Médiuns, videntes, telepatas, curandeiros ou qualquer pessoa que apresente talentos psíquicos poderão a partir de hoje, se inscrever para o cadastramento de paranormais, que está sendo promovido pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas.
O número crescente de pessoas interessadas em assuntos parapsicológicos levou o IPPP a cadastrar esses paranormais, os quais submetidos a uma bateria de testes, aplicada por sete pesquisadores, além de 23 estudiosos que compõem a equipe do IPPP.
Após a investigação, o Instituto vai poder apresentar ao público quem é paranormal e como um cliente poderá utilizar os seus serviços sem entrar em conflito com as crenças religiosas de cada pessoa. Segundo o presidente do Conselho Regional de Parapsicologia. Walter da Rosa Borges, o cadastramento e investigação da paranormalidade vai impedir que a população seja enganada por pessoas com dotes parapsicológicos discutíveis.
Na opinião da Rosa Borges, mesmo as pessoas consideradas normais, podem eventualmente experimentar algum fenômeno íncomum. Isso não quer dizer que essa pessoa esteja capacitada para fazer atendimento em massa. Para Rosa Borges, o paranormal é aquele capaz de captar informações do inconsciente de um cliente e estabelecer afinidade com um grande número de pessoas. Atualmente o IPPP está estudando a paranormalidade de um pai de santo, um espírita e um católico.
“Nós não vamos levar em consideração o aspecto moral do paranormal. Como ele utiliza o dote, se cobra ou não pela consulta fica por conta dele”, esclareceu Rosa Borges. Ele lembrou, ainda, que o IPPP não vai indicar todos os casos para o paranormal. Segundo ele a maioria das pessoas apresentam problemas de fronteiras que elas geralmente não sabem se devem ser tratadas por psicólogos, psiquiatras ou paranormais.
Os interessados no credenciamento deverão procurar o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, na Rua da Concórdia, 372 todas as terças, quintas e sábados das 9 às 12h. O IPPP está promovendo o 1º Curso de pós-graduação lato sensu em Parapsicologia do Norte e Nordeste com orientação da delegacia do MEC.
Todos os casos de assombrações, fantasmas e coisas semelhantes registradas nas delegacias de Polícia do Estado deverão ser investigados pelos especialistas do IPPP, conforme acordo firmado entre a Secretaria de Segurança Pública/PE e o Instituto.
JORNAL DO COMMERCIO
Recife — Sexta-Feira, 3 de Junho de 1988