energia em abundância dentro de um organismo, e uma forma de eliminá-la é fazer exercícios físicos programados”. Nas mulheres, o Poltergeist cessa quando chega a menstruação.

Se o Poltergeist tem uma expli­cação fácil de ser compreendida, o mesmo não acontece com os ecto­plasmas, substâncias orgânicas libe­radas pelos paranormais que, soltas no espaço, formam figuras. “As fi­guras compostas pelo ectoplasma são, na verdade, imagens que estão gravadas no inconsciente do para­normal”, esclarece Rosa Borges.

A troca de informações mentais à distância (telepatia) ou a movimen­tação de objetos sem existir a neces­sidade de tocá-los (telecinese) também são outros fenômenos pes­quisados por parapsicólogos. O pre­sidente do IPPP conta que há um ano “um grupo de 18 médiuns de um ter­reiro de-umbanda procurou o Institu­to Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas para testar seus poderes. Feito o teste e ouvidas as explicações dos parapsicólogos, nenhum deles continuou no terreiro”. Para Rosa Borges, “isto é um exemplo da distância que deve existir entre dogmatismo e a necessidade de experimentação da Ciência”.

 

Discriminação universitária

 

Apesar de a Universidade de Brasília estar implantando o primeiro curso universitário regular de Parapsicologia, ainda há discriminações a este ramo de conhecimento nos meios acadêmicos. O Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas tem um curso de pós-graduação em Parapsicologia lato sensu, ou seja, ainda não reconhecido oficialmente pelo Ministério da Educação. “O tratamento concedido à Parapsicologia no Brasil é atrasado como o país, pois na Europa e nos Estados Unidos mais de 200 Universidades já reconhecem a Ciência”, diz Rosa Borges. O Simpósio de hoje, além de integrar os parapsicólogos do Recife, vai servir para que dois alunos formados pelo IPPP apresentem suas teses de pós-graduação em Parapsicologia.

 

O Diário de Pernambuco, de 17 de setembro de 1989, publicou uma entrevista com Geraldo Sarti, Presidente da Associação Brasileira de Parapsicologia (ABRAP) sobre a sua participação no VII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia. No dia 20 de setembro, o Jornal do Commercio anunciou a participação do Padre Oscar Quevedo no VII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia.

 

 

O Diário de Pernambuco, 1º de outubro de 1989, divulgou ampla matéria sobre o Simpósio.

 

O Diário de Pernambuco, de 17 de setembro de 1989, publicou uma entrevista com Geraldo Sarti, Presidente da Associação Brasileira de Parapsicologia (ABRAP) sobre a sua participação no VII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia. No dia 20 de setembro, o Jornal do Commercio anunciou a participação do Padre Oscar Quevedo no VII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia.

 

Novamente o Diário de Pernambuco, de 24 e 30 de setembro e de 1º de outubro de 1989, divulgou ampla matéria sobre o Simpósio.

 

O Jornal do Commercio, de 26 de setembro publicou nova matéria sobre o evento e, no dia 30 do mesmo mês, fez uma entrevista Valter da Rosa Borges e com o Pe. Oscar Quevedo sobre Parapsicologia e nossas participações no Simpósio.

 

No dia 29 de setembro, das 19 às 20 horas, na TV Universitária Canal 11, apresentou um debate sobre fenômenos paranormais do qual participaram Valter da Rosa Borges, Pe. Oscar Gonzalez Quevedo e Geraldo dos Santos Sarti.

 

JORNAL DO COMMERCIO.

30 de setembro de 1989

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